Pareciam ter terminado os dias alagados de chuva diluviana como há muito se não via. Surgia, agora, um sol claríssimo mas, o vento, em lento embalo, insistia num invisível frio cortante…

Quem me lê hoje dirá lá para si próprio que eu ando obcecado com a Serra d’ Opa. E é verdade: na minha terra nascemos e vemos logo a serra. Aquele vale está aliás cercado de serras: esta, o Cabeço Pelado, a Serra da Vila, a Serra do Mosteiro, Santo Estêvão… e, lá ao fundo, a mãe de todas as serras: a Serra da Estrela. Gosto de olhar as serras de baixo. Nasci assim.
Cada estação do ano tem os seus encantos mas eu gosto especialmente do frio. Ainda que se me gelem as mãos, embora me arrefeçam os pés, mesmo que o nariz me doa ou o rosto me arda nunca trocarei o frio pelo desconforto da transpiração.
Quando estes temas se me impõem e tenho de falar de «o meu tempo» (querendo com tal dizer: «quando eu era menino e moço»), é que vejo que já sou… da Idade do Gelo. Quem quiser saber há quantos milhares ou mesmo milhões de anos isso foi, tem o link aí adiante. Refiro o gelo para escrever sobre clima, evidentemente. Na base disto, estará uma curta reflexão sobre os climas que já atravessei. E, de caminho, a mesma recomendação de sempre: não deixe de fazer a sua habitual visita ao jornal online «Serra d’Opa». Tem o link no final desta peça.
Agora, quando cai granizo durante 10 minutos é notícia de parangona! Quando eu era pequeno, na minha aldeia, havia granizo e neve e gelo durante meses… E as pessoas não se preocupavam demais com isso. Até os ditos populares, sabedoria acumulada em milénios de experiência, iam no sentido de valorizar a Natureza… Ah, e sabe que os dias começam a crescer a sério em Janeiro (quer dizer: há luz solar durante mais tempo em cada dia)? Vou contar-lhe coisas dessas nesta crónica, mas primeiro prometa que vai ler o «Serra d’Opa», gazeta regional online. A edição n.º 24 está «no ar». Basta abrir o link que vou inserir aí mais abaixo, no artigo propriamente dito. E tenha calma que a Natureza, quando traz frio, está a dar bons sinais. Melhores do que os propagados da economia nacional.
O Governador Civil da Guarda, Santinho Pacheco, iniciou esforços junto da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para que as viaturas circulem obrigatoriamente com correntes quando aparecer a neve na cidade da Guarda. Edição de Paula Pinto e Sara Castro da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).
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Baixas temperaturas e formação de gelo nas estradas que ligam à cidade do Sabugal deixaram a sede do concelho raiano «praticamente isolada» na sexta-feira, 3 de Dezembro.
Uma fada passou por cima de Ruivós e desenhou com um lápis branco as ruas, os telhados e as graníticas paredes da antiquíssima aldeia. Durante a noite de quinta para sexta-feira silenciosas plumas de neve construíram um mundo mágico, branco, puro e cristalino que brilhou ao sol até sábado, 4 de Dezembro.
NEVÃO EM RUIVÓS – 3 DEZEMBRO 2010
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Uma fada passou por cima de Ruivós e desenhou com um lápis branco as ruas, os telhados e as graníticas paredes da antiquíssima aldeia. Durante a noite de quinta para sexta-feira silenciosas plumas de neve construíram um mundo mágico, branco, puro e cristalino que brilhou ao sol até sábado, 4 de Dezembro.
GALERIA DE IMAGENS – NEVÃO EM RUIVÓS – 3-12-2010 |
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Face à imobilidade da região da Guarda nestes dias, devido aos nevões, Fernando Cabral, ex-deputado pela Guarda e ex-Governador Civil do Distrito, resolveu colocar na Internet uma petição à Assembleia da República defendendo a Criação de Unidade Especifica de Combate a Intempéries Invernais da Guarda.
O governador civil da Guarda, Santinho Pacheco, revelou esta terça-feira, 30 de Novembro, que ainda «durante este Inverno» a cidade mais alta ficará dotada com uma Unidade de Limpeza de Neve, cujo processo de aquisição está em fase de conclusão.
«A Guarda vai ter, durante este inverno, um Centro de Limpeza de Neve moderno e eficaz, constituído por uma viatura limpa-neves pesada, um veículo ligeiro para actuar no centro da cidade e também uma pá carregadora para carregamento de sal», disse à agência Lusa o governador civil Santinho Pacheco.
Segundo o representante do Governo no distrito da Guarda, a candidatura com vista à aquisição do equipamento já está elaborada e hoje participará em Lisboa numa reunião com o ministro da Administração Interna e o secretário de Estado da Proteção Civil, na qual o assunto será abordado.
«Espero que na reunião se possam limar as arestas do ponto de vista burocrático» do processo, admitiu, adiantando que a componente financeira comunitária e nacional «está mais do que prevista e assegurada», faltando apenas ultrapassar «aspectos burocráticos».
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Os primeiros flocos de neve da época começaram a cair, ontem, no maciço central da Serra da Estrela. Os operadores turísticos e hoteleiros da montanha mais alta estão preparados para a nova época de inverno e, apesar da crise económica, mostram-se «optimistas» em relação à procura daquele destino turístico.
Jorge Patrão, presidente da entidade regional de Turismo da Serra da Estrela, disse à agência Lusa esperar que apesar da crise, nos próximos meses «se reforce o turismo interno».
Recordou que em 2009 foram registadas «600 mil dormidas» nas várias unidades hoteleiras e de alojamento da região, admitindo que na época de 2010/2011 os números possam aumentar ou, pelo menos, manter-se.
«A região tem neve, alta montanha, ofertas de turismo cultural e de aventura para continuar a crescer nos próximos anos», concluiu.
«A crise poderá ter algum tipo de impacto, mas estamos mais optimistas do que pessimistas», disse à Lusa Ricardo Abreu, director de vendas e marketing da Turistrela, empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela, que possui dois hotéis (Serra da Estrela e Carqueijais), 30 chalés de montanha e explora a estância de esqui, na Torre.
Segundo o responsável, a empresa disponibiliza um total de 400 camas e aposta na qualidade da oferta e dos equipamentos, sendo a última novidade um SPA, no Hotel Serra da Estrela, localizado a 1 550 metros de altitude.
Ricardo Abreu adiantou que a procura já começou, salientando, a título de exemplo, que «para o fim de ano» os chalés encontram-se «esgotados». «Pelas nossa contas passaram cerca de dois milhões de pessoas pela zona da Torre», acrescentou.
«Este ano temos 32 ‘experiências’, desde aulas de esqui, a passeios pedestres e de jipe. Temos um conjunto de programas com diversos preços para dar a oportunidade a todas as pessoas que queiram visitar a Serra da Estrela», explicou.
O ensino de desportos de inverno às crianças vai continuar este ano, lembrando que, na última temporada, foram acolhidas na estância «cerca de cinco mil crianças de escolas de todo o país e até de Espanha».
A época oficial de funcionamento da estância de esqui da Torre é entre 1 de Dezembro e 30 de Abril, mas o director da Turistrela, que também dirige o complexo, assegura que «está pronta a abrir a qualquer momento».
A estância, dotada com nove pistas, irá receber ao longo do inverno eventos variados como provas provas de snowboard, de esqui e actividades inovadoras como o «snow volei» (voleibol na neve), entre outras «que serão uma forma de trazer as pessoas à Serra da Estrela», referiu a concluir.
jcl (com agência Lusa)