Entre Maio e Dezembro de 2014 a vida e obra do escritor Nuno de Montemor (1881-1964), pseudónimo do capelão militar Joaquim Augusto Álvares de Almeida, nascido em Quadrazais, no concelho do Sabugal, vai ser lembrada e homenageada em várias iniciativas organizadas pelos municípios da Guarda e do Sabugal. A exposição, «Nuno de Montemor alma brava e meiga» foi recentemente inaugurada na Biblioteca Eduardo Lourenço, na Guarda, e vai ficar patente ao público até 12 de Julho. Reportagem da jornalista Paula Pinto com imagem de Diogo Reis da redacção da LocalVisãoTv da Guarda.
O livro «Subsídios para o estudo da vida e obra de Nuno de Montemor» mandado editar pela Câmara Municipal da Guarda no centenário do nascimento do escritor-padre de Quadrazais (16 de Dezembro de 1981) é composto pelos dois ensaios que obtiveram os primeiros prémios. Associando-se à feliz iniciativa da Junta de Freguesia de Quadrazais vamos divulgar no Capeia Arraiana um dos ensaios premiados pela autarquia guardense da autoria da historiadora sabugalense Maria Máxima Vaz. O estudo inclui cartas inéditas de Nuno de Montemor. (Parte 3 de 4.)
O livro «Subsídios para o estudo da vida e obra de Nuno de Montemor» mandado editar pela Câmara Municipal da Guarda no centenário do nascimento do escritor-padre de Quadrazais (16 de Dezembro de 1981) é composto pelos dois ensaios que obtiveram os primeiros prémios. Associando-se à feliz iniciativa da Junta de Freguesia de Quadrazais vamos divulgar no Capeia Arraiana um dos ensaios premiados pela autarquia guardense da autoria da historiadora sabugalense Maria Máxima Vaz. O estudo inclui cartas inéditas de Nuno de Montemor. (Parte 2 de 4.)
O grande surto migratório que quase deixou despovoadas todas as aldeias do concelho e o retorno massivo que se centra entre finais de Julho e princípios de Setembro levou a que a generalidade das nossas romarias ocorra por meados de Agosto.
Ler MaisÉ necessário um acto de desagravo à Senhora da Póvoa.
Estão frescas na nossa memória as notícias de dois graves sacrilégios: com uma serra de serrar rocha, alguém cortou e roubou as cruzes manuelinas (do século XVI) que desde há séculos estavam implantadas no adro da Matriz de Loures e nos Quatro Caminhos de Frielas. Inacreditável! Para que irão e para que servirão essas cruzes, emblemas do património nacional, acerca de cujo destino não vemos as autoridades em acção. É pedra… Se fossem notas!
Somos agora feridos com uma punhada no peito, quando soubemos que a veneranda e antiga imagem de Nossa Senhora da Póvoa de Vale de Lobo tinha sido roubada do seu santuário.
Nossa Senhora da Póvoa é, desde dos fins do século XVIII, o santuário mariano da Beira Baixa e de Ribacoa. Os mais novos não sabem, mas os da minha geração, jovens nos meados do século XX, ainda nos lembramos das filas de carros de tracção animal (bois, burros ou cavalos) enfeitados com festões e colchas de seda, transportando famílias inteiras, para a Senhora da Póvoa, logo na segunda-feira de Pentecostes. Romagem para dois dias, levava-se de comer o bastante e, à ida e à volta, era costume parar no sítio do Castanheiro das Merendas, já muito depois do Sabugal, para alimentar os animais e as pessoas.
Romaria de piedade, de promessas e também das folias que vinham de Monsanto e de Penamacor, com os seus estandartes, descantes e bombos; e, algumas vezes, toldados pelo vinho, moços que acabavam em lutas de vida e de morte. Leiam o «Maria Mim» de Nuno de Montemor e a «Celestina» de Joaquim Manuel Correia.
O ladrão deve ter-se arrependido, e abandonou a secular e sagrada imagem, debaixo de uma árvore, onde gente do povo a encontrou. Já devolvida à sua santa casa, falta agora que os povos da Beira-Côa e da Beira da Malcata e do Meimão, procedam a uma cerimónia de desagravo, na presença de todas as autoridades civis, militares e políticas da região. Não é possível que nada se faça como se nada tivesse acontecido:
«Nossa Senhora da Póvoa
Tem um galo no andor,
Cada vez que o galo canta
Acorda Nosso Senhor»
«Carta Dominical», opinião de Pinharanda Gomes
pinharandagomes@gmail.com