Nos passados dias 25, 26, 27, 28, 29, 30, e 31 de Julho, em Valongo do Côa, realizou-se a segunda edição da «Semana da Farra». Segunda edição, porque já no ano passado se realizou, ainda que com menos algazarra e força.
Começo por explicar o porquê e como se realizou a «Semana da Farra» em Valongo do Côa.
A Freguesia, administrada por um plenário, sendo Alberto Pires Monteiro o presidente, Ricardo Alves o secretário e Joaquim António Alves o tesoureiro, chegou ao consenso de que é necessário «segurar» as pessoas que aqui se deslocam no Verão, época por si só de grande agitação, calor e muita vontade de fazer de tudo um pouco, e nada melhor do que festejar isso diariamente com um convivio motivado por «comes e bebes» e muito bom som regional. E todos me perguntam quem paga? Ora, qualquer bom economista e gestor saberá que se bem aplicado o dinheiro, este gera frutos e Valongo é exemplo no concelho de uma boa gestão de todos os «dinheiros» e fundos que adquire e nada melhor que usar em prol de todos os que aqui vivem e visitam permanentemente.
Nestes anos de governança pelo actual plenário com mais anos de presença pelo presidente Alberto Pires Monteiro, Valongo sofreu enormes melhoramentos a todos os níveis com a mais recente actualização em disponibilização de Internet a todos os que aqui se deslocam através de um sistema de wireless, logo porque nao usar também dinheiros em convívios, e noites alegres?!
Valongo tem tido uma excelente gestão, e a prova disso é que neste momento nao falta aqui nada, estão reunidas todas as condições para a feitura destas actividades. Sendo que fica um cheiro já no ar de que no próximo ano haverá a 3.ª edição desta «Semana da Farra» e possivelmente mais um local de lazer (piscinas), mas apenas é este último um projecto mental nada ainda de concreto.
Mas, continuando com esta semana…
Este ano, convidámos a participar aquilo que de melhor temos na nossa região, tendo começado logo pelos «Bombos de Badamalos», um grupo muito jovem e dinâmico que consegue fazer bom som, e animar quem os vê passar pela nossa aldeia. Estes percorreram a aldeia toda e espalharam notas musicais… De seguida houve churrascada com a habitual e bem apreciada entremeada e para os que nao prescindem de um bom peixinho, as deliciosas e reluzentes sardinhas assadas.
Terminando a noite com o acordeonista Aurélio Coelho e outros, que nos deliciou com dedilhados e movimentos dos foles, e de onde saltaram notas e notas de bom som.
No segundo e terceiro dia houve dois grupos de cantares distintos que nos proporcionaram cantigas dos tempos de antigamente e algumas bem recordadas pela plateia que ouvia e escutava em silêncio de memória. E após estes cantares houve nestes dois dias churrascada precedida de actuação de grupo de concertinas e acordeonistas.
No quarto dia por volta das 20:00h chegou o rancho folclórico de Vila Boa que actuou, bateu o pé, dançou e a todos encantou. De seguida mais uma valente churrascada na brasa e por fim actuação do grupo de concertinas de Figueira de Castelo Rodrigo que de simples amontoado de caricas nos pulsos um dos artistas fez bom e original som.
No dia 29, em defesa da saúde e manutenção houve uma caminhada à ponte sequeiros (ir e vir são cerca de sete quilómetros), onde participaram cerca de 150 pessoas desta aldeia, motivada pela boa disposição, todos com equipamento a rigor fornecido pelo Presidente 10 minutos antes do inicio desta (t-shirts, bonés, mochilas de ombro e águas).
Chegados à ponte, parámos 10 minutos, para que os fotógrafos de serviço tirassem as memóráveis fotos de grupo e os que menos habituados ao passo pedestre descansassem um pouco.
De seguida houve direito a sopa, mas nao uma das sopas habituais, mas sim a chamada «Sopa dos cornos» que a todos soube bem feita pelo exímio cozinheiro Sr. Sanches. Foi uma sopa confeccionada num panelão de ferro que deu pra 200 pessoas ali presentes que muito a apreciaram, pois houve quem repetisse 4 e 5 vezes e mesmo assim ainda sobrou.
De seguida actuou o grupo etnográfico Rancho Folclórico do Sabugal, onde surpreendeu todos, pois era-nos desconhecida tamanha perícia e este, foi a primeira vez que aqui se deslocou.
No penúltimo dia, fomos presenteados com o grupo de cantares do Sabugal, onde também o publico reconheceu alguns dos cantares e aplaudiu fortemente. Sendo que também este grupo foi companhia no jantar e pelo resto da noite.
No último dia, deslocou-se à nossa terra o grupo de Cantares da Senhora do Mosteiro do Fundão, um grupo bastante apetrechado de equipamentos de sons e outros instrumentos dos tempos do antigamente, digamos que foi um grupo muito animador.
Houve neste dia direito a mais uma segunda versão da «Canja de cornos» mais picante e apurada mas muito saborosa, sardinhada e aba de vitela.
Finalizando com um grupo de acordeonistas muito jovens (o artista mais novo tinha 15 anos) que tocavam e dançavam tudo ao mesmo tempo.
Foi uma semana muito intensa, um pouco cansativa para quem organizou mas muito compensada pela assídua presença de Valonguenses e situações caricatas, como por exemplo a presença de pessoas de fora que já se questionam e pensam aqui comprar casa e se estabelecerem durante as próximas férias.
Tome-se nota que o objectivo foi cumprido, as pessoas por aqui permanceram, conviveram, ficaram, dançaram, comeram, beberam e ainda riram de contentes de tanta animação ter havido numa terra que passa o Inverno com 50 a 60 pessoas.
O presidente da Freguesia, Alberto Pires Monteiro agradece a adesão de todos, principalmente às pessoas persistentes que ali estiveram dia após dia, e aos 21 grupos que aqui se deslocaram.
Eu, como habitante desta aldeia, tenho apenas como último comentário, que gostei, amei e adorei. Dou os parabéns ao actual executivo e espero que no próximo ano haja mais e o dobro de gente.
Dina Cristina Pinto Monteiro