Numa semana, mais uma, de isolamentos vários, eis que me surgem factos que me levam para trás mais de 40 anos!

Na Quaresma, continuam a rezar-se as cruzes e no dia de Páscoa a haver festa religiosa e familiar. Mas há usos que se perderam, como encomendar as almas ou tocar o sino para ganhar as alvíssaras. Por causa da pandemia do Covid-19, não há festa da Páscoa. Mas tudo voltará ao normal, certamente…
Os habitantes de Ruivós recriaram a Paixão e Morte de Jesus, na Sexta-feira Santa, pelas ruas da paróquia. Às nove e meia da noite reuniram-se, junto ao Cemitério de Ruivós, largas dezenas de pessoas para assistir à recriação do momento mais significativo da fé dos cristãos.
O cenário era verdadeiramente bucólico. A noite tornou-se amena, deixando brilhar a lua cheia. Nas ruas havia apenas luz de candeias, tochas e fogueiras. Os personagens estavam vestidos a rigor, com roupas da época. Dos 5 aos 80 anos, todos os actores deram um fulgor especial à vivência das últimas horas da vida terrena de Jesus.
No papel de Jesus Cristo esteve João Reis, do Grupo de Teatro «Guardiões da Lua», que arrancou os mais sinceros elogios por parte dos espectadores. Os restantes 81 personagens eram maioritariamente habitantes de Ruivós, contando-se também alguns paroquianos de Ruvina, Vale das Éguas e Badamalos.
O texto da peça de teatro, com 5 actos e 10 cenas, foi uma adaptação da paixão de São João, com algumas aportações de outros evangelistas.
O primeiro acto começou no Largo do Cemitério, com Jesus a enviar dois dos seus discípulos a preparar a Ceia Pascal. Já dentro da Capela de São Paulo, os presentes assistiram a duas ceias pascais: a primeira de uma família moderna, a segunda a evocar a última Ceia de Jesus.
No segundo acto, no Horto das Oliveiras, assistiu-se à oração de Jesus e à sua prisão, levada a cabo pelos príncipes dos Sacerdotes, pelos anciãos do Templo e pelos soldados judaicos e romanos.
O terceiro acto teve lugar no Largo da Fonte, junto das casas de Anás e Caifás, onde Pedro negou conhecer o seu mestre.
Já no Largo da Igreja estava instalado o Sinédrio e a Casa de Pilatos. O quarto acto foi muito participativo, tendo a multidão acusado veementemente Jesus e pedido a Pilatos a sua morte.
A caminho do Calvário, apareceu Verónica, Simão de Cirene, Maria de Nazaré e as mulheres de Jerusalém.
No quinto acto atingiu-se o clímax da peça. Jesus foi despido das suas vestes e cruxificado. Já na cruz, ouviram-se as célebres últimas “sete palavras” de Jesus antes de morrer. No momento em que Jesus morreu brilhou no céu um relâmpago e ouviu-se um forte trovão.
Todo o percurso foi feito em silêncio religioso. No final o sentimento comum era de emoção e preenchimento espiritual.
O pároco, responsável pela encenação, fez um agradecimento a todos os que colaboraram e contribuíram para que esta actividade fosse possível, agradeceu a presença de tão numerosa assembleia e desejou a todos uma boa Páscoa.
Organizaram esta peça de teatro a paróquia e a junta de freguesia de Ruivós. Apoiaram esta actividade as «Confecções Torre», a Câmara Municipal do Sabugal, a Sabugal+ E.M. e a paróquia de Aldeia da Ponte. Colaboraram na organização uma dezena de costureiras e mais de uma dezena de pessoas na montagem e apoio técnico.
Padre Hélder Lopes
Excelente iniciativa e excelente direcção de «actores». Os nossos parabéns ao Padre Hélder pelo dinamismo que tem colocado na sua pastoral.
jcl
«Testemunhar a alegria e a esperança do Ressuscitado», é a epígrafe da mensagem de Páscoa de D. Manuel Felício, bispo da Guarda, que vai estar nos Fóios, concelho do Sabugal, no domingo de Páscoa, dia 8 de Abril. Transcrevemos, na íntegra, a mensagem que o prelado entretanto divulgou através da agência Ecclesia.
D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, vai celebrar a missa de domingo de Páscoa nos Fóios, freguesia raiana do concelho do Sabugal.
«Foi com enorme surpresa a rejúbilo que hoje recebi, do Senhor Padre Carlos Martins, a notícia de que Sua Ex.ª Reverendíssima D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, virá a Foios celebrar a Missa do próximo domingo, dia de Páscoa», disse José Manuel Campos, o presidente da Junta de Freguesia da aldeia sabugalense, numa nota divulgada nas redes sociais da Internet, dando conta do facto.
O prelado esteve de visita pastoral aos Fóios no ano de 2008, numa jornada em que foi muito bem recebido pela população. Para além dos afazeres religiosos que o levaram à aldeia, D. Manuel Felício teve ocasião para visitar o lar da terceira idade, o Centro Cívico Nascente do Côa e outros equipamentos sociais de que a freguesia dispõe.
A visita agora programada tem um significado especial para aquela paróquia, na medida em que ocorrerá no domingo de Páscoa, sendo vista como um sinal de apoio à população da aldeia raiana, a que não é alheio o esforço continuado do autarca da freguesia no sentido de dar expressão e visibilidade a uma terra que tem mostrado dinamismo e capacidade de afirmação.
plb
O Duo Con Anima, da harpista Carmen Cardeal e do flautista Nuno Ivo Cruz, apresenta um Concerto de Páscoa no próximo dia 5 de Abril, véspera de sexta-feira santa, no Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG), às 21h30.
O Duo convida o público a partilhar um percurso por algumas das mais belas músicas para flauta e harpa, no espírito de uma meditação apropriada à data. No concerto, marcado para as 21h30, serão apresentadas obras de compositores como Bach, Fauré, Debussy, Ravel, Bizet, Wagner e Puccini, entre outros.
Carmen Cardeal colaborou com a Orquestra Gulbenkian entre 1988 e 1999, ano em que ingressou na Orquestra Sinfónica Portuguesa. A harpista apresenta-se regularmente em recitais de música de câmara com grupos de diferentes formações. Como solista executou concertos com a Orquestra Portuguesa da Juventude, Orquestra Clássica do Porto, Orquestra Sousa Carvalho, Orquestra Metropolitana de Lisboa External Link, e com a Sinfonieta de Lisboa. Actualmente é harpista solista na Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Nuno Ivo da Cruz estudou Música no Conservatório Koninklijk, Den Haag e na Universidade Nova de Lisboa (Ciências Musicais). Integrou a Nova Filarmonia Portuguesa e a Orquestra do Porto da Régie Sinfonia. Pertence a uma família de músicos profissionais (terceira geração). É membro do Quinteto de Sopros Flamen desde 1988. É flautista solista na Orquestra Sinfónica Portuguesa.
«O Mundo é uma Ervilha», no Café Concerto
A partir da próxima terça-feira, dia 3 de Abril, o Café Concerto recebe a exposição de fotografia «O Mundo é uma Ervilha», de Catarina Tormenta. Nesta exposição, a autora reúne várias fotografias de rostos de pessoas de distintas etnias e nacionalidades que fotografou durante as suas viagens.
A exposição ficará patente até 22 de Abril, tem entrada livre e pode ser visitada no horário de funcionamento do Café Concerto.
«Fora de Jogo», no Pequeno Auditório
Na Quarta-feira, dia 4 de Abril, o Cineclube da Guarda apresenta com o apoio do Teatro Municipal da Guarda o filme «Fora de Jogo» de Jafar Panahi. A sessão de cinema decorre no Pequeno Auditório, às 21h30. No Irão há milhares de mulheres adeptas de futebol. Porém, estão proibidas de entrar em estádios. As mais ousadas disfarçam-se e tentam enganar a polícia. Última longa de Panahi, antes da proibição de filmar, inspirada num episódio com a filha do próprio realizador. O filme premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim de 2006.
Segunda sessão SoniCC, no Café Concerto
No Sábado, dia 7 de Abril, actuam no Café Concerto do TMG às 22h00 duas bandas seleccionadas no âmbito do SoniCC: Double Latte (Guarda) e Meow Dogs (Trancoso). Trata-se da Segunda sessão desta actividade.
Recordamos que o SoniCC é uma iniciativa do TMG que visa apoiar e revelar projectos e bandas emergentes na área da música. Trata-se de uma oportunidade de apresentar o trabalho criativo de jovens, num contexto de um equipamento de referência como é o do TMG. A iniciativa prolongar-se-á em Maio, com mais uma sessão e com a revelação de mais duas bandas.
«Double Latte» é uma banda formada por cinco jovens residentes na cidade da Guarda, em 2010. O grupo assume-se como praticante de um estilo rock alternativo, mas diz tocar «um pouco de tudo». Já actuaram em festivais, festas e bares. Dizem-se influenciados por músicos e grupos como John Mayer, Pink Floyd, Dave Matthews, Sum 41, Xutos e Pontapés, Jet, Red Hot Chili Peppers, The Strokes, Arctic Monkeys, entre outros.
Os Meow Dogs formaram-se em Setembro de 2010 em Trancoso. O grupo é composto por quatro amigos determinados em entrar no mundo da música. Tocam algumas versões e também originais. O seu sonho é «tocar nos corações das pessoas, fazê-las vibrar e bater o pé» ao ritmo da sua música. O grupo sofre influências de bandas como Artic Monkeys, The Strokes, Coldplay, Nirvana, Seasick Steve, The Doors, entre outros.
A sessão SoniCC tem entrada livre.
«Le Havre», no Pequeno Auditório
Na Quarta-feira, dia 11 de Abril, é o TMG que apresenta «Le Havre» de Aki Kaurismaki. Na história, Marcel Marx, um antigo escritor e boémio, retirou-se para um exílio voluntário em Le Havre, onde se sente mais próximo das pessoas, trabalhando como engraxador de sapatos. Mas tudo muda quando o destino coloca no seu destino um jovem refugiado africano. Com André Wilms, Kati Outinen, Jean-Pierre Darroussin. o filme passa no Pequeno Auditório às 21h30.
Dinis Machado, no Pequeno Auditório
«Dinis Machado por Dinis Machado» é o espectáculo de teatro que o TMG propõe para o dia 13 de Abril (sexta-feira) no Pequeno Auditório, às 21h30.
O actor Dinis Machado criou este espectáculo partindo da vida e obra do homónimo Dinis Machado (1939-2008) escritor e jornalista português, vulto da cultura portuguesa e autor de obras como «O que diz Molero».
«Parto para este trabalho com a obra do meu homónimo. Parto desta coincidência na procura da sua significação. Agora falecido, Dinis Machado é um símbolo inequívoco da literatura Portuguesa. Com um estilo fechado e reconhecível, um realismo delirante e inteligentemente irónico. Também a paralela elegância do policial Inglês e um ensaísmo marcadamente pessoal e subjectivo.
Por contraponto, eu sou um artista jovem, a realizar os meus primeiros trabalhos, perante a hipótese de vingar ou falhar, ficando eternamente esquecido no anal dos fenómenos de relativa visibilidade passageira. Este projecto é assim a intercepção destes dois homónimos. Uma dupla biografia: a dele – com os seus textos, o seu imaginário e a estrutura intelectual que tudo isto faz existir – e a minha – que servirá de decanter a este outro corpo desmaterializado em texto: ao lê-lo e reestruturá-lo, com aquilo que em «ler» é ler-nos a nós também. Procuro o limite da compilação dramatúrgica, para além da fidelidade ou do imediato ataque iconoclasta. Uma apropriação que procura potenciar a figura e o momento presente, o intérprete talvez. Uma reconciliação lenta com o que já foi dito, com aquilo que já vimos e que se impõe na nossa memória individual ou colectiva como uma referência. A aceitação apaziguadora de que fazemos de um discurso contínuo que remete para um início remoto situado a alguns milhares de anos de nós», explica o jovem actor a propósito deste seu trabalho, que teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
plb (com TMG)
A Paixão de Cristo voltou a ser encenada em Aldeia Velha na noite de sexta-feira. Reportagem da LocalVisãoTv Guarda.
Páginas das delegações regionais da LocalVisãoTv. Aqui.
jcl
A tradicional Capeia Arraiana da Páscoa em Aldeia da Ponte. Reportagem da LocalVisãoTv Guarda.
Páginas das delegações regionais da LocalVisãoTv. Aqui.
jcl
No Inverno, a natureza adormece de mansinho. Os canteiros ficam despidos de verde, sem perfume e a semente repousa…Tudo descansa. Nos parques, os baloiços perdem as risadas. É o silêncio… Vem a Primavera. É a Passagem para a vitória dos campos que começam a redescobrir o verde e a encher-se flores. Do outro lado, a Páscoa ou Peschat que se revela nos altares das Igrejas de cor roxa. No silêncio, se reza na calçada a Via-sacra e na Igreja o cântico solene é triste e recorda o…
POESIA
Hecce Homo
preso injustamente…
Tantos presos
Pelas injustiças sociais
Os exageros
As exigências,
As descriminações raciais…
Outros presos ao seu orgulho,
À sua raiva
À avareza
Ao egoísmo…
Cada passo Seu
É o caminho de todos
Os que em grupo se encontram
Se ajudam, se amparam.
Ele cai
Humanamente cai,
Frágil…
E tantos que caem
Caem na verdade não aceite
Que não cabe no coração dos homens
Nalguns corações apertados.
Limpam-se as casas,
Se erguem os corações
Que Ele no alto da Cruz
Se desprende.
Na manhã de Domingo
É a vitória
A doce madrugada.
As flores se reabrem
O campo reverdeja
Voltam os chilreios alegres.
Com eles a madrugada
A alegria que viceja.
Ele vence a morte
Faz Nova Aliança
Nos lembra o valor da Vida.
E se Eleva!
É a Vitória dos que não se deixam esmagar pela injustiça, o desânimo, a discriminação… e se tornam eles próprios conscientes pela manutenção dos seus valores, na luta pelas verdades em que acreditam. Desejo a todos esta Verdadeira Páscoa.
Excerto dum poema Peschat do livro «Ecos do Meu Pensar»
«O Cheiro das Palavras», crónica de Teresa Duarte Reis
netitas19@gmail.com
Os resultados da «Operação Páscoa», foram francamente positivos no que respeita à sinistralidade, verificando-se uma substancial diminuição dos acidentes de viação, bem como das suas consequências, segundo o comunicado semanal emitido pelo comando da Guarda da GNR. Ler Mais