A Direcção Geral de Saúde (DGS) esclareceu que o vírus que foi diagnosticado em mais de 10 pessoas nas urgências do Hospital da Guarda é «sazonal» e não deve ser chamado «gripe A».
Estão confirmados 27 casos de gripe A no Hospital Sousa Martins, na Guarda. Além dos 16 profissionais de saúde já confirmados com gripe, os testes feitos a outros 11 revelaram-se positivos. A maioria dos casos refere-se a enfermeiros. Ao fim da manhã estavam identificados nove casos, sendo que os números foram actualizados ao longo do dia depois de conhecidos os resultados de testes entretanto realizados.
«Todos os infectados com gripe A estão em casa, com sintomas idênticos aos da gripe sazonal, sem gravidade. A situação está controlada e não foi necessário activar o plano de contingência para a gripe A», informou o presidente do conselho de administração, Fernando Girão.
Face à ausência dos enfermeiros, Fernando Girão explicou que as escalas estão a ser reforçadas «de preferência com profissionais vacinados», e que a situação não está a prejudicar os serviços do hospital.
São já mais de 30 os profissionais afastados do serviço. Desde quinta-feira, 6 de Janeiro, entre os profissionais de saúde, na sua maioria enfermeiros, foram diagnosticados 11 casos de gripe A e 16 casos de vírus do tipo B.
O Hospital Sousa Martins registou, entretanto, dois novos casos de gripe A, agora em doentes, que deram entrada já hoje nesta unidade.
Ouvida pela Rádio Renascença, a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, recorda que esta situação poderia ter sido evitada se os profissionais de saúde tivessem seguido as recomendações de tomarem a vacina.
A administração do Hospital de Guarda decidiu promover uma campanha especial de vacinação aos seus funcionários na próxima segunda-feira, embora recorde que não pode obrigar ninguém a vacinar-se.
jcl (com agência Lusa)
Para prevenir a disseminação do vírus H1N1, conhecido como gripe A, a Pastoral Nacional da Saúde da Igreja Católica portuguesa vai distribuir pelas paróquias, durante o mês de Agosto, milhares de folhetos informativos com orientações e medidas de higiene e desinfecção para as celebrações litúrgicas. Entre outras medidas é sugerido que nas missas a Comunhão seja tomada na mão e que o abraço da paz exclua o contacto físico.
Todos os dias há notícias sobre novos casos de gripe A em Portugal. A missão da Igreja, através da Pastoral da Saúde, consiste em assistir os doentes mas também em prevenir as doenças aconselhando formas de vida saudável a todos os católicos.
O papel dos sacerdotes e dos restantes agentes pastorais passa, também, por colaborar com a sociedade na prevenção das doenças.
As medidas «religiosas» de combate à gripe A foram debatidas e acordadas entre Vítor Feytor Pinto, coordenador da Pastoral Nacional da Saúde e o Ministério de Ana Jorge e aprovadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, órgão máximo da Igreja Católica.
Durante o mês de Agosto vão ser distribuídos pelas paróquias portuguesas milhares de panfletos com regras comportamentais para prevenir o contágio da população tanto na rotina diária como nas participações eucarísticas.
A Conferência Episcopal refere em comunicado que «as medidas aprovadas vão ser transmitidas pelos padres no final das cerimónias como uma mensagem de educação para a saúde dos cristãos» e estão definidas em três pontos.
1 – Seguir as orientações dadas pela Direcção-Geral da Saúde:
– Lavar as mãos com água e sabão com muita frequência;
– Se tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel que deve ser deitado fora de imediato;
– Se ficar doente, permanecer em casa;
– Evitar o contacto com pessoas com gripe.
2 – Nas celebrações litúrgicas, recomenda-se:
– Aos Ministros da Comunhão, Sacerdotes e Ministros Extraordinários, que purifiquem as mãos com solução anti-séptica, antes da distribuição da comunhão;
– Aos fiéis, que quanto possível, recebam a Comunhão na mão e não na boca, aliás segundo prática secular na Igreja;
– A todos, que reduzam o abraço da paz a um pequeno sinal ou inclinação da cabeça sem o contacto físico;
– Caso se sintam doentes os fiéis são aconselhados a não ir à igreja, para evitar o contágio, podendo assistir à celebração dominical através da televisão;
– A Igreja aplicará medidas ajustadas às recomendações gerais das autoridades nacionais. Se não houver jogos de futebol, grandes concentrações ou as escolas forem obrigadas a fechar também não haverá missas.
3 – Nos templos pede-se também para:
– Manter vazias as «pias de água benta» às portas da igreja, para não as tornar um foco de transmissão do vírus;
– Ter a Igreja suficientemente arejada, sobretudo em atenção ao número de fiéis nas celebrações dominicais.
A Conferência Episcopal esclarece ainda que as orientações não são normas litúrgicas mas apenas sugestões suficientemente claras para prevenir desde já a expansão da pandemia porque são «conselhos úteis e provisórios para o tempo de difusão da Gripe A, devendo evitar-se o alarmismo, mas reconhecendo que é da maior importância que a Igreja colabore nos programas de prevenção».
Ver artigo (Abril de 2009) de Vera Villanova sobre a Gripe H1N1. Aqui.
jcl