A adaptação de Tim Burton do clássico da literatura infantil escrito por Lewis Carroll, «Alice no País das Maravilhas», é um filme diferente para os padrões do realizador, mais colorido do que é habitual.
A chegada às salas de cinema de «Up – Altamente», o mais recente filme de animação do estúdio Pixar, veio comprovar que esta empresa criada no seio da Apple é uma das principais fábricas de cinema animado actualmente.
«Up» é mais um daqueles filmes mágicos que estávamos habituados a ver sair da Disney há uns anos atrás. Entretanto o estúdio do rato Mickey acabou por ser substituído pela Pixar como o estúdio de animação por excelência, pois este não só conseguiu fazer evoluir a animação para um outro nível, recorrendo às tecnologias digitais (de início este tipo de animação era vista como uma brincadeira e sem futuro), como também criou histórias animadas que são das melhores que se fazem nos dias de hoje. Talvez o passado da empresa dentro da Apple, a fabricante dos Macintosh ou do iPhone, lhes tenha dado a experiência necessária para avançarem nesta aventura de sucesso.
Depois do robot «Wall-E» o filme deste ano da Pixar chama-se Up – Altamente. É a história de um velhinho rabugento (igualzinho às personagens dos filmes interpretados por Jack Lehman e Walter Matthau) que vive sozinho depois da morte da sua esposa, namorada de infância, e decide cumprir um dos sonhos dos dois: ir até à América do Sul ao encontro de sítios inóspitos. Com ele vai um jovem explorador a quem lhe falta uma medalha para subir na sua ‘carreira’, precisamente a missão de ajudar um idoso.
E uma vez mais a Pixar consegue apresentar um filme mágico, à semelhança de outros tantos que à partida parecem filmes para crianças, mas que nos fazem regressar aos velhos clássicos do cinema graças a pequenos pormenores. Além das já referidas parecenças da personagem principal com dois actores do cinema clássico, este filme bem podia ter sido realizado na época áurea dos filmes de aventuras, que Indiana Jones de Steven Spielberg tão bem veio recuperar nos anos 1980. Em Up encontramos uma viagem a um local exótico, criaturas com mil cores e até um vilão maquiavélico e sinistro. Ou seja, tudo o que existia nos filmes de aventuras que fizeram sonhar os espectadores de cinema nos anos 1940/1950.
Com este filme, a Pixar prova uma vez mais que está já enraizada como uma das principais fábricas que ainda consegue fazer magia em Hollywood.
«Série B», opinião de Pedro Miguel Fernandes
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