A Câmara Municipal da Guarda decidiu optar pelo modelo «fusão por incorporação» como solução para as empresas municipais Culturguarda e Guarda-Cidade Desporto que vão dar lugar à nova empresa Guarda-Cultura e Desporto com capitais superiores a 14 milhões de euros.
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A Culturguarda vai produzir para a Câmara Municipal da Guarda duas visitas encenadas para este verão, que propõe dois roteiros distintos no concelho da Guarda: «Passos à volta da Memória III: A Presença Judaica na Guarda» e «Passos à Volta da Memória IV: Romagem Teatral ao Cabeço das Fráguas».
Trata-se de roteiros divertidos e originais que prometem surpreender visitantes e turistas.
O roteiro «Passos à Volta da Memória (III): A Presença Judaica na Guarda» está previso para o período de 19 de Junho a 31 de Agosto, às 17h30, de Terça a Sábado17h30, com início na Praça Luís de Camões, estão previstas 54 sessões.
A coordenação geral é de Américo Rodrigues, sendo o texto e encenação de Antónia Terrinha, e a interpretação de Antónia Terrinha ou Isabel Leitão.
«Seja bem-vindo quem vier por bem» é o mote para uma visita ao «tempo e espaço» daquilo que foi a presença dos Judeus na Guarda. Entre cultura, tradições e fé, os visitantes são convidados a assistir a uma história, que embora ficcionada, podia muito bem ter acontecido. Percorrendo as suas ruas, visitando suas casas, observando seus altares, damo-nos conta daquilo que foram os amores e desamores, hábitos e perseguições de hebreus. São estes os ingredientes duma visita que pretende chamar a atenção para esta comunidade que tanto contribuiu para o desenvolvimento da cidade.
A encenadora Antónia Terrinha começou o seu percurso no Teatro O Bando, tendo passado por outras companhias como A Comuna e a Cornucópia. Esteve ligada a projectos de teatro infantil, como actriz e como encenadora. Dirigiu com Cândido Ferreira a Companhia do Teatro Chaby Pinheiro da Nazaré e fundou a companhia «Teatro em Curso». Participou também em filmes para cinema e televisão.
O segundo roteiro cultural de Verão na Guarda, «Passos à Volta da Memória (IV): Romagem Teatral ao Cabeço das Fráguas». Está previsto para o período de 14 de Julho a 22 de Setembro, das 16h30 às 20h00, todos os Sábados, num total de 11 sessões.
A partida será do Largo Dr. João de Almeida (junto à Igreja da Misericórdia), sendo a viagem em autocarro até ao lugar de Demoura. Dali ao Cabeço das Fráguas o percurso será a pé. Tem um limite de 25 participantes e caba bilhete custará 5 euros.
A Culturguarda recomenda o uso de roupa e calçado confortáveis, bem como de chapéu e protector solar. Os participantes devem levar água e uma merenda para partilhar no final.
A montanha sobe-se e os vales, antes caminhos, tornam-se horizontes aos olhos de todos. O Cabeço das Fráguas será transformado nesta migração de sensações. Da História à lenda. Do Teatro ao mito. Das palavras rigorosas às oníricas fantasias.
As personagens históricas e contemporâneas, divinas ou humanas, misturam-se nesta caminhada, serra acima, até à inscrição lusitana com caracteres latinos, a célebre «Laje da Moura». Aí, a 1015 metros, terá lugar o ritual de oferenda aos deuses que será partilhado por todos, actores e público, numa comunhão de memórias.
O texto e encenação são de João Neca, cabendo a interpretação a António Rebelo, David Ribeiro, João Neca, João Pereira, Luís Teixeira, Marco Cruz, Nuno Rebelo e Pedro Sousa (sendo cada elenco constituído por quatro actores, que se revezam).
O Cabeço das Fráguas é um sítio arqueológico da maior importância, referente a um antigo local de culto a divindades lusitanas, datado do séc. V a.C.. Localiza-se junto da Quinta de S. Domingos, na zona Este da freguesia de Benespera, no limite do concelho da Guarda com o do Sabugal. No topo encontra-se uma escavação arqueológica que prova a existência de algumas edificações lusitanas possivelmente destinadas ao culto. A consubstanciar essa mesma ideia está a existência de uma das únicas inscrições em língua lusitana escrita com caracteres latinos.
Nas imediações do cabeço foram encontradas 20 aras religiosas contemporâneas dos lusitanos, o que se reveste da maior importância já que, por comparação, em toda a província vizinha de Salamanca, Espanha, apenas existem 18 aras.
O encenador João Neca é licenciado em Estudos Artísticos, com especialização em Teatro, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e tem o Mestrado em Estudos Artísticos na mesma Universidade. No âmbito do curso fez assistência de encenação no espectáculo «Pedro e Inês», criação do Teatro O Bando, com direcção artística de João Brites e encenação de Anatoly Praudin. Porém, o seu envolvimento com o Teatro começou muito mais cedo. Aos 5 anos estreou-se num grupo de teatro amador, o já extinto Teatro à Vela. Mais recentemente dedicou-se à escrita, dramaturgia e encenação de vários espectáculos, entre 2008 e 2011, no grupo de teatro «Gambozinos e Peobardos».
plb (com Culturguarda)
Foi um verdadeiro sucesso o programa de visitas encenadas à sé catedral da Guarda, promovido pele Município da Guarda nos meses de Julho e Agosto. O óptimo resultado da iniciativa «Passos à Volta da Memória» ditarão o seu regresso em 2012.

Três dias de animação intensa e de qualidade, com a participação directa de mais de 100 pessoas, e mais de 7.500 visitantes. É este o balanço que a organização da Feira de São João faz do evento que animou a Guarda entre 23 e 25 de Junho e que contou com a colaboração de dezenas de colectividades do concelho e da região, tanto na venda de produtos como na animação do evento.
A Culturguarda, em parceria com a Câmara Municipal da Guarda, promove nos próximos dias 23, 24 e 25 de Junho a evocação da Feira de São João do início do século XX. Um concerto de Fernando Tordo no dia 25 no TMG encerra as festividades.

A Feira de São João na cidade mais alta era uma das mais antigas feiras da região. O certame, anual, era considerado de grande importância económica e juntava na cidade mais alta feirantes e populares de toda a região do interior do país. No recinto, transaccionavam-se, sobretudo, produtos hortícolas, animais e produtos artesanais.
Evocando o certame, a organização realiza pelo quarto ano consecutivo a Feira de São João no Largo João de Deus, na Guarda, e à troca de produtos junta-se ainda um programa de animação que inclui teatro, música e um baile de São João onde não faltam corridinhos e outros temas populares tocados ao acordeão e ainda a tradicional fogueira com os rosmaninhos onde é queimada a boneca.
À semelhança de edições anteriores, estarão à venda no recinto um vasto número de produtos da terra, artesanato e arte popular. Nas bancas, o visitante poderá encontrar entre outros: couves, alfaces, feijão, hortaliça, castanhas piladas, mel, vinho, licores, pão caseiro, presunto, queijo, enguias, enchidos, azeite, biscoitos, rebuçados, coscoréis, doces, compotas, bolachas, manjericos, flores.
Do artesanato da região destacam-se o cobertor de papa e as campainhas de bronze de Maçainhas, as tesouras de tosquia do Jarmelo, as facas do Verdugal, a cestaria em vime de Gonçalo e em madeira de castanho de Famalicão da Serra, entre muitos outros.
Os comes e bebes também marcam presença na feira: para além dos petiscos já referidos, haverá tasquinhas a servir as tradicionais sardinhas assadas com pimentos, o caldo verde e o caldo de grão e também várias carnes assadas.
À animação da própria feira e aos pregões dos vendedores, a organização juntou também um programa muito diversificado que, de meia em meia hora, irá «agitar» o recinto, ora com teatro, ora com circo, ora com contadores de estórias, ora com música popular, ora com jogos tradicionais. Destaque para as actuações da Velha Gaiteira, do Duo Acordeões em Sintonia, dos Roncos & Coriscos, Las Çarandas, Bizu walking band, Companhia Anagrama e o Circo de Danann, Companhia Teatrapo, Homem estátua, as «Estórias de engraxar» da FIAR, «Cupido» e o músico Fernando Tordo, que actua no âmbito da Feira de S. João mas no Grande Auditório do TMG, no último dia da feira, às 21h30.
A Feira de S. João de 2011 está inserida num dos projectos da candidatura ao programa Mais Centro, Eixo 2 – Política de Cidades – Parcerias para a Regeneração Urbana. Esta candidatura, da qual a Culturguarda é parceira, é liderada pela Câmara Municipal da Guarda.
jcl (com Gab. Comunicação e Imagem da Culturguarda)
A cidade da Guarda vai receber a quarta edição do «Julgamento e Morte do Galo do Entrudo», espectáculo de rua que vai realizar-se na noite de 7 de Março, pelas 21:30 horas, na Praça Velha.

A polémica está instalada na cidade da Guarda face a uma decisão aprovada por larga maioria na Assembleia Municipal, recomendando ao Município um corte de 20 por cento no orçamento do Teatro Municipal da Guarda (TMG) para este ano, revertendo esse valor para as juntas de freguesia.
Ler MaisApesar do nevoeiro, da chuva e do imenso frio que se fazia sentir, a antiga tradição popular do «julgamento e morte do galo» voltou a animar a noite de carnaval da Guarda, em 15 de Fevereiro, atraindo às ruas da cidade milhares de pessoas.
Agostinho da Silva fez o papel de «juiz» e presidiu à audiência realizada na Praça Velha para julgar o galaró na sequência da acusação, que o considerava culpado pelas intrigas e desavenças que tiveram lugar durante o ano.
O texto da representação foi da autoria de Norberto Gonçalves, e, para além do juiz Agostinho da Silva, houve também um polícia bonacheirão (interpretado pelo actor Rui Nuno), a advogada de acusação Carolina Beatriz Ângelo (interpretada por Cristina Fernandes), o advogado de defesa Rui de Pina (interpretado por Carlos Lopes), a mulher do povo (interpretada por Isabel Monteiro) e o homem trauliteiro (interpretado por Albino Bárbara).
Nas ruas e passeios havia neve e o vento puxava bátegas gélidas que fustigavam os rostos. A humidade avariou o sistema de luzes e os ecrãs gigantes que a organização, coordenada por Américo Rodrigues, montara na Praça Velha. Mesmo assim a população saiu à rua, desafiando o frio para assistir ao espectáculo baseado numa tradição ancestral.
Face às condições adversas, o espectáculo esteve para ser cancelado. Porém, em respeito para com a população que acudiu à cidade, o desfile e a representação teatral foram por diante conforme o previsto, utilizando-se porém apenas uma parte dos recursos que estavam disponíveis.
Mais de cinco mil pessoas assistiram ao desfile dos foliões desde a Alameda de Santo André até à Praça Velha. Cerca de 400 pessoas, entre técnicos, representantes de colectividades, músicos, actores e grupos convidados, deram forma ao espectáculo que animou a noite fria e chuvosa, fazendo com que ninguém arredasse o pé.
O longo cortejo dirigiu-se à Praça Velha, onde se deu o julgamento, com defesa e acusação esgrimindo argumentos, numa autêntica sátira à vida social da cidade, o que arrancou sorrisos e gargalhadas à assistência. No final sucedeu o que todos esperavam: Agostinho da Silva, o juiz, considerou o galo culpado e condenou-o a morrer na fogueira. Concedeu-lhe porém um último desejo, e o condenado quis ver o Anjo da Guarda. Então uma figura em forma de anjo «esvoaçou» pela praça. Só após o cumprimento deste curioso desejo, o galo foi queimado, para gáudio de todos, que agora esperam que este sacrifício lhes traga um ano feliz.
Findo o espectáculo, a Culturguarda e a Câmara Municipal da Guarda, ofereceram canja de galo e vinho para todos.
plb