O coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco da CGTP, Luís Garra, apelou ontem, à desobediência civil face ao pagamento de portagens na auto-estrada da Beira Interior (A23).
Luís Garra considera a introdução de portagens nas SCUT como uma medida grave e dramática para a economia da região, podendo agravar o desemprego e criar maior instabilidade social. Perante a gravidade das possíveis consequências da medida, o dirigente sindical considera a possibilidade de recurso à desobediência civil como adequada. Se as portagens se tornarem uma realidade «não fica fora dos horizontes da União de Sindicatos, um apelo muito forte a desobediência civil, porque as medidas imorais e ilegítimas só podem ser combatidas com atitudes muito fortes e corajosas», disse o sindicalista.
A União de Sindicatos vai de resto apresentar aos partidos políticos representados na Assembleia da República uma proposta no sentido de manterem a A23 gratuita para os seus utilizadores, assim defendendo a região face à crise social e económica que vivemos.
O dirigente sindical proferiu estas palavras no decurso de uma acção de protesto contra as medidas de austeridade anunciadas pelo governo de Passos Coelho, declarando a abertura da «época oficial de caça ao Coelho», figura de estilo usada para vincar que o novo governo não vai ter tréguas. «Connosco não há estado de graça», afirmou Luís Garra.
Entretanto o presidente do Turismo da Serra da Estrela, Jorge Patrão, também enviou uma carta ao primeiro-ministro, alertando para as consequências das portagens, que poderão colocar em causa 111,5 milhões de euros de investimentos em curso no sector do turismo da região serrana.
O início da cobrança nas SCUT (A22, A24, A23, A25) poderá avançar já em Setembro deste ano.
plb