No passado dia 21 de agosto fez 50 anos que os tanques do Pacto de Varsóvia entraram em Praga, terminando o sonho da Primavera dos checoslovacos, liderados pelo reformista Alexander Dubcek. Morreram mais de 100 civis, centenas de feridos e milhares fugiram para o ocidente. As tropas invasoras pertenciam à URSS, Republica Democrática Alemã, Hungria, Polonia e Bulgária. Curiosamente, ou não, a Roménia recusou em participar nesta ação. Em tempos incertos gosto de relembrar estas efemérides. É importante analisar o passado para refletir o futuro.
Ler MaisEm Fevereiro de 1948, o dirigente comunista Klement Gottwald subiu à varanda de um palácio barroco de Praga para falar às centenas de milhar de cidadãos aglomerados na praça principal da velha cidade. Foi uma grande viragem na história da Boémia. Um momento fatídico, como acontece uma ou duas vezes por milénio.
Ler MaisDas cerca de três dezenas de reis, na monarquia, só tivemos a sorte de quatro ou cinco que se distinguiram: D. Afonso Henriques; D. Dinis na primeira parte do seu reinado, talvez D. Duarte, D. João II e D. Pedro V, que morreu antes do tempo.
Os Braganças, tirando D. Pedro V, em que prevaleceu a racionalidade germânica e a cultura dos Saxe-Coburg-Gotha sobre os genes medíocres dos Braganças, e D. Carlos, que podia ter sido um grande rei e só quando o regime estava irremediavelmente perdido, quis sê-lo, eram boçais e sem génio.
As três repúblicas, também só nos trouxeram políticos medíocres. Por isto o país está na situação que se sabe. São séculos em plano inclinado, até ao afundamento final.
O Presidente Checo não podia ser mais sarcástico a respeito de nós como país. E o nosso presidente ouviu constrangido que somos um povo inconsciente, leviano e com vaidade em mostrar o que não tem nem é. Que balde de água fria! Que descaramento!
E para cúmulo, esta visita de estado a Praga não podia ter acabado pior. O nosso Presidente regressou como devia ter ido; numa longa e penosa caravana, a fazer paragens, para comer sanduíches pelo caminho.
O Boçal D. João VI, quando lhe apresentavam uma criança fidalga na corte, que como grande do reino cingia espada, fazia-lhe invariavelmente a mesma pergunta:
– Para que quer o menino a espada?
Para fazer Jus à vulgaridade dos nossos governantes, pergunto também:
– Voltou par quê, Senhor Presidente?
Que Praga a nossa, hein?!
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«Arroz com Todos», opinião de João Valente