Dois assuntos para hoje: a epopeia do volfrâmio na minha aldeia e algumas bonitas palavras criadas pelo Povo, a partir de outros vocábulos. Só não se ri quem não achar piada…

Termino hoje, com esta pequena amostra de dados, a série de 12 crónicas sobre a saga do volfrâmio no Casteleiro. Foi saga? Foi aventura? Foi febre?… Foi tudo isso, claro que sim. Recordo o que publiquei em 2014 aqui, neste nosso «Capeia».
Uma pessoa não pode deixar de ficar satisfeita quando encontra nos investigadores científicos a confirmação daquilo que ouvias as pessoas dizerem quando era pequeno. Pessoas do Povo que naquela altura eram quase ou até analfabetos. Mas sabiam muito bem a verdade… E hoje trago-lhe aqui mais uma confirmação disso mesmo…
«Os Italianos» são a prova maior de que a minha aldeia está numa zona com muito volfrâmio. Aqueles dois irmãos que construíram a separadora sabiam bem disso. Mas tiveram azar! A Itália perdeu a guerra antes de tudo começar a dar dinheiro para eles…
Procurei saber mais sobre o volfrâmio (tungsténio) para poder perceber os porquês de tanta movimentação de dinheiro na minha aldeia (e noutras, claro) naqueles tempos – vésperas da Segunda Guerra Mundial – e sobretudo durante aqueles seis anos terríveis na Europa…
Havia tantas histórias para contar. Não há é pachorra de muita gente para as ler… Por isso, lá sai uma de vez em quando – mas só isso. Foram tempos áureos para muitas famílias – e isso é uma saga, de facto: foram tempos épicos. Eu divirto-me com estas memórias. E você que me lê?
Encontrei num destes dias uma tese da Universidade de Coimbra sobre basicamente o ouro e o tungsténio em Portugal no pós I Guerra Mundial. Falo hoje aqui disso e da saga da minha família (do lado do pai e do lado da mãe) nos tempos áureos do volfrâmio…
No tempo do volfrâmio, na minha aldeia, uma empresa italiana construiu estes fornos de que hoje aqui falo. Nunca chegaram a fazer a sua tarefa porque a derrota da Itália na II Grande Guerra o impediu. Saiba mais desta história que mais parece uma saga… Bem-vindo…
Quando se encontravam aqueles grãozinhos muito negros, sabia-se logo que era minério. Não tinha outro nome. Também, não lhe vou chamar volfrâmio, nem falar da II Guerra Mundial, os anos do minério, nem porque umas vezes era caro, outras barato, outras nem o queriam, até que deixaram de o comprar – aspetos que as pessoas desconheciam. Vou falar de como foi cá explorado.
Há quase 10 anos, deu-me para chamar à liça algumas recordações e relatos do tempo do volfrâmio. Melhor: do tempo da pequena exploração desse minério que a todos encantava, pelo que me contavam… A rubrica chamava-se «Memória». Hoje, trago-lhe aqui os três primeiros capítulos dessa saga. Divirta-se, por favor.
Recordo mais uma vez «Os Italianos», edifício muito especial e com grande impacto emocional em toda a minha meninice e juventude. Construído à entrada da II Guerra Mundial, nunca chegou a funcionar como «Fornos». Porquê?
De cada vez que posso, aproveito. As memórias de quem andou no minério, em 1940, são muito surpreendentes. Ganhou-se muito dinheiro. E as histórias vinham umas atrás das outras. Agora, mais de 70 anos depois, elas fazem o nosso encanto. Leia mais uma e divirta-se…
A Quinta de Gralhais de que me lembro, a minha Quinta de Gralhais, não tem quase nada a ver com o que hoje existe no mesmo local. Há 55 anos, ia muitas vezes a Gralhais. Recordo tudo dessa quinta, anexa da minha aldeia. Há histórias diabólicas ligadas a esse a outros espaços amplos de grande agricultura. A propósito de uma série de foto-reportagens publicada esta semana num «Facebook» concelhio, deu-me de repente a vontade de falar de Gralhais de antanho nesta minha crónica número 230 sobre o Casteleiro… Leia. Vai gostar.
Será que a nossa saúde hoje ainda está afectada por aqueles anos do minério? É bem possível, segundo estudos americanos ao que se passa lá. É que minério não foi só dinheiro e vida um bocadinho melhor para as populações onde o havia, como é o caso do Casteleiro, ainda que em pequena escala. Há uns tempos que ando com estas realidades na cabeça e com vontade de colocar no ecrã, para si, algumas conclusões que constam por essa «net» fora. Já antes escrevi sobre volfrâmio por várias vezes. Hoje, trago as questões da saúde com mais acutilância. É que chegou a altura de lhe trazer algo dessa realidade da nossa zona. Sempre estas terras tiveram minérios perigosos, e até urânio. Vamos penetrar um pouco no tema e perceber o bom e o mau da coisa. Investigações americanas vêm alertar ainda mais. Leia uma síntese nesta peça.
Hoje, vou adaptar e completar umas linhas que escrevi há mais de três anos no «Viver Casteleiro» e ainda não sei qual o caminho que vou seguir… Vou navegar à vista – que é do que eu mais gosto quando escrevo de forma solta sobre temas «altamente»… Sei apenas que quero falar hoje dos locais de exploração do «minério» na aldeia no tempo antigo. E talvez também lhes fale do dia em que uns tipos do Vale de Lobo perderam a cabeça com tanto dinheiro vivo no bolso feito com o dinheiro do volfrâmio e… vá lendo que talvez eu conte a estoriazinha. A si especialmente, sugiro que passe os olhos todos os dias pelas notícias da nossa zona, via «Serra d’ Opa», no «Facebook». Deixo-lhe o «link» no final desta peça.