Pedro Santana Lopes recusou na noite de quarta-feira, 26 de Setembro, continuar a entrevista com a jornalista da SIC-Notícias Ana Lourenço depois de ter sido interrompido por um directo que acompanhou no aeroporto de Lisboa o regresso a Portugal de José Mourinho e família.
O deputado Pedro Santana Lopes, ex-líder do Partido Social Democrata e ex-primeiro-ministro de Portugal não gostou de ser interrompido ontem, 26 de Setembro, no Jornal da Noite da SIC-Notícias e abandonou o estúdio a meio da entrevista.
O facto tem contornos inéditos na comunicação social em Portugal e a partir de agora atrevemo-nos a dizer que Santana Lopes já pode ser considerado o «special one» dos directos televisivos.
Tudo aconteceu quando a meio da entrevista a jornalista Ana Lourenço recebeu ordens da régie para passar a emissão para o aeroporto de Lisboa onde acabava de chegar José Mourinho acompanhado da família. O ex-treinador do Chelsea não prestou declarações à comunicação social e o directo limitou-se à imagem de Mourinho a entrar no automóvel e a seguir viagem.
Em declarações à Agência Lusa, Santana Lopes considerou-se desrespeitado pelo canal televisivo porque «a mim não me interrompem com a chegada de um treinador de futebol. Acho que há regras, a SIC tem regras diferentes das minhas. Tenho que ser respeitado», referindo ainda que apesar de se sentir cansado, aceitara o convite da SIC-Notícias para uma entrevista sobre o «estado das coisas» nas Directas do PSD, marcadas para sexta-feira.
A campanha dos candidatos social-democratas baixou de nível durante esta semana com Marques Mendes e Filipe Meneses a protagonizarem episódios lamentáveis de acusações mútuas.
Por um lado o Conselho de Jurisdição do partido está a ser acusado de parcialidade e tendenciosas decisões beneficiando a candidatura do actual líder. Por outro está por explicar a facilidade com que uma só pessoa pode pagar quotas «por atacado» para aumentar o número de militantes com direito a voto parecendo ser acto «normal» e de sempre.
Os critérios editoriais valem o que valem e podem sempre ser justificados como Ricardo Costa fez questão de dizer. Para o responsável editorial da SIC-Notícias «um canal com 24 horas de informação pode e deve fazer este tipo de interrupções sempre que se justificar».
O que fica por explicar é se o entrevistado fosse Pinto Balsemão, Mário Soares, Jorge Sampaio, António Guterres, Durão Barroso ou mesmo o actual presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (irmão de Ricardo Costa) o critério editorial também justificaria a interrupção da entrevista. Gostemos ou não, o deputado Pedro Santana Lopes, também já ocupou lugares de relevo na vida política portuguesa e possivelmente «o País deve estar mesmo doido».
jcl