Por ordem do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), o Castelo de Alfaiates encontra-se encerrado ao público devido ao perigo eminente de derrocada. Porém as obras de restauro do monumento não se perspectivam.
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O importante castelo de origem leonesa, depois estratégico forte defensivo português, está completamente abandonado e a sua torre de menagem pode ruir a qualquer momento.
O presidente da Junta de Freguesia de Alfaiates, Francisco Baltazar, falou ao Capeia Arraiana sobre o caso e demonstrou uma grande preocupação com a situação. «Há uns meses o director do IPPAR esteve na Câmara do Sabugal e prometeu recuperar o castelo de Alfaiates a curto prazo, mas depois deu o dito por não dito e desmentiu que estejam previstas obras de recuperação deste castelo», disse-nos o autarca visivelmente insatisfeito.
Entretanto, face ao real perigo de derrocada, nomeadamente do lado leste da torre de menagem, o IPPAR ordenou o encerramento do castelo. Os visitantes desta aldeia histórica raiana vêem-se assim privados de entrar neste importante monumento, o que muito desagrada ao autarca local.
Tratando-se de monumento nacional, a intervenção para consolidação do castelo apenas pode acontecer por ordem do IPPAR e com a sua supervisão, mas nada se perspectiva para os tempos mais próximos.
Alfaiates é uma terra cheia de monumentos, como a Igreja da Misericórdia, o pelourinho e o convento da Sacaparte, mas o castelo é sem dúvida o seu ex-libris, daí o anseio por uma urgente intervenção no monumento para se evitar a sua derrocada. «Essa é a maior obra que neste momento pode ser feita em Alfaiates, porque o castelo é o maior símbolo da nossa história», disse-nos Francisco Baltazar, que porém se mostra pessimista quanto a uma intervenção no monumento a breve trecho.
O castelo de Alfaiates foi declarado monumento nacional e foi afecto ao IPPAR em 1 de Junho de 1992.
Trata-se de uma construção muito sólida, feita em granito, com planta quadrada. Tem cubelos cilíndricos nos ângulos, seteiras, contruções adossadas, porta em arco, empena ângular rematada por cruz e pináculos piramidais, armas reais ladeadas por esferas armilares e Cruz de Cristo, e abóbada de berço quebrado.
A última vez em que o castelo foi intervencionado foi no ano de 1986, com a consolidação da torre de menagem e de um cunhal, colocação das Armas de Portugal numa das faces da torre, consolidação dos arcos e execução de remate dos peitoris de duas janelas.
plb