Esta semana no nosso álbum fotográfico arquivamos um dos melhores produtos agrícolas do território raiano. A beleza das cores da natureza bem expressa no ouriço e na castanha.

A castanha foi, antes da batata, a base da alimentação do quadrazenho, que a comia assada ou cozida ao almoço (pequeno almoço das cidades), assim como ao jantar (almoço das cidades). Também se fazia sopa com elas, quando secas no caniço e pisadas (piladas), o caldudo. Há um dito sobre as castanhas pisadas: Há que as comer em Maio para não lhes montar o burro. Desconheço o porquê deste dito.
Partindo dos registos paroquiais de 1758, conseguimos identificar as culturas dominantes no concelho de Sabugal em meados do século XVIII e concluir que a alimentação se baseava em cereais e castanha. Por outro lado, a população vivia uma fase de adaptação à cultura da batata.
Estão aí os bons sabores do Outono e também as feiras e outros eventos que os promovem por todo o País. Porém no Sabugal, terra de boa castanha e de apreciados cogumelos, não se aproveitam as potencialidades desses produtos.
O concelho do Sabugal é terra de castanheiros e de cogumelos, espécies endógenas da região e potencialidades que importa fomentar. No Outono, o Sabugal pode transformar-se na montra do mundo rural, dando a conhecer o melhor que se produz no concelho.
A Colónia Agrícola Martim-Rei teve um ano excelente na produção de castanha em quantidade e qualidade. «A castanha é o nosso petróleo», afirma o director técnico Emanuel Aguiar em declarações à reportagem da LocalVisãoTv da Guarda assinada pela jornalista Paula Pinto com imagem de Nuno Martins.
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O jovem empresário, Eng.º Paulo Martins, tomou as rédeas das termas do Cró, já a funcionar em pleno, e está a preparar-se para muito brevemente poder lançar a primeira pedra para a construção do hotel que será a mais valia deste importante empreendimento.
A Câmara Municipal do Sabugal está a desenvolver um projecto de proximidade com o produtores de castanha, que numa primeira fase passa pela realização de um levantamento dos soutos existentes no concelho, iniciando a sua intervenção nos Fóios, uma das freguesias onde o castanheiro está mais implantado.
A Equipa de Projecto e Desenvolvimento Rural da Câmara Municipal do Sabugal, definiu como ponto estratégico o levantamento dos soutos, tendo em vista uma aproximação ao produtor, aconselhando-o com técnicas culturais adequadas, obter a noção clara e realista das variedades predominantes no concelho, promover os investimentos juntos dos agricultores e incentivar a plantação de castanheiros nos terrenos apropriados.
Através do projecto poderá transferir-se para os agentes desta fileira, todo o conhecimento técnico adquirido, de modo a contribuir para a valorização e sustentabilidade deste sistema agro-florestal com enorme potencial de crescimento a médio e longo prazo.
O castanheiro é uma espécie longeva que pode atingir mais de um milhar de anos de idade. Entre os oito e os dez anos o castanheiro começa a dar fruto, no entanto só depois dos 20 é que a frutificação passa a ser um fenómeno regular. A sua produção mantém-se elevada mesmo quando já está em idade avançada (pode atingir 600 anos de idade, ou mais). Até aos 50 a 60 anos, o seu crescimento é bastante rápido, retardando depois até ao fim da vida.
Os castanheiros distribuem-se por todo o concelho do Sabugal, estando mais enraizados no lado Leste. Sendo uma árvore de folha caduca, imprime um grande contraste sazonal, estando bem implícito na cultura e na história agrícola da região.
A castanha, o seu fruto, sempre foi um contributo importante na dieta dos povos locais: assim o era antes da chegada da batata e do milho com os descobrimentos e continuou sê-lo depois, devido à escassez de outros alimentos. A castanha (no passado pouco apreciada pelos ricos), era seca e armazenada durante o todo o ano, para ser cozida ou assada, sendo o sustento da população, ficando conhecida pelo «pão dos pobres».
Existem algumas curiosidades com esta espécie, nomeadamente a existência do castanheiro manso e o bravo. O manso obtém-se por enxertia de um bravo e é este que produz as castanhas que habitualmente comemos, existindo centenas de variedades de castanhas diferentes. Os povoados destes designam-se de soutos. O castanheiro-bravo é utilizado para produção de madeira e os seus povoamentos são os castinçais. Os povoados de castanheiros servem de habitat a dezenas de espécies de cogumelos.
Após o conhecimento da produção de castanha existente no concelho, pretende-se chegar à transformação e comercialização deste produto muito valorizado, cuja procura supera a oferta.
plb (com CMS)
A Câmara Municipal de Trancoso e a Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP) organizam, em 11 e 12 de Novembro, o 1.º Simpósio Nacional do Castanheiro «Espécie a defender». A iniciativa pretende debater e analisar a importância desta produção tão intrinsecamente ligada à vida social, cultural, agrária e económica do concelho de Trancoso.
Que variedades e que porta-enxertos devem ser usados? Quais as técnicas culturais a adoptar para promover o desenvolvimento de castanheiros sãos e vigorosos? Que estratégias devem ser adoptadas no controlo das pragas e doenças que o atingem? Estes são alguns dos temas em debate no 1.º Simpósio Nacional do Castanheiro «Espécie a defender» que vai ter lugar em Trancoso nos dias 11 e 12 de Novembro.
O presidente da Câmara Municipal de Trancoso, Júlio Sarmento, deu a conhecer o evento defendendo «a grande importância para o concelho tendo em conta não só o peso económico do castanheiro e da castanha na economia mas também numa perspectiva cultural associada às tradições e práticas rurais com destaque para a área ambiental e o elevado índice de destruição da espécie principalmente devido aos incêndios florestais, abandono do mundo rural e despovoamento das zonas rurais».
No caso de Trancoso, Júlio Sarmento afirmou que «o concelho é, tradicionalmente, uma região de referência na produção de castanha e madeira de castanheiro, marcando fortemente os hábitos das populações nesta época do ano».
O autarca recordou que no passado a castanha «era a base da alimentação das populações rurais, muito antes da introdução da batata em Portugal por volta de 1760, oriunda da América do Sul e tendo sido cultivada pela primeira vez em Trás-os-Montes». A castanha representa hoje em dia uma das principais culturas em todo o território nacional, ocupando mais de 100 mil hectares.
O castanheiro é uma espécie de grande importância económica que apresenta a dupla função de produção de fruto e madeira (soutos e castinçais) ocupando no Interior Norte e Centro do país mais de 30 mil hectares. Portugal é o terceiro produtor europeu de castanha com uma produção média anual de cerca de 30 mil toneladas.
O concelho de Trancoso insere-se na Zona de Produção de Castanha dos «Soutos da Lapa – DOP/Denominação de Origem Protegida» onde pugnam as variedades de Martaínha (côr castanha-clara) e a Longal (côr castanha-avermelhada e estrias longitudinais escuras). A área geográfica delimitada de produção consta do Despacho 37/94, de 18-01, que também reconheceu a Denominação de Origem.
O Simpósio decorre no Auditório do Convento de São Francisco, Teatro Municipal de Trancoso. Participam produtores, técnicos, especialistas, investigadores, comunidade escolar e autarcas.
aps (com Gabinete de Comunicação da C. M. Trancoso)
Folclore, enchidos regionais, castanhas assadas e geropiga em tempo de São Martinho na freguesia raiana de Aldeia do Bispo no concelho do Sabugal. A iniciativa integra-se na mostra de Novembro, mês da tradição e dos sabores no concelho do Sabugal. Reportagem de Paula Pinto com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).
jcl
O concelho do Sabugal é um território orgulhoso das suas raízes, dos seus saberes e dos seus sabores. «Novembro – Mês da Tradição e dos Sabores» é uma iniciativa descentralizada que pretende promover o que de melhor se produz no Sabugal rural.
«Novembro – Mês da Tradição e dos Sabores» é uma iniciativa descentralizada pelo concelho do Sabugal, organizada pela Empresa Municipal Sabugal+ em colaboração com a Câmara Municipal, que pretende promover o que de melhor se produz, nomeadamente nas freguesias de Aldeia do Bispo, Alfaiates, Bendada, Casteleiro, Cerdeira, Fóios, Malcata, Pousafoles do Bispo, Quintas de S. Bartolomeu, Rebolosa, Sabugal e Sortelha.
Esta acção enquadra o espírito, a promoção e autenticidade do mundo rural, das suas gentes, do seu património e da riqueza da cultura popular do Concelho.
A castanha, o cogumelo, o azeite, o mel e o queijo são alguns dos produtos endógenos presentes das actividades propostas, que se estendem de 30 de Outubro a 11 de Dezembro de 2010.
Paralelamente à Feira dos Produtos Locais – Tempo da Castanha – a realizar junto ao Mercado Municipal do Sabugal –, realiza-se o V Grande Prémio de Atletismo do Alto Côa (12.000 metros), com início e fim na Cidade do Sabugal.
jcl (com C.M. Sabugal)
A partir das nove horas da manhã de sábado, 3 de Novembro, decorre no Museu e Auditório Municipal do Sabugal a Feira da Castanha e do Cogumelo. Os fungos micorrízicos e os fungos patogénicos são convidados de honra.
O que são fungos micorrízicos? E fungos patogénicos? As respostas a estas e outras questões serão desenvolvidas por especialistas na Feira da Castanha e do Cogumelo que vai realizar-se sábado, 3 de Novembro, no Museu e Auditório Municipal em organização conjunta da Câmara Municipal do Sabugal e da «Sabugal+», EM.
Durante a manhã e após a sessão de abertura marcada para as 9.30 horas os interessados podem participar em quatro conferências sobre castanhas e cogumelos.
10.00 horas – «Contributos dos fungos micorrízicos para o melhor desenvolvimento do castanheiro. Divulgação de alguns cogumelos presentes nos soutos do concelho do Sabugal», por Gravito Henriques.
10.30 – «Hongos patogeneos – Fungos patogénicos», por Celso Ramos Blanco e José Ignácio Gómez Risueño.
11.15 – «As doenças importantes do castanheiro», por Maria Eugénia Madureira Gouveia.
11.45 – «Transformação industrial da castanha em Portugal», por Álvaro Coto.
O resto da manhã será preenchido com um debate entre a assistência e os conferencistas.
O almoço (petisco) será confeccionado com os ingredientes da ordem do dia: cogumelos e castanhas.
E depois da teoria a prática. A tarde será preenchida com demonstrações da máquina de apanhar e calibrar e o Concurso da Castanha. No espaço de exposições temporárias do Museu do Sabugal, produtores da região raiana apresentam as suas selecções de frutos das castaneáceas que serão avaliadas por um júri especializado.
Dar a conhecer os produtos do Sabugal e da região raiana e transmitir aos produtores formas de melhorar a sua produção e comercialização é o objectivo desta iniciativa camarária.
A entrada é gratuita.
jcl (com Matilde Cardoso)