Está marcada para o dia 8 de Julho, a partir das 15 horas no Largo de Santa Catarina, na Rebolosa, a XVI edição do Festival de Acordeonistas e Tocadores de Realejo.

Começo por referir que não sou um fiel seguidor do Festival da Eurovisão. Em todo o caso, colhi, de forma meramente ocasional, da cruzada festivaleira recentemente finalizada, algumas canções. Elegi duas delas para poder comparar: a vencedora e a que ficou em último lugar.
Acabou a época das capeias. Inevitavelmente, é tempo de fazer um balanço. À pergunta, como correu, a resposta que me sai é a mesma da ministra da Administração Interna à pergunta por que não foi aprovado o Estatuto da GNR. Bem… foi… sabe como é… um touro lá marrou… ninguém se magoou…
No sábado, dia 22 de Agosto, enquanto um vigoroso incêndio lavrava na zona de Sortelha, na outra ponta do concelho do Sabugal, em Aldeia da Ponte acontecia o 30.º Festival Ó Forcão Rapazes, juntando milhares de pessoas para assistirem à evolução do forcão manejado pelas equipas das aldeias raianas.
:: :: EFEMÉRIDES 2015 :: 23 DE AGOSTO :: :: O Capeia Arraiana publica diariamente as efemérides mais relevantes de cada data… Hoje destacamos a realização do primeiro festival do forcão, em 1986.
A quarta edição do Iberfolk, festival de música tradicional com créditos firmados nas terras sabugalenses, volta a realizar-se em Sortelha, palco das suas últimas duas edições. Acontecerá de 28 a 30 de Junho e é grande a expectativa face aos bons grupos musicais anunciados no programa.
A Freineda, freguesia raiana do concelho de Almeida, recebeu no domingo, dia 16 de Setembro, um vistoso e colorido festival de pára-quedismo, ao qual assistiu um mar de gente. Tratou-se de uma iniciativa diferente que conferiu uma nova dinâmica à tradicional e muito apreciada festa de Santa Eufémia.
A arenonave levantava sucessivamente da pista da Dragoa, na Ruvina, levando a bordo quatro paraquedistas. Depois de ganhar altura aproximava-se da Freineda e largava os pára-quedistas, que primeiramente desciam em queda livre e depois accionavam os paraquedas, que logo coloriam o céu. Os primeiramente pontos minúsculos, lançados a três mil metros de altitude, ganhavam dimensão à medida em que se aproximavam do solo e, cada um de sua vez, faziam-se ao campo de futebol, em cujo centro estava instalado o ponto de aterragem, onde tentavam pousar demonstrando o controlo e a precisão do salto.
O imenso povo aplaudia os corajosos homens que desciam dos céus em vagas sucessivas. De manhã ocorreram três sessões de saltos, cada uma com quatro paraquedistas e á tarde tiveram lugar outras tantas sessões, assistindo-se no total a 24 saltos e sequentes chegadas ao solo.
A organização esteve a cargo da Comissão de Festas, auxiliada por José António Reis, um militar da Força Aérea, que se empenha em trazer à sua terra e à região novas dinâmicas que fazem a diferença. Desta vez a aposta foi o festival de pára-quedismo, que apenas foi possível dada a colaboração do Pára-Clube Boinas Verdes, contando ainda com outras preciosas colaborações, entre as quais as dos proprietários do aeródromo da Dragoa.
Capeia Arraiana esteve presente e testemunhou in loco o grande sucesso da iniciativa, que se desenvolveu a par com a festa e feira de Santa Eufémia.
plb
A Freineda, e toda a Raia, vão assistir pela primeira vez a um festival de pára-quedismo. Este domingo, dia 16 de Setembro, a Comissão de Festas de Santa Eufêmia 2012 da Freineda vai proporcionar momentos inéditos nos ares raianos. O avião vai estar estacionado no aérodromo da Dragoa, na Ruvina, concelho do Sabugal, e levantará voo para levar os pára-quedistas em duas vagas de manhã e duas da parte da tarde: os saltos sobre o Largo de Santa Eufêmea, na Freineda, com seis «páras» de cada vez estão marcados para as 11:00 e para as 11:45 e para as 16:00 e 16:45 horas.
jcl
Os encerros e as capeias arraianas na Raia sabugalense têm um novo protagonista. Chama-se José Manuel Monteiro Duarte mas todos o conhecem por «Fininho». O ganadero tem apresentado nos dois últimos anos excelentes curros com destaque para a recente Capeia de Aldeia do Bispo onde houve um reconhecimento unânime da qualidade dos toiros em praça. «No dia em que acabarem os encerros e as capeias a Raia perde a sua identidade», diz-nos quem sabe do que fala numa conversa descontraída onde confessou que agora o grande objectivo é fazer uma corrida no Campo Pequeno, em Lisboa.
José Manuel Monteiro Duarte, o «Fininho» como é conhecido na Raia sabugalense, nasceu há 41 anos na freguesia de Famalicão da Serra, concelho da Guarda.
«Comecei sozinho em 1994», lembra o ganadero no início da nossa conversa no Café do César, na Ruvina, onde chegou à hora marcada acompanhado da mulher Joaquina. A entrevista esteve inicialmente marcada para a quinta onde tem os toiros mas um calendário muito preenchido no mês de Agosto deixou essa visita para futura oportunidade. O terreno com muitos carvalhos vai desde o caminho agrícola da descida da Laje da Guarda até ao rio Côa contornando o cabeço da Senhora das Preces, local de romaria dos ruvinenses.
Voltando às memórias dos primeiros tempos diz-nos que aprendeu muito com o ganadero Manuel Rui, para quem trabalhou e a quem namorou uma filha. «Era o maior das touradas», diz com admiração.
– Qual foi a primeira capeia que realizou na Raia sabugalense?
– A primeira corrida, uma garraiada, com toiros meus teve lugar a 10 de Junho de 1994 numa praça desmontável em Famalicão da Serra. Fui comprar os animais ao Ribatejo e no primeiro ano e meio fiz 19 corridas. A minha primeira corrida na Raia foi em Aldeia do Bispo na tradição capeia do Carnaval. Nesse tempo ainda tinha os toiros a pastar em Famalicão mas tomei a melhor decisão da minha vida. Optei por vir sozinho para a terra dos toiros. Aqui é que é o Mundo das touradas e dos cavalos. Nesse tempo, no tempo do Emiliano e do Paco, os encerros tinham muito peso. Curiosamente, de há dez anos para cá, voltaram a ter muita participação e fui obrigado a comprar cabrestos. Os encerros trazem muita gente. No dia em que acabarem os encerros e as capeias a Raia perde a sua identidade.
– Considera-se um ganadero?
– Em vinte anos já realizei mais de 400 corridas em concelhos como o Sabugal, Guarda, Almeida, Bragança, Águeda, Aveira, Penamacor ou Castelo Branco. Fiz um enorme investimento nestes dois últimos anos para mudar a forma de trabalhar melhorando os pastos, a alimentação e o transporte dos toiros separados em gaiolas. Considero que tenho todas as condições para ser reconhecido como ganadero e tenho ganas de triunfar. Além disso faltava-me um braço direito que encontrei na minha mulher Joaquina com a qual faço uma equipa. Foi como encontrar uma agulha no palheiro. A Joaquim passou de guardadora de ovelhas para tratadora de toiros. Foi uma mudança radical mas que está a valer a pena. Tem evoluído muito rapidamente e de forma surpreendente na maneira de ver e perceber o que é bom para o forcão. Já vai a pé fechar os toiros e as vacas de quatro e cinco anos.
– Como aconteceu aquela colhida no encerro de Nave de Haver?
– Já apanhei cornadas valentes há cerca de 15 anos com um toiro em pontas. Já este ano, em Nave de Haver, levei umas cambalhotas valentes no encerro a cavalo. Acontece. Normalmente ando no meio dos toiros sem problemas. Eles têm muita sensibilidade e percebem se estamos com medo ou não mas temos de mostrar que quem manda somos nós. São animais que aprendem depressa e que sabem quem os traba bem. Há momentos em que me deito na majedouro onde comem mas também já tive de subir a correr para os carvalhos mais perto.
– Como se escolhe um toiro para o forcão?
– Para bater bem ao forcão o toiro tem de ser macio e meigo. Os que levei à Capeia de Aldeia do Bispo, na semana passada, eram todos perfeitos. Tenho as corridas separadas em cada parque porque não convém juntar animais de ganaderias diferentes. Cada toiro faz uma corrida ao forcão e depois vai para o matadouro. Prefiro o gado português e já estou a trabalhar com várias ganaderias para preparar as corridas do próximo ano. Para criação própria tenho vacas de ventre a parir desde há cerca de três anos.
– Há cuidados especiais para preparar uma corrida como o Festival «Ó Forcão Rapazes»?
– Foi a Joaquina que escolheu a ganaderia Ortigão Costa mas tivemos em conta o orçamento. Os nove toiros (mais um sobrero de reserva) para o Festival «Ó Forcão Rapazes» têm apresentação, idade, peso, terapio e qualidade para não falharem. A «Ortigão Costa» é uma ganaderia de muita tradição que manda toiros para o Campo Pequeno, para Espanha e para França. A responsabilidade e o número de corridas e encerros obrigou-me a aumentar a equipa com alguns amigos que me acompanham. No entanto ainda não dá para viver exclusivamente das corridas. Os alimentos estão muito caros e, por isso, fora da época alta trato dos animais e dedico-me à venda de lenha.
– A temporada de 2012 está a correr de feição…
– Está a correr muito bem. Um passo importante que dei para chegar aqui foi um encerro nos Fóios há três anos em que me deram muito valor porque já há mais de 40 anos que não encerravam o gado todo. Esta temporada destaco os encerros e capeias de Aldeia do Bispo, Rebolosa, Fóios e, claro, o Festival da praça do Soito. Outros momentos importantes foram o encerro de Nave de Haver e a corrida em Vale da Mula que está a ganhar muito peso na região. Em Vila Boa animaram-se e voltaram a fazer uma corrida após mais de 20 anos muito por culpa dos meus amigos Manuel António, do filho e do Manuel «Forneiro» que também me andam a ajudar. (Enquanto conversávamos ficou apalavrada com o mordomo Carlos Pina Solito a garraiada da Bismula para o dia 22 de Agosto).
A Joaquina foi uma espectadora atenta de toda a conversa e apenas interveio para destacar as qualidades do nosso entrevistado. «O Zé Manel nasceu para ser ganadero. Está-lhe no sangue. Às vezes para embolar um toiro senta-se em cima dele com um àvontade como se estivesse a lidar com gado manso.»
A terminar o «Fininho» confessou um desejo: «Agora tenho como grande objectivo fazer uma Capeia Arraiana na Catedral em Lisboa.»
Contactos: Telemóvel: 963 912 967. Facebook: Ganaderia José Manuel Duarte Fininho.
Os toiros do Festival Ó Forcão Rapazes podem ser vistos Aqui.
O José Manuel Duarte surpreende por manter uma expressão quase inalterável ao longo da conversa. Transmite convicção, gosta de pormenorizar os factos e percebe-se que tem as ideias arrumadas.
jcl
A Câmara Municipal de Penamacor vai promover, de 24 de Outubro a 5 de Novembro, o 1.º Festival do Borrego Churro, espécie ovina autóctone que tem o seu solar no Concelho de Penamacor. O principal objectivo deste festival é promover a ovelha churra em termos gastronómicos, como mais uma iguaria da cozinha regional da Beira Interior.
Realizou-se em Aldeia da Ponte mais uma edição do festival «Ó Forcão Rapazes», onde os pegadores de nove povoações do concelho do Sabugal com tradições tauromáquicas arreigadas mostram como se lida o toiro com o forcão, perante uma praça a abarrotar de gente.
A tarde acalorada e abafada de 20 de Agosto ficou marcada nas terras raianas pela excelente exibição na lide dos toiros com forcão, num espírito de rivalidade e de competição entre as diferentes aldeias, onde o convívio e a amizade entre os povos raianos também teve lugar. A força dos toiros de Zé Nói, ficou desde logo evidente com a forte investida do primeiro deles no forcão de serviço, cuja trave fronteira foi literalmente partida, deixando o instrumento inoperacional. O forcão suplente sofreu também com as imponentes investidas, com as galhas de carvalho a quebrarem-se sucessivamente, o que motivou a intervenção dos «especialistas», que, munidos de galhas novas e ferramentas apropriadas, consertaram o forcão em plena arena.
A evidente força dos touros, não deixou de motivar queixas de uma ou outra equipa que viu quedar-lhe em sorte um boi com menor sentido em investir nas galhas do forcão. No geral assistiu-se a boas intervenções, que cumpriram o objectivo de demonstrarem a espectacularidade da capeia arriana, enquanto diversão tauromáquica num ano em que o Município sabugalense avançou com a candidatura desta tradição a património imaterial da humanidade.
Para além dos touros e do forcão a tarde tórrida de Agosto proporcionou momentos de confraternização entre os povos das aldeias, malgrado a rivalidade e a disputa pela melhor pega. A solidariedade esteve exemplarmente à vista quando um elemento da equipa de pegadores de Aldeia da Ponte se sentiu mal durante a lide, num momento em que o toiro investia rijo. Face ao percalço, de que muitos mal se aperceberam, os rapazes de outras equipas saltaram para a arena, desviando a atenção do touro e retirando em ombros o jovem indisposto para a trincheira, onde foi prontamente assistido pelos bombeiros voluntários do Soito.
O festival «Ó Forcão Rapazes», é um excelente momento de divulgação da tradição raiana e de demonstração da bravura e coragem das suas gentes. Muitos vieram de longe para assistirem à excelente demonstração, o que traz à evidência a potencialidade da capeia arraiana como promoção do concelho do Sabugal.
A importância do festival na divulgação da capeia exige uma mais cuidada organização do evento. O ritual associado a esta tradição tem que ser mais bem cuidado e o orador de serviço (o nosso estimado amigo Esteves Carreirinha) deveria seguir um guião mais formal, no sentido de dizer apenas o que era necessário e no momento adequado. Os tempos mortos poderiam ser ocupados com alguma animação. É necessário fazer algo mais pelo Festival, dando-lhe outra dinâmica, numa altura em que o mesmo pode ser aproveitado como um dos grandes pólos de divulgação da Capeia Arraiana face à candidatura a património da humanidade.
plb
Os congressistas da área do turismo do 1.º Festival Internacional da Memória Sefardita que decorreu na Guarda defenderam a criação de uma rede nacional de judiarias. A iniciativa, onde participou o historiador Jorge Martins, foi promovida pela entidade regional de Turismo Serra da Estrela juntou no TMG judeus e especialistas nacionais e estrangeiros.
GALERIA DE IMAGENS – FESTIVAL SEFARDITA – 1 A 7-11-2010 |
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jcl
«A República e os Judeus» é o mais recente livro do historiador Jorge Martins. Após o lançamento na Câmara Municipal de Lisboa o autor desloca-se ao Sabugal no dia 7 de Novembro para apresentar o livro na Casa do Castelo.
«A República e os Judeus» é o mais recente livro editado pelo historiador Jorge Martins. A cerimónia de lançamento teve lugar na Câmara Municipal de Lisboa, no dia 17 de Outubro, com a apresentação a cargo de Miguel Real, autor do prefácio do livro e do actor Jorge Sequerra que fez a leitura dramatizada de textos da época da implantação da República.
«A capa de «A República e os Judeus» teve um percurso curioso» recorda Jorge Martins no seu blogue «Portugal e os Judeus» acrescentando que «o talentoso artista, Jorge Machado-Dias, que tem feito as capas dos meus livros editados na Vega, resolveu criar um blogue onde expõe o seu processo de criação, exibindo os projectos exploratórios até chegar à capa final». Como a ideia era associar os judeus à República a foto escolhida, publicada na revista Ilustração Portuguesa em 1915, mostra o presidente da República, Teófilo Braga e o seu secretário particular, o judeu Levy Bensabat (primeiro à direita).
O filósofo Miguel Real considerou no prefácio da obra: «Pelos seus livros publicados nomeadamente os 3 volumes de Portugal e os Judeus (2006) e a Breve História dos Judeus em Portugal (2009), Jorge Martins é hoje, indubitavelmente, o maior historiador português vivo do judaísmo. Não é de admirar, assim, que, em harmonia com as Comemorações do I Centenário da República, ora seja publicado o seu estudo A República e os Judeus (…)
No século XX, especialmente no tempo da I República, são exemplarmente estudados e realçados os casos dos projectos de colonização judaica de Moçambique e de Angola, que teriam mudado radicalmente a face económica e religiosa destas colónias portuguesas, elevando em muito o seu peso estratégico internacional, alterando porventura a totalidade subsequente da história portuguesa deste século (…)
Se, por via da política do confronto directo com as instituições católicas, existe claramente uma “questão religiosa” na I República, não existe, como o estudo de Jorge Martins o prova com clareza, uma “questão religiosa” com as comunidades judaicas portuguesas. Não existe, portanto, uma “questão judaica” na I República.
Um livro de aconselhável leitura no ano do 100º aniversário da implantação da República.»
Cerca de um ano depois, no dia 7 de Novembro, o autor desloca-se ao Sabugal para apresentar mais um livro na livro na Casa do Castelo. Recorde-se que a 17 de Outubro de 2009 apresentou em sessão pública, também na Casa do Castelo, o livro «Breve História dos Judeus em Portugal» e lançou o desejo de juntar vontades para proporcionar o estudo e divulgação dos vestígios judaicos no Sabugal assim como o lançamento das bases de um roteiro judaico para o território raiano.
O historiador Jorge Martins é um dos congressistas do I Festival Internacional da Memória Sefardita organizado pela Turismo Serra da Estrela entre os dias 1 e 7 de Novembro. Na manhã de quinta-feira, dia 4, no TMG-Teatro Municipal da Guarda o especialista em história judaica será o moderador do 3.º painel intitulado «A fronteira da vida de Aristides de Sousa Mendes» e participará como orador no 4.º painel «O Impacto da herança Judaica no Turismo» onde falará dos Judeus do Sabugal.
jcl
O Museu Judaíco de Belmonte foi o cenário escolhido para a conferência de Imprensa de apresentação do 1.º Festival Internacional da Memória Sefardita que decorre entre os dias 1 e 7 de Novembro na região da Serra da Estrela.
«São esperados cerca de 500 participantes no 1.º Festival Internacional da Memória Sefardita que vai ter lugar, entre os dias 1 e 7 de Novembro, nos concelhos de Belmonte, Guarda e Trancoso», anunciou esta quinta-feira, 7 de Outubro, no Museu Judaíco de Belmonte o presidente da Turismo Serra da Estrela, Jorge Patrão.
Na mesa estavam presentes os presidentes Jorge Patrão (Turismo Serra da Estrela), António Mendes (comunidade Judaíca de Belmonte), Amândio Melo (Belmonte), Joaquim Valente (Guarda), Júlio Sarmento (Trancoso) e António Robalo (Sabugal).
O presidente da comunidade judaica de Belmonte, António Mendes, confessou nunca pensar que fosse possível a realização de um festival sobre judaismo como o que estava a ser ali apresentado. «Os judeus sempre se esconderam», lembrou.
Este festival vai permitir aos descendentes de judeus sefarditas, originários de Portugal e Espanha e espalhados pelo Mundo, ouvirem falar sobre as suas raízes numa região que tem uma grande herança judaica.
Jorge Patrão considerou que «o Museu Judaico de Belmonte, onde se mantém uma comunidade activa com a respectiva sinanoga, as rotas de antigas judiarias na vila, na Guarda e em Trancoso, o azeite, o vinho e queijos Kosher, alimentos que obedecem à lei judaica, produzidos nas Beiras permitem apostar num turismo durante todo o ano alternativo à sazonalidade da neve da serra da Estrela».
«O Sabugal começa agora a dar os primeiros passos a fazer um levantamento de uma história muito importante ocorrida nesse concelho. Os primeiros levantamentos intra-muralhas, e não só, já foram feitos e um deles foi posto a descoberto e está aberto ao público numa casa muito próximo do castelo que fazia parte da antiga judiaria – a Casa do Castelo – onde foi preservado durante as obras um Aron Hakodesh, um local dedicado à oração de uma casa sefardita, de um habitante judeu, que o manteve escondido com taipas ou portadas por causa da Inquisição. Quando descobrimos peças destas estamos a descobrir o nosso passado. Penso que foi isso, também, que deu motivação à Câmara do Sabugal para integrar as rotas judaicas da serra da Estrela», divulgou durante a conferência de Imprensa Jorge Patrão.
Em resposta a uma questão da Rádio Caria o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, esclareceu que «o concelho do Sabugal ainda não está no patamar destes três municípios que participam no primeiro festival sefardita mas a minha presença é uma manifestação de solidariedade com a criação de uma rede temática pelos municípios presentes – destaco a capacidade do Turismo Serra da Estrela de concretizar este iniciativa – e a minha convicção, na sequência de estudos e a actividade que alguns particulares têm desenvolvido no concelho, que esta é uma área que temos de trabalhar com a ajuda de todos contribuindo para esta causa e para a promoção desta rede» porque em consequência do fluxo turístico que vai gerar «a região e a serra da Estrela vão ficar mais conhecidos e mais promovidos».
O autarca sabugalense aproveitou ainda para dizer que «há empenho da Câmara em coordenação com o belo gabinete de arqueologia e o pelouro da cultura e o apoio de outras entidades que já têm um trabalho mais avançado e mais experiência nesse ramo e estamos a equacionar as opiniões dos especialistas que recentemente visitaram o centro intra-muralhas do Sabugal e identificaram mais algumas casas judaicas de grande valor histórico».
O primeiro evento em Portugal focado na memória sefardita inclui um congresso que decorre nos dias 2, 3 e 4 de Novembro no TMG-Teatro Municipal da Guarda. As palestra contam com a presença, entre outros, do ilustre historiador Jorge Martins (cronista no Capeia Arraiana) nos painéis «A fronteira da vida de Aristídes de Sousa Mendes» e «O impacto da herança judaica no turismo» onde vai falar sobre a presença dos judeus no Sabugal e o Aron da Casa do Castelo. O programa inclui ainda visitas culturais (com possível passagem pelo Aron Hakodesh na Casa do Castelo no Sabugal) e concertos evocativos do passado judaico.
O programa do congresso destaca a presença de personalidades de renome nacional e internacional. Na Guarda está prevista a apresentação da Casa da Memória, Identidade e Património Aristídes Sousa Mendes, visitas à sé catedral, antiga judiaria e igreja de São Vicente.
No dia 2, em Belmonte, os participantes são recebidos na Comunidade Judaica de Belmonte, com palestra do Rabino Elisha Salas e dirigentes da Shavei Israel com visita à sinagoga, bairro judaico, castelo, museu judaico e museu à descoberta do Novo Mundo.
Em Trancoso, no dia 4, vai ser apresentado o Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso, feita a aposição de carimbo e lançamento de selos comemorativos da Memória Sefardita e um concerto de encerramento pelo coro misto da Beira Interior.
De referir ainda que o 1.º Festival Internacional da Herança Sefardita tem o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva e do Alto Comissário para os Refugiados, António Guterres.
«Mas que os há, há» é o que me apraz dizer perante o reconhecimento unânime da importância da herança histórica das comunidades judaicas no Sabugal. Este reconhecimento público do Aron da Casa do Castelo e das casas judaicas intra-muralhas é, também, o reconhecimento do trabalho e da persistência de Natália e Romeu Bispo na preservação dos seus achados arqueológicos e judaicos. Chegou tarde mas chegou.
jcl
O 1.º Festival Internacional da Memória Sefardita decorre entre os dias 1 e 7 de Novembro de 2010 nas cidades Guarda, Trancoso e Belmonte. A iniciativa do Turismo Serra da Estrela conta com o alto patrocínio de Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa e inclui, no dia 3 de Novembro, uma visita a Sortelha e ao Sabugal.
A cerca de quatro meses do início do I Festival Internacional da Memória Sefardita, que terá lugar na Serra da Estrela, de 1 a 7 de Novembro de 2010, a organização recebeu o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva.
Este contributo demonstra a relevância deste evento para a divulgação de Portugal como país fortemente marcado pela Sefardita e sua herança ainda hoje presente em inúmeras localidades.
Um dos momentos altos do Festival será o Congresso que terá lugar no Teatro Municipal da Guarda, de 2 a 4 de Novembro de 2010.
A atestar a importância da temática do Congresso está confirmada a presença de oradores de renome nacional e internacional, focados no estudo do mundo Sefardita.
Alguns dos participantes: Tzvika Schaick, Curador e Director do Museu Dona Gracia em Tiberíades; Marques de Almeida, Coordenador Executivo e Científico da Cátedra de Estudos Sefarditas, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; José Alberto Rodrigues Tavim, Centro de História, Departamento de Ciências Humanas do Instituto de Investigação Científica Tropical de Lisboa e membro da Comissão Executiva da Sociedade de Estudos dos Judeus Sefarditas e da Diáspora Sefaradi, Universidade Hebraica de Jerusalém; Dov Stuczynski, Universidade de Bar-Ilan, Tel Aviv; Antonieta Garcia, Universidade da Beira Interior; Elvira Mea, Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Herman Salomon, Professor Catedrático da Universidade de Albany, E.U.A.; e Yom Tov Assis, professor de História Judaica Medieval na Universidade Hebraica de Jerusalém e Presidente do Instituto Ben Zvi em Jerusalém.
A organização pertence ao Turismo Serra da Estrela, aos municípios da Guarda, Belmonte e Trancoso e à Alegretur. O lema da iniciativa é «Venha descobrir a Serra da Estrela e junte-se a nós no I Festival Internacional da Memória Sefardita!»
As inscrições podem ser feitas no portal oficial do Festival. Aqui.
Secretariado do Festival: secretariado@leading.pt
jcl (com Turismo Serra da Estrela)