Os modos de falar encantam qualquer um. Hoje, trago mais um pouco dessa matéria inesgotável. Parece um dialecto, mas não é… é mesmo o Povo a falar Português à sua maneira. Por outro lado, as cegonhas… mais palavras para quê?

Os modos de falar encantam qualquer um. Hoje, trago mais um pouco dessa matéria inesgotável. Parece um dialecto, mas não é… é mesmo o Povo a falar Português à sua maneira. Por outro lado, as cegonhas… mais palavras para quê?
Cada geração tem suas queixas. Aconteceram já situações muito complicadas nas nossas vidas e nas dos nossos pais e avós. Hoje refiro um desses momentos da História. Mas falo de outros assuntos da minha terra… Leia e distraia-se um bocadinho nesta segunda fase deste confinamento terrível.
Cada um gosta mais da sua terra do que de qualquer outra. Legitimamente. Mas eu acho que o Casteleiro tinha e tem coisas do arco da velha que qualquer um se orgulharia de poder dizer da sua aldeia também. Hoje deixo aqui mais algumas dessas minhas boas razões em toda a minha vida presentes na minha conversa com amigos… Leia e conclua por si.
Ainda são vistas cegonhas no Casteleiro todos os anos, parece. Pelo menos nos últimos dois ciclos da presença delas, foram vistas. Um bom sinal. E um encantador regresso ao passado. Segundo sei, faltarão algumas semanas para estes magníficos pilotos do ar «darem à pista» na nossa terra… Atenção, voluntários: leiam estas linhas com espírito de defesa da Natureza, combinado?
Morreram mais duas cegonhas electrocutadas num poste de alta tensão em Vila Boa. O acidente deu-se no dia 7 de Julho, segunda-feira, e a Junta de Freguesia contactou a Reserva Natural da Serra da Malcata, que tomou conta da ocorrência e removeu os corpos das pobres aves.
Todos os anos, cegonhas morrem na freguesia de Vila Boa e quase sempre no mesmo poste de alta tensão, só porque são incautas, teimosas, irresponsáveis e nunca mais aprendem. Insistem em empoleirar ali. Por que motivo será?
É evidente que as cegonhas não têm nenhuma ideia de quais são os locais onde é perigoso pousar. Como não têm competência para identificar os perigos do progresso, descansam, a caminho dos ninhos, no sítio mais elevado, provavelmente, porque se julgam aí mais seguras ou porque têm uma perspectiva mais alargada do espaço.
É assim que as cegonhas procuram a morte e, às vezes, até provocam apagões, com todos os prejuízos que isso tem para as próprias aves, para a espécie, que até está protegida por lei, para a EDP e para os consumidores de energia eléctrica.
Mas então, não há forma de evitar ou, pelo menos, reduzir estes danos? Talvez os cabos eléctricos estejam a ser colocados demasiado próximos uns dos outros, o que permite a estas aves de maior envergadura contactarem com dois em simultâneo, provocando-lhes a electrocussão imediata. Talvez se pudessem isolar os cabos, nos locais de maior afluência desta espécie, talvez fosse possível afastar mais os cabos, talvez…
As soluções não serão fáceis nem economicamente baratas, mas elas existem, com certeza. Cabe a quem de direito procurar as medidas adequadas.
Veja também a página oficial de Vila Boa: www.vilaboa.juntafreguesia.com
António Dinis