Foi nesta Bruxelas acolhedora e generosa que aterrei numa noite húmida e abafada de Julho de 1972 em que a trovoada não tardaria a rebentar, mesmo antes de chegar a casa do meu porto de abrigo onde chegaria embebido de água até aos calcanhares.

Foi nesta Bruxelas acolhedora e generosa que aterrei numa noite húmida e abafada de Julho de 1972 em que a trovoada não tardaria a rebentar, mesmo antes de chegar a casa do meu porto de abrigo onde chegaria embebido de água até aos calcanhares.
Nos anos sessenta, o mundo da canção emergiu numa nova era através de um naipe de cantores, americanos e franceses, que compreenderam a época em que viviam e que a imortalizaram nas suas canções. Um dos grandes foi certamente Bob Dylan e a sua música «Blowing In The Wind» («Soprando ao Vento»). Parecia um jovem tímido, mas tinha uma voz poderosa, inconformista e uma nova maneira de fazer música. O som da harmónica lembrava-nos o realejo, de tradições populares, mas era muito genuíno e identificável com o povo americano.
Em virtude de a Oração de Sapiência, proferida pelo escritor, Dr. Joaquim Tenreira Martins, no Auditório do Sabugal, a 19 de fevereiro de 2018, por ocasião do IX Capítulo da Confraria do Bucho Raiano, ainda não ter sido publicada neste blogue, como tem sido hábito, vamos começar agora inseri-la, nesta época de Carnaval, repartindo-a em três partes.
Ventos favoráveis e convergentes conduziram apreciadores de arte e de música ao prestigioso centro cultural de Bruxelas, designado pelo diminutivo de BOZAR, edifício construído nos princípios do século passado pelo grande arquitecto de arte nova, Victor Horta (seria descendente de judeus portugueses?) para ver uma exposição de fotografias e de pinturas de rostos que na idade média poderiam ser chamados retratos.