A Utopia é sempre considerada subversiva. Tem uma quantidade de valores que não existem na sociedade que ela quer mudar, está sempre em contradição com o poder que governa.

Os descrentes na Utopia são os defensores acérrimos do sistema as «pessoas de bem». O que dizem quando se lhes apresenta uma Utopia, qual é a tese central do seu pensamento? «É certo que não vivemos no melhor dos mundos, mas tudo isto é preferível a qualquer Revolução.»
Dá para rir, não dá querido(a) leitor(a)? Mas antes de rir leia isto de um escritor uruguaio, Eduardo Galeano: «Está no horizonte (…) aproximo-me dois passos, ela afasta-se dois passos. Caminho dez passos, e ela afasta-se dez passos mais. Por muito que eu caminhe nunca a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso… para caminhar.»
Num dos dias finais de do mês de Outubro sentei-me, como de costume, à sombra de um pequeno castanheiro que tenho no quintal de minha casa, e li umas páginas de um livro. A meio da leitura, parei para dar descanso aos meus olhos, já bastante cansados. A temperatura rondava os 25 graus, o Sol escaldava, isto com o Outono já avançado.