Os Estados Unidos representavam, a meio do século passado, o éden das liberdades. Inversamente, a União Soviética – ainda não se adivinhava sequer a PERESTROICA e o estalinismo ainda era a regra – simbolizava o inferno de todas as opressões.
«Não posso senão dizer-te que consideres isso que se chama opinião pública como o que verdadeiramente é: lixo». Palavras do escritor Hermann Hesse a um amigo.

Castanhas assadas embrulhadas em páginas de listas telefónicas, bolas de Berlim na praia, colheres de pau ou facas de cores diferentes para cada tipo de alimento nas cozinhas dos restaurantes são alguns dos mitos que começaram a circular na opinião pública e que a ASAE se viu na obrigação de clarificar ou desmentir em comunicado emitido pelo Gabinete do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.
Tem vindo a sentir-se um crescente mal-estar entre a população e os agentes económicos e de restauração em resultado da actuação das brigadas de fiscalização da ASAE que têm provocado as mais variadas reacções. Um abaixo-assinado anónimo na Internet endereçado ao Ministério da Económica e Inovação da República Portuguesa já reuniu (até 20 de Dezembro) mais de 14 mil assinaturas «contra as novas medidas de higiene alimentar da ASAE».
A Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através do Gabinete do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, sentiu-se na obrigação de esclarecer em comunicado aquilo que considera «mitos e contra-informação relacionada com a actividade de fiscalização dos seus inspectores».
A «Informação à Imprensa» divulgada no dia 19 de Dezembro insurge-se contra a campanha que «nas últimas semanas tem proliferado nos meios de comunicação social com artigos de opinião que visam denegrir e até ridicularizar a actividade fiscalizadora da ASAE» e denuncia a petição anónima que surgiu na Internet «que nada tem a ver com a real prática da ASAE, pautada pela transparência e pelo estrito cumprimento da legislação existente».
A venda de bolas de Berlim nas praias, a utilização de colheres de pau na confecção de alimentos, copos de plástico para o café, castanhas assadas embrulhadas em páginas de listas telefónicas, facas de cor diferente para cada género alimentício, azeite em galheteiro, bolo-rei com brinde, guardar pão para fazer açorda e o fabrico caseiro de rissóis e outro salgados são agora desmistificadas em comunicado. Para ver mais clique em…
Comunicado do Governo: Esclarecimento sobre a actividade da ASAE
Petição anónima: Abaixo-assinado na Internet contra a ASAE
Em primeiro lugar sou alérgico a tudo o que é anónimo, seja sob a forma de assinatura, seja sob a forma de denúncia, seja sob a forma de abaixo-assinados (com publicidade a bancos e seguradoras) ou seja sob a forma de fiscais encapuzados anti-terrorismo. Considero, contudo, que a ASAE faz falta em Portugal. O presidente da ASAE, António Nunes, defendeu na SIC-Notícias que os inspectores antes de actuarem têm mais de 700 leis para aprender. E assim sendo, como efectivamente parece que é, os inspectores da ASAE limitam-se a verificar e fazer cumprir a Lei. O problema parece estar, e está, nos nossos iluminados legisladores que não sabem parir as leis porque vivem num mundo do faz-de-conta viajando nas nuvens entre Lisboa e Bruxelas e desconhecem, por exemplo, onde ficam os Fóios. (Escolhi os Fóios porque considero aquela terra um exemplo a seguir no aproveitamento optimizado da tradicional gastronomia raiana.) Mas… não podemos ser mais papistas que o Papa. E os senhores da ASAE estão a fazer mais mal que bem aos pacíficos portugueses. Ponto final parágrafo.
jcl