E assim vamos caminhando e parando, falando dos locais onde me delicio a comer, ao longo da A1 e, sobretudo, da A23.
A nossa próxima paragem é em Rio de Moinhos, por onde se chega saindo da A23 na segunda saída (no sentido de Lisboa) de Abrantes.
Andámos já mais de cento e setenta quilómetros desde que abandonámos o Sabugal, e embora tenhamos Abrantes e o Tejo ali ao lado e a pedir uma visita, não nos poderemos deter pois serão horas de almoçar.
Assim, e após sairmos da A23, logo que a estrada bifurque, para a esquerda, Abrantes, opte-se por tomar o sentido Rio de Moinhos.
Atravessemos esta localidade, sem deixar de marcar a Casa da Noémia onde na volta pararemos.
Logo à saída de Rio de Moinhos encontra-se do lado esquerdo uma serração e, do lado direito, o restaurante «Cristina», o nosso destino, sem nos preocuparmos com a arquitectura exterior, claramente de mau gosto.
Entremos e percebemos de imediato que chegámos a bom porto – uma sala interior com muitas madeiras envelhecidas a formarem o tecto e vário mobiliário antigo e pratos decorativos alentejanos e ribatejanos.
Se for sábado ou domingo os olhos vão de imediato para a zona das entradas e das sobremesas.
Se não forem do tipo «enfarta brutos», escolham um prato para dois, pois é a dose certa.
Partamos então para as entradas – carapaus de escabeche, salada de polvo, camarõezinhos em vinagrete, salgados vários, saladas, podendo trazer um pouco de tudo o que houver nesse dia, pois o preço é o mesmo.
Após as entradas aí virá o prato escolhido, que nos será simpaticamente servido pelo pessoal, não vindo à mesa empratado como hoje começa a ser hábito em muito lado.
Penso que ainda haverá barriga para a sobremesa e, portando, nova ida à mesa das entradas e sobremesas para escolha do que se quer. Está lá tudo o que gostamos, desde o arroz doce às farófias, desde o pudim ao quindim, sem esquecer os papos d’anjo. A escolha é nossa, o preço é o mesmo.
Mais uma vez estamos num local onde o serviço e o ambiente são do melhor que há. A cozinha opta claramente pelos produtos tradicionais e pela forma tradicional de os cozinhar.
Se se ouvir ou ver uma senhora de preto dando as suas indicações ou vindo cumprimentar os clientes às mesas como se velha conhecida de todos, não nos admiremos, pois se trata da Cristina, mulher que construiu e deu o nome ao restaurante e garante a qualidade do que ali é servido.
Preço da refeição? Se se optar por um prato para duas pessoas, incluindo tudo, mesmo o vinho, andaremos pelos quinze/vinte euros por pessoa.
Voltemos à A23, não sem antes pararmos em Rio de Moinhos para tentarmos comprar na Casa da Noémia das melhores tigeladas de Abrantes que é possível comer.
No trajecto da A23 não tenho mais referências gastronómicas, pelo que na próxima viagem vamos almoçar em Almeirim, mas isso fica para a semana.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal)
rmlmatos@gmail.com