Uma campanha da CP e da Liga para a Protecção da Natureza, designada «Percursos – Comboio e Natureza», está a promover a realização de percursos de comboio seguidos de passeios na serra algarvia, sendo o lince uma das imagens de marca apresentadas.

Lince Ibérico«A Serra do Caldeirão é um local de ocorrência histórica do lince-ibérico, o felino em maior risco de extinção a nível mundial», diz o folheto de divulgação da campanha, que sugere uma viagem de comboio até Loulé, seguida de uma pedalada de bicicleta até à aldeia da Feiteira, a partir de onde se propõem diferentes percursos pedestres.
Fala-se nas paisagens, na geologia , na flora e nas tradições da região, mas também se refere a fauna como um dos aspectos curiosos da serra. Para além do papa-figos, da águia, da raposa e do saca-rabos, a Serra do Caldeirão terá em breve uma população de linces, que bem poderão ser um dos seus principais atractivos.
«Considerado um habitat prioritário para esta espécie, a Serra mantém características adequadas para a sua presença ou susceptíveis de serem optimizadas, de forma a promover a sua recuperação ou reintrodução», refere ainda a brochura.
Esta promoção é já o resultado na decisão governativa de instalar o Centro de Reprodução do Lince Ibérico em Silves, no Algarve, bem como a ideia de que a Serra do Caldeirão será o primeiro habitat a reintroduzir a espécie.
Tudo isto surge em detrimento da Serra da Malcata, cuja reserva natural foi criada para proteger o lince, que apenas ali existia. O logótipo da reserva é mesmo a imagem dum lince, numa simbologia elucidativa da importância da espécie para a serra, que abarca os concelhos do Sabugal e de Penamacor. São agora claros os sinais de que a Malcata ficou de facto a perder, restando-lhe aceitar um papel secundário ou desaparecer de cena.
plb