Eram tão lindos aqueles dias de sol a jorrar ouro lá da Xalma sobre o povoado…

Vinham ajudar os quadrazenhos a ceifar os fenos dos lameiros, já que em Quadrazais havia poucos homens adestrados nessa arte. Apareciam em Junho quando a erva estava meio seca. Era ceifada ainda um pouco verde para secar já ceifada no próprio lameiro e poder manter aquela cor de erva.
Manuel Leal Freire brinda-nos com um poema sobre o valoroso gadanheiro. O incansável aldeão que no tempo tórrido, empunhando a gadanha, cortava o feno nos lameiros para garantir o sustento dos animais. O bismulense de pena firme e de memória prodigiosa deslumbra-nos com a exortação dos valores maiores deste nosso recanto raiano.
Na cabeça do João das armas adensam-se tenebrosos pensamentos quando confrontado com o seu futuro. Ácidos autofágicos corroem-lhe as entranhas. Sente pela primeira vez a angustiam, e ansiedade, o desespero da sua impotência para alterar o rumo da vida. A cada momento que passa esta visão vai-o torturando, massacrando a sua alma, sem tréguas.
Rigorosamente, dieta é a adequação de cada um às suas necessidades de nutrição. Por ela, fornece-se ao indivíduo não só as quantidades de energia que a sua actividade reclama, mas também a qualidade requerida pelo perfeito equilíbrio dos seus órgãos essenciais.
É noite cerrada, noite gélida de inverno, esvoaçam densas nuvens sobre o cabeço vermelho, em direcção à serra da Xalma. Sopra o vento frio, agitando a ramaria do arvoredo, fustigando os rostos dos dois corpos, que se movem na escuridão. Como sombras, deslizam por veredas, a corta-mato, ou por caminhos tantas vezes calcorreados, de que parecem conhecer todas as pedras e portais.