A pedido do presidente da direcção da Associação Cultural e Recreativa da Torre, José Joaquim Marques, publicamos a convocatória da Assembleia Geral da Associação, que se realiza no dia 7 de Abril naquela localidade do concelho do Sabugal.
Ler MaisJosé Joaquim Marques nasceu há 39 anos no Sabugal. As voltas da vida levam-no até à Torre, anexa da freguesia do Sabugal, onde casou. Em 2003 é confrontado com o fecho do único café da aldeia e aceita o desafio de transformar as degradadas instalações da Associação num espaço mais acolhedor. Obra puxa obra e depois dos interiores foi tempo do parque de estacionamento, do palco das festas, do jardim infantil e da velha escola primária transformada em viveiro de vocações musicais. Há obra à vista na Torre.
José Joaquim Marques tem 39 anos e é natural do Sabugal. filho de Maria José e José Marques Lindeza, naturais do Fundão, que vieram para o Sabugal estabelecer-se com a abertura da Auto-Mecânica. Casou com Gabriela Marques na Torre e em Agosto de 2001 foi nomeado mordomo das festas de Nossa Senhora de Fátima. Na altura aceitou com a condição da receita apurada na festa ser investida na Torre. E nasceu a Associação Cultural e Recreativa da Torre. Mais pormenores na primeira pessoa…
– Em Setembro de 2003 vim passar um fim-de-semana à Torre. Entretanto chegaram ao pé de mim três pessoas – ti Domingos, José Saloio, Manuel Galdério – pedindo-me para fazer alguma coisa pela Associação da Torre. «A Ti Adorinda vai fechar o café e nós não vamos ficar aqui com nada», disseram-me. A Associação já estava constituída e este espaço onde nos encontramos por detrás da velhinha escola primária estava abandonado mas era o sítio ideal para instalar um espaço de convívio com bar. Decidi ir falar com a ti Adorinda e perguntei-lhe – sei que vai fechar, quanto é que quer pelas cadeiras, pelas mesas, pelo balcão, pela máquina de café? – e ela confirmou-me que fechava no final do mês. Pediu-me 1000 euros por tudo. E logo ali fechámos negócio.
– Quando é que abriram?
– Falei com o João Susano e preparámos tudo para abrir provisoriamente logo em Outubro. No sábado fomos comprar bebidas, guardanapos, copos, etc., e no domingo no final da missa avisámos que o bar da Associação já estava em funcionamento. Até hoje.
– Vê-se muita obra feita. A recuperação do edifício da sede, o palco das festas, o jardim infantil, o estacionamento…
– Investimos todas as receitas do bar e as quota dos sócios em melhoramentos. A Escola Primária estava quase destruída e decidi ir ter com o Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Morgado, a solicitar-lhe apoio. O Presidente pediu-me um orçamento com a indicação do que pretendíamos fazer. Como o edifício era propriedade da Câmara Muncipal e da Junta de Freguesia do Sabugal entrámos em negociações e conseguimos que o edifício fosse considerado património da Associação.
– As actividades decorrem ao longo do ano?
– Temos 230 sócios e organizamos actividades ao longo de todo o ano. Fazemos a fogueira de Natal, as Janeiras, convívios, torneios de sueca, caminhadas, btt’s e passeios pelo país. Antigamente as pessoas de mais idade da Torre ficavam em casa mas agora já vêm até à nossa sede para beber um cházinho, para conversar com os amigos. Até por isso vale a pena este esforço.
– A escola de música é uma grande aposta?
– A escola de música surgiu por intermédio de uma das nossas directoras, a Claude, e da Sílvia, ambas cá da terra. Todos os sábados, das 14 às 18 horas, temos 32 alunos que vêm aprender com um professor de Vilar Formoso. Comprámos bombos para tentar criar um grupo de bombos. Estamos a trabalhar para o concelho. Não recebemos nada por ter cá a escola de música. O espaço tem sido utilizado, também, para exposições de artesanato em parceria com a Casa do Castelo de Natália Bispo.
– Que projectos tem o presidente da Associação para o futuro?
– Gostaria de ampliar a sede da Associação e fazer uma piscina para tentar fixar os emigrantes durante todo o mês de Agosto na aldeia. Mas muito do trabalho feito só tem sido possível com a ajuda do João Susano, o Nabais, o Domingos e todos os outros.
«Temos feito uma grande obra que muito nos orgulha. e para esta gente da Torre continuo sempre com forças para continuar», diz-nos a terminar José Joaquim Marques, presidente da Associação Cultural e Recreativa da Torre.
jcl