A Real Confraria da Matança do Porco, de Miranda do Corvo, celebra no dia 9 de Outubro o seu II Capítulo com a recriação de uma matança do porco tradicional.

A matança do porco, o desmanche, a preparação da carne, tem contornos particulares que se revelam autênticos ritos culturais e de sociabilização. A salvaguarda destas práticas e promoção da gastronomia associada são medidas que visam a preservação do património cultural e identidade de uma população, para além de constituir um estímulo à prática de valores de sociabilização que com a modernidade tendem a cair em desuso.
A matança do porco é a festa pagã mais tradicional do país, que apela aos princípios mais íntegros da vida comunitária – solidariedade e fraternidade – entre famílias, vizinhos e amigos.
Embora um ritual pagão, está intimamente ligado á cultura cristã uma vez que os judeus e muçulmanos não consomem carne de porco. Nas religiões monoteístas só os Cristãos realizam a matança do porco.
O porco que vai ter o papel central do cerimonial será de raça bisara ou preto alentejano, criados no Parque Biológico da Serra da Lousã (PBSL), sem rações e com alimentação tradicional.
O PBSL integra um Zoológico de Vida Selvagem Nacional, uma Quinta Pedagógica de Raças Portuguesas com Centro Hípico, Labirinto de Árvores de Fruto único no Mundo, Roseiral, Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais com oficina de artesanato e loja de venda, Ecomuseu, Museu da Tanoaria e Restaurante Museu da Chanfana.
Complexo lúdico-turístico, o PBSL alia a preservação do património natural e vivencial a uma missão social dando ocupação/emprego a cerca de três dezenas de pessoas portadoras de doença crónica e/ou psiquiátrica ou desempregados de longa duração. Um projecto integrador de pura responsabilidade social, marcando assim a sua especificidade na transmissão de ensinamentos e referências para a vida.
A ementa do II Capítulo inclui: sopa do campo com enchidos, sarrabulho à moda da região, pernil de porco com batata de forno, e arroz doce e tigelada mirandenses.
jcl