No discurso da cerimónia do dia do Comando Territorial da GNR da Guarda, acontecido a 2 de Dezembro, o coronel José Manuel Monteiro Antunes manifestou-se preocupado com a injustiça provocada pela criação de suplementos remuneratórios diferenciados que deixaram de fora os «patrulheiros» da GNR, que são aqueles que suportam piores condições de trabalho.
O coronel, dirigindo-se ao comandante operacional da GNR, general Meireles de Carvalho, que presidia à cerimónia, disse que «os patrulheiros suportam condições de trabalho difíceis e, muitos deles, também custos elevados em deslocações diárias de considerável distância entre os locais de residência e os postos onde trabalham, ao contrário de outros».
Na comemoração dos 96 anos de presença da GNR no distrito, o comandante congratulou-se com os resultados globais da actividade operacional ao longo do ano, «o que tem ajudado de forma significativa à manutenção e fortalecimento do sentimento de segurança dos cidadãos». Para o provar citou alguns indicadores, comparando resultados obtidos até ao final de Outubro deste ano com os alcançados em igual período do ano 2010. A criminalidade geral diminuiu 4,6%, para tal contribuindo a redução em 11,5% nos crimes contra a vida e em 9,7% nos crimes contra o património. Por outro lado, aumentaram significativamente as detenções em flagrante delito (mais 21,9% do que em 2010).
O comandante referiu ainda os benefícios resultantes da redução do horário de atendimento ao público em alguns postos, traduzidos num «aumento de patrulhas em proveito da segurança das populações».
Depois deu conta das dificuldades sentidas pela GNR do distrito da Guarda para executar as suas funções, devidas à falta de reparações em alguns quartéis e às dificuldades na substituição de viaturas antigas. Também se referiu às dificuldades «em implementar acordos para prestação de cuidados de Saúde, que evitem que os militares e os seus familiares se tenham que deslocar a outros distritos ou a ter que suportar directamente os custos de consultas e exames de diagnóstico quando não são possíveis nos serviços públicos de saúde»
«Seria bom que, senão todas, ao menos algumas destas preocupações tivessem solução para breve, para bem dos nossos militares», concluiu o coronel, que contudo deixou claro que, «não obstante estas preocupações enumeradas, o dispositivo deste Comando continuará a empenhar-se com devoção á nobre missão de zelar pela segurança de todos».
plb