Comemora-se hoje, 7 de Outubro, o Dia Nacional dos Castelos, sendo variadas, em todo o país, as iniciativas em que os castelos e fortificações se abrem gratuitamente ao público a fim de divulgar e valorizar esse importante património histórico que testemunha a nossa evolução histórica.
Em honra de Teresa Duarte Reis, colaboradora do Capeia Arraiana, poetisa que domina, «em harmónica simbiose as técnicas da versificação», recebemos, em forma de «comentário», este belo texto de Manuel Leal Freire, a que decidimos dar o devido e merecido relevo.

Por ordem do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), o Castelo de Alfaiates encontra-se encerrado ao público devido ao perigo eminente de derrocada. Porém as obras de restauro do monumento não se perspectivam.
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O importante castelo de origem leonesa, depois estratégico forte defensivo português, está completamente abandonado e a sua torre de menagem pode ruir a qualquer momento.
O presidente da Junta de Freguesia de Alfaiates, Francisco Baltazar, falou ao Capeia Arraiana sobre o caso e demonstrou uma grande preocupação com a situação. «Há uns meses o director do IPPAR esteve na Câmara do Sabugal e prometeu recuperar o castelo de Alfaiates a curto prazo, mas depois deu o dito por não dito e desmentiu que estejam previstas obras de recuperação deste castelo», disse-nos o autarca visivelmente insatisfeito.
Entretanto, face ao real perigo de derrocada, nomeadamente do lado leste da torre de menagem, o IPPAR ordenou o encerramento do castelo. Os visitantes desta aldeia histórica raiana vêem-se assim privados de entrar neste importante monumento, o que muito desagrada ao autarca local.
Tratando-se de monumento nacional, a intervenção para consolidação do castelo apenas pode acontecer por ordem do IPPAR e com a sua supervisão, mas nada se perspectiva para os tempos mais próximos.
Alfaiates é uma terra cheia de monumentos, como a Igreja da Misericórdia, o pelourinho e o convento da Sacaparte, mas o castelo é sem dúvida o seu ex-libris, daí o anseio por uma urgente intervenção no monumento para se evitar a sua derrocada. «Essa é a maior obra que neste momento pode ser feita em Alfaiates, porque o castelo é o maior símbolo da nossa história», disse-nos Francisco Baltazar, que porém se mostra pessimista quanto a uma intervenção no monumento a breve trecho.
O castelo de Alfaiates foi declarado monumento nacional e foi afecto ao IPPAR em 1 de Junho de 1992.
Trata-se de uma construção muito sólida, feita em granito, com planta quadrada. Tem cubelos cilíndricos nos ângulos, seteiras, contruções adossadas, porta em arco, empena ângular rematada por cruz e pináculos piramidais, armas reais ladeadas por esferas armilares e Cruz de Cristo, e abóbada de berço quebrado.
A última vez em que o castelo foi intervencionado foi no ano de 1986, com a consolidação da torre de menagem e de um cunhal, colocação das Armas de Portugal numa das faces da torre, consolidação dos arcos e execução de remate dos peitoris de duas janelas.
plb