A SVD-Sociedade Vicra Desportiva, proprietária dos títulos jornalísticos jornal «A Bola», «abola.pt» e «abola.tv» foi vendida à Ringier Sports Media Group no passado dia 6 de Junho de 2023 sem terem sido divulgados os valores do negócio. O grupo suíço detém cerca de 140 empresas e tem publicações em 19 países. Contudo… o pesado som do silêncio que nos chega nestes dias da Travessa da Queimada, no Bairro Alto, onde o histórico jornal desportivo tem a Redacção parece indicar que a edição em papel tem os dias contados.
O ilustre jornalista e comentador desportivo Rui Santos, sobrinho de Vítor Santos mítico chefe de redacção do jornal «A Bola», é um opinador directo que afirma, semanalmente, as verdades que muitos não gostam de ouvir e ler. Polémico e frontal tem sido, por diversas ocasiões, alvo de ameaças e tentativas de agressão daqueles que defendem a força da violência contra a força das palavras.
Rui Santos nasceu a 6 de Junho de 1960, em Lisboa, e leva 30 anos a escrever na Imprensa. Jornalista profissional, publicou o seu primeiro artigo a 12 de Janeiro de 1976 no jornal «A Bola» onde cumpriu grande parte da sua carreira. Durante 26 anos ocupou diversos lugares de chefia (inclusive o de chefe de redacção), editando revistas e outras publicações especiais, uma das quais com algum impacto internacional. Saiu de «A Bola», por vontade própria, fechando um ciclo, criticando a nova forma de entender o jornalismo (em especial o desportivo), sempre muito dependente de outros poderes.
Actualmente é colaborador dos jornais «Record» e «Correio da Manhã», onde todas as semanas assina uma página de opinião («Nu&Cru»), estabelecendo pontes entre futebol e política. Na televisão é comentador da SIC e da SIC Notícias, onde o seu programa «Tempo Extra» é uma referência no universo do cabo.
Numa das suas incursões opinativas fora do panorama desportivo coloca em destaque na edição deste sábado, 24 de Maio, do «Correio da Manhã» uma nota sobre o actual momento social português, Merece o nosso destaque…
«Sócrates já não tem de dar mais provas de que é um primeiro-ministro inexpugnável. Não há Oposição que o bata. Mas, por favor, perceba que um primeiro-ministro sem povo transforma-se num ditador. É que o povo está a rebentar pelas costuras. Não aguenta mais, está estrangulado. Não aguenta mais aumentos, não aguenta mais sacrifícios. Portugal está à beira da explosão social, vulgo ruptura, por mais que não queira acreditar…»
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Convivi com o Rui Santos durante cerca de 12 anos no jornal «A Bola». É actualmente um dos últimos jornalistas que ainda consegue dizer aquilo que sabe e pensa sem estar dependente ou constrangido por ninguém do poder desportivo ou político.
jcl