Durante dois anos não há registos no diário… Os factos dão a entender que Joaquim Salatra foi suspenso do serviço da Caixa Geral de Depósitos, sendo-lhe movido um processo disciplinar, a par de uma acção médica para verificação da sanidade mental.
Acossado por toda a parte. A pintura de um bode numa folha de papel. Injúrias e ameaças. Silvino castigado por Deus. O lava-pés quaresmal.
Cartas imaginárias do Partido Comunista dirigidas à oficina de cromagem da Rua de Arroios, encorajando à perseguição ao beato jesuíta que ali mora.
O devasso Victor Martins e a moral colhida da Bíblia. O capitão que esmurrou o soldado. Perfídias de Silvino e saudades de Pulido.
Impõem-se autoritária. Uma lerda que vive nas trevas.Um pobre que bate à porta.A partilha de lucros e o piloto comunista.
Dores horripilantes de estômago atiram com Salatra para o hospital. Malvado enfermeiro Jorge. Além da mulher há outros perversos, mesmo no hospital.
Tiradas ordinárias de Veiga Cardoso. Gargalhadas face aos nomes de árvores na onomástica judia. Conversa com Magalhães de Abreu.
Regresso à repartição. Aviso para pagamento de prestação. Altercação com Cotrim na repartição.
Peregrinação a Fátima para a cura milagrosa. Doença fingida. Relíquias de Sâo Francisco Xavier. Punição disciplinar.
Amigos da mulher são inimigos de Salatra. Mulher deve mandar no marido. Maldito merceeiro, ladrão e comunista.
Partiram os vidros da janela à luz do dia. Garotos ofendem por ordem do merceeiro. Comunistas em conluio. Discussão com o ignorante Veiga Cardoso.
Salatra foi ao santuário de Fátima, por ocasião da peregrinação de 13 de Outubro, onde assistiu ao milagre da cura de Maria Casimira da Silva.
Carta ao amigo Francisco António Costa. Tentativa de reconciliação. Julgamento e condenação de Salatra. Só, contra o mundo.
De volta à Policia do Torel. Dificuldades na criação da secção da LIC. Leigo empenhado e respeitado. Inauguração de estátua a Salazar.
De volta à secção das transferências para carimbar papéis num vão de escada. A soberba como pecado mortal. A declaração que Silvino recusou assinar. O recado fingido de Maria Aldina.
O ódio volta a andar à solta na repartição. Os comícios de Eugénia e Veiga Cardoso. Fazer o serviço do sacristão Rodrigo. Uma capa da irmandade para entrar na Sé de Lisboa
Caim matou Abel motivado pelo ódio e pela vingança. Partir os queixos a um gajo. o trabalho degradante na enxovia e a visita do traiçoeiro Andrade.
O trabalho no arquivo e a lição do colega Amaro Ferreira. Visita à secção das transferências. Ladrões à solta com a conivência da Polícia do Torel e da Polícia de Vigilância.
Resistir heroicamente. Missa na igreja de Arroios pela alma de Zulmira. Transferência de secção apenas para castigo e humilhação.
Versos pornográficos na retrete pública da Rua da Emenda. Intriga visando a destruição. Nova administração da Caixa. A fome tudo subjuga.
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