Um texto poético de Alcínio Vicente, que evoca a ribeira da aldeia, por estes dias transformada em rio, que transporta as águas da saudade de um já tempo distante no qual as vivências eram intensas.

Estamos em meados do século XVIII. É fulcral a agricultura, apoiada na pecuária, mas também o é a caça e até, em pequeníssima escala, a pesca. Assim se faz a vida: com base na terra, na serra e na água. Ontem como hoje e como há pelo menos três mil anos? É que, por mais tecnologia que exista, a paparoca é sempre feita do mesmo… ou melhor: antes fosse… com tanta dose de químicos, o que por aí se come é cada vez mais de «plástico». Mas volto ao século XVIII: retomo uma parte do material disponível: as respostas que os párocos da zona dão ao Governo do Marquês sobre a vida, os locais e as pessoas daqui. Hoje, vou «pegar» sobretudo nas respostas do Casteleiro e da Moita para a hidrografia e ainda nas do Vale para a orografia da região. De caminho, sugiro que leia a edição n.º 42 do «Serra d’ Opa».