Porque um novo ano vai começar aqui deixo alguns desejos que gostaria se concretizassem em 2016.

Conhecia-a há alguns anos, na sua «Casa do Castelo», no Sabugal. A recepção, a postura, a sensibilidade, a sua forma de ser e estar, a sua paixão por tudo o que era arraiano, fizeram-me sentir a presença de uma GRANDE MULHER.
O historiador Jorge Martins esteve presente na Casa do Castelo, no Sabugal, no dia 7 de Novembro, para uma sessão de apresentação do seu mais recente livro « A República e os Judeus».
GALERIA DE IMAGENS – «A REPÚBLICA E OS JUDEUS» – CASA DO CASTELO – 7-11-2010 |
Fotos Capeia Arraiana – Clique nas imagens para ampliar |
jcl
O Museu Judaíco de Belmonte foi o cenário escolhido para a conferência de Imprensa de apresentação do 1.º Festival Internacional da Memória Sefardita que decorre entre os dias 1 e 7 de Novembro na região da Serra da Estrela.
«São esperados cerca de 500 participantes no 1.º Festival Internacional da Memória Sefardita que vai ter lugar, entre os dias 1 e 7 de Novembro, nos concelhos de Belmonte, Guarda e Trancoso», anunciou esta quinta-feira, 7 de Outubro, no Museu Judaíco de Belmonte o presidente da Turismo Serra da Estrela, Jorge Patrão.
Na mesa estavam presentes os presidentes Jorge Patrão (Turismo Serra da Estrela), António Mendes (comunidade Judaíca de Belmonte), Amândio Melo (Belmonte), Joaquim Valente (Guarda), Júlio Sarmento (Trancoso) e António Robalo (Sabugal).
O presidente da comunidade judaica de Belmonte, António Mendes, confessou nunca pensar que fosse possível a realização de um festival sobre judaismo como o que estava a ser ali apresentado. «Os judeus sempre se esconderam», lembrou.
Este festival vai permitir aos descendentes de judeus sefarditas, originários de Portugal e Espanha e espalhados pelo Mundo, ouvirem falar sobre as suas raízes numa região que tem uma grande herança judaica.
Jorge Patrão considerou que «o Museu Judaico de Belmonte, onde se mantém uma comunidade activa com a respectiva sinanoga, as rotas de antigas judiarias na vila, na Guarda e em Trancoso, o azeite, o vinho e queijos Kosher, alimentos que obedecem à lei judaica, produzidos nas Beiras permitem apostar num turismo durante todo o ano alternativo à sazonalidade da neve da serra da Estrela».
«O Sabugal começa agora a dar os primeiros passos a fazer um levantamento de uma história muito importante ocorrida nesse concelho. Os primeiros levantamentos intra-muralhas, e não só, já foram feitos e um deles foi posto a descoberto e está aberto ao público numa casa muito próximo do castelo que fazia parte da antiga judiaria – a Casa do Castelo – onde foi preservado durante as obras um Aron Hakodesh, um local dedicado à oração de uma casa sefardita, de um habitante judeu, que o manteve escondido com taipas ou portadas por causa da Inquisição. Quando descobrimos peças destas estamos a descobrir o nosso passado. Penso que foi isso, também, que deu motivação à Câmara do Sabugal para integrar as rotas judaicas da serra da Estrela», divulgou durante a conferência de Imprensa Jorge Patrão.
Em resposta a uma questão da Rádio Caria o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, esclareceu que «o concelho do Sabugal ainda não está no patamar destes três municípios que participam no primeiro festival sefardita mas a minha presença é uma manifestação de solidariedade com a criação de uma rede temática pelos municípios presentes – destaco a capacidade do Turismo Serra da Estrela de concretizar este iniciativa – e a minha convicção, na sequência de estudos e a actividade que alguns particulares têm desenvolvido no concelho, que esta é uma área que temos de trabalhar com a ajuda de todos contribuindo para esta causa e para a promoção desta rede» porque em consequência do fluxo turístico que vai gerar «a região e a serra da Estrela vão ficar mais conhecidos e mais promovidos».
O autarca sabugalense aproveitou ainda para dizer que «há empenho da Câmara em coordenação com o belo gabinete de arqueologia e o pelouro da cultura e o apoio de outras entidades que já têm um trabalho mais avançado e mais experiência nesse ramo e estamos a equacionar as opiniões dos especialistas que recentemente visitaram o centro intra-muralhas do Sabugal e identificaram mais algumas casas judaicas de grande valor histórico».
O primeiro evento em Portugal focado na memória sefardita inclui um congresso que decorre nos dias 2, 3 e 4 de Novembro no TMG-Teatro Municipal da Guarda. As palestra contam com a presença, entre outros, do ilustre historiador Jorge Martins (cronista no Capeia Arraiana) nos painéis «A fronteira da vida de Aristídes de Sousa Mendes» e «O impacto da herança judaica no turismo» onde vai falar sobre a presença dos judeus no Sabugal e o Aron da Casa do Castelo. O programa inclui ainda visitas culturais (com possível passagem pelo Aron Hakodesh na Casa do Castelo no Sabugal) e concertos evocativos do passado judaico.
O programa do congresso destaca a presença de personalidades de renome nacional e internacional. Na Guarda está prevista a apresentação da Casa da Memória, Identidade e Património Aristídes Sousa Mendes, visitas à sé catedral, antiga judiaria e igreja de São Vicente.
No dia 2, em Belmonte, os participantes são recebidos na Comunidade Judaica de Belmonte, com palestra do Rabino Elisha Salas e dirigentes da Shavei Israel com visita à sinagoga, bairro judaico, castelo, museu judaico e museu à descoberta do Novo Mundo.
Em Trancoso, no dia 4, vai ser apresentado o Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso, feita a aposição de carimbo e lançamento de selos comemorativos da Memória Sefardita e um concerto de encerramento pelo coro misto da Beira Interior.
De referir ainda que o 1.º Festival Internacional da Herança Sefardita tem o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva e do Alto Comissário para os Refugiados, António Guterres.
«Mas que os há, há» é o que me apraz dizer perante o reconhecimento unânime da importância da herança histórica das comunidades judaicas no Sabugal. Este reconhecimento público do Aron da Casa do Castelo e das casas judaicas intra-muralhas é, também, o reconhecimento do trabalho e da persistência de Natália e Romeu Bispo na preservação dos seus achados arqueológicos e judaicos. Chegou tarde mas chegou.
jcl
Susana Falhas, autora do Guia Turístico «Aldeias Históricas de Portugal» e Natália Bispo, da Casa do Castelo no Sabugal vão estar presentes esta segunda-feira, 23 de Agosto, no programa da TVI «Você na TV!» apresentado por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira.
As aldeias históricas de Portugal e o concelho do Sabugal vão estar em destaque esta segunda-feira, 23 de Agosto, a partir das 10 horas da manhã, em directo no programa da TVI «Você na TV!».
Susana Falhas, da empresa Olho de Turista, vai dar a conhecer o Guia Histórico «Aldeias Históricas de Portugal» de que é autora. Natália Bispo, empresária responsável pela «Casa do Castelo» no Largo do Castelo do Sabugal vai falar sobre o «seu» espaço de cultura.
Natália Bispo vai ser portadora de diversas ofertas promocionais do Município do Sabugal e da Casa do Castelo constituídas por folhetos turísticos, gastronomia e artesanato dos territórios raianos.
Apresentado de segunda a sexta-feira, das 10 às 13 horas, por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira «Você na TV!» é um espaço de entretenimento que privilegia a conversa e o envolvimento entre os telespectadores e público presente em estúdio.
O programa é, actualmente, líder de audiências no seu horário. A dupla Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira, com seis anos de convivência diária com os telespectadores, tem-se afirmado como uma referência incontornável no panorama televisivo nacional.
jcl
A Olho de Turista vai apresentar o Livro «Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico» na Casa do Castelo, no Sabugal, no dia 1 de Agosto, às 18 horas. O Capeia Arraiana e a Casa do Castelo apoiam mais um momento cultural «à sombra do Castelo do Sabugal».
A Olho de Turista propõe uma viagem à redescoberta das nossas raízes, com cerca de 800 anos de História, pelas 12 Aldeias Históricas de Portugal (AHP): Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. Cada aldeia é, simultaneamente, única e fiel a si própria e ao conjunto das 12, evidenciado pelo ambiente rústico e beirão, pouco corrompido pelos tempos modernos.
O guia turístico pretende proporcionar aos visitantes informações práticas e úteis sobre o que pode ver e fazer no território das AHP. Incluí um conjunto de Talões de Ofertas e de Descontos, no valor de 4000 Euros para o usufruto e/ou compra de experiências, alojamentos, restauração, produtos regionais e de artesanato, da região, em condições especiais.
A Olho de Turista deseja um bom fim-de-semana, ou umas férias bem merecidas, com um pedaço de História da Beira Interior na bagagem.
O Guia Turístico das Aldeias Históricas de Portugal vai ser apresentado nas livraria Fnac no Colombo de Lisboa (19 de Julho, 21.30h), em Braga (23 de Julho, 21.30h), em Guimarães (25 de Julho, 17.00h) e em Coimbra (31 de Julho, 17h).
jcl (com Susana Falhas)
Vai avançar o projecto de implementação de uma rede de judiarias na Beira Interior, havendo diversos concelhos perfilados para a integrarem. Porém o Sabugal parece excluído, ainda que Natália Bispo, proprietária da Casa do Castelo, venha insistindo que o nosso concelho também deve fazer parte do projecto.
Os amigos do Capeia Arraiana encontraram-se no dia 13 de Fevereiro à tarde na Casa do Castelo no Sabugal. Para alguns foi a oportunidade de conversarem pela primeira vez com outrros protagonistas que só conheciam da escrita ou na fotografia. Foram momentos que valeram a pena…
GALERIA DE IMAGENS – 13-2-2010 |
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Ao ler o livro «Portugal e os Judeus» cedido por uma amiga, lembrei-me do Sabugal e do facto cada vez mais evidente, de estarmos a desperdiçar uma parte importantíssima da nossa História. Os judeus já por cá andavam antes da fundação da nacionalidade, formavam comunidades importantíssimas e a do Sabugal era uma delas.
Ler MaisCandeeiros, panelas de ferro, potes de barro, campainhas, ferramentas e muitos livros antigos, foi o que mais se viu no domingo, dia 30 de Agosto, no Sabugal por ocasião da reedição da feira franca da vila instituída por D. Dinis.
O dia esteve abrasador, mas isso não impediu que dezenas de feirantes e centenas de potenciais compradores fossem até ao largo do Castelo do Sabugal, onde se instalou a feira, que sobretudo dispunham antiguidades e peças de artesanato.
Natália Bispo, da Casa do Castelo, e Joaquim Tomé, do cyber café O Bardo, que organizaram o evento, estavam satisfeitos: «Claro que podia estar mais gente, mas não foi mau para uma primeira edição», disse-nos Natália Bispo, que na sua casa-museu andava numa fona recepcionando visitantes e servindo refeições.
Manuel Poppe, na sua coluna dominical do Jornal de Notícias, enalteceu precisamente esta iniciativa, saída da carolice de dois sabugalenses, cujos projectos vão muito além do simples comércio. As suas casas são sobretudo pontos de apoio ao turista que demanda o Sabugal para visitar o famoso castelo de cinco quinas.
A um ponto o forte incêndio que lavrava mato para as bandas o Casteleiro, expelindo uma imensidade de fumo, cobriu a roda do sol e a tarde tornou-se ainda mais quente e abafadiça. Mesmo assim, com redobrado sofrimento de comerciantes e visitantes, a feira franca manteve-se pelo dia fora. Talvez fosse diminuto o valor das transacções, e pouco tenha lucrado quem ali foi feirar, mas a iniciativa, que teve o apoio da Câmara Municipal e da Associação de Desenvolvimento do Sabugal, marcou pontos. Ela demonstrou que é sobretudo com iniciativas de animação que a parte velha do Sabugal se volta a revigorar, atraindo gente.
Vale a pena transcrever a sugestiva e elucidativa crónica de Manuel Poppe:
«Hoje, no Sabugal, raia beirã, há Feira Franca! Vendem-se enchidos, queijos, velharias e antiguidades, antigos instrumentos do trabalho dos campos. Oferece-se alegria, tão rara no Portugal cabisbaixo! A festa acontece à sombra da Torre de Menagem dum Castelo, que brilha com “a nitidez de uma iluminura de cancioneiro ou livro de horas”, diz o Guia de Portugal.
É um grito de amor à terra e protesto do Interior abandonado. Quem luta pelo que não quer ver abastardado e atraiçoado? Esta Feira tem atrás o amor e a coragem de Natália Bispo, da “Casa do Castelo”, e de Joaquim Tomé, de “O Bardo”. Natália recuperou um edifício em ruínas, seguindo a traça original e trazendo à luz uma bela ara romana e vestígios da cultura judaica; defende a culinária local em singelo restaurante; impõe artesanato e literatura. Joaquim criou um Cyber Café e ligou o nobre Sabugal ao Universo, abriu uma galeria de arte, promoveu exposições de pintura, escultura e concertos musicais.
E, bem a propósito, um entusiástico aceno ao “tremendo” livro de Manuel Leal Freire, sabugalense de Bismula, “Trovas de Escárnio em Vernáculo” (Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto). Se não falhar a Feira Franca, encontra-o; mas pode procurá-lo por aí: o homem e o livro. E como diverte lê-lo e relê-lo! Afasta as nossas justificadas tristezas neste tempo cinzento, em que é urgente reinventar a esperança»
plb
Depois de um conjunto de crónicas sobre as aldeias históricas da Beira Interior Norte/Sul, tema que pelos vistos, não teve grande receptividade por parte dos visitantes do Blogue, só com um ou outro comentário, comentários que, na minha opinião são o melhor indicador para medir o interesse dos assuntos versados neste óptimo meio de comunicação entre «transcudanos».
Vai decorrer no dia 30 de Agosto, domingo, no Largo do Castelo a primeira edição da Feira Franca no Sabugal. O visitante pode encontrar produtos de produção artesanal tais como enchidos, queijos e produtos agrícolas de produção local, sendo que nesta região Transcudana, se produzem as melhores carnes da Ibéria. Basta lembrar o cabrito e o queijo de cabra da Serra de Malcata e o rio Côa que, com as suas águas puras, permite a criação da afamada truta do Côa. Podem-se, também, encontrar na Feira Franca do Sabugal velharias e antiguidades oriundas de diversas colecções privadas e artefactos antigos do trabalho dos campos oriundos de particulares que os comerciam livremente.
O Sabugal é uma cidade Arraiana (de fronteira), que pertenceu ao reino de Leão. Com o tratado de Alcañices assinado pelo Rei de Castela e Leão, D. Fernando IV, e pelo rei de Portugal D. Dinis a 12 de Setembro de 1297, o Sabugal passa a pertencer ao Reino de Portugal. Foi então que D. Dinis confirmou a importância da Feira Franca do Sabugal, no local onde então existia uma das mais importantes Judiarias desta região da Ibéria.
«D. Dinis que conjuntamente com a rainha D. Isabel e seus filhos, D. Afonso e D. Constança, dá ao Sabugal e todo o seu termo todo o foro e bons costumes para sempre. Dá uma feira geral…»
Na voragem evolucionista do Séc. XX e, com a emigração da segunda metade do Século, perdeu-se esta secular tradição que agora se recupera.
Esta região Transcudana esta situada num dos principais eixos de comunicação da Ibéria, daí que as trocas com España sejam uma constante. Estas intensas trocas comerciais deram origem a uma comunidade que, contra os decretos institucionais, as mantiveram com o contrabando de mercadorias ignorando as fronteiras impostas pelos diversos regimes até à recente integração Europeia na União.
A recuperação desta antiquíssima Feira Franca do Sabugal, pretende restabelecer as trocas comerciais de carácter popular entre estes povos da Ibéria artificialmente divididos pelas linha (Raia) que as politicas emanadas dos poderes centrais definiam. Na verdade nunca estas «Raias» conseguiram impedir o convívio e trocas comerciais na região.
A recuperação das tradicionais trocas entre as populações locais, proporciona ao visitante oriundo de ambientes citadinos uma experiência rica de novas sensações e oportunidades. Os produtos da terra e das actividades agrícolas em paralelo com as antiguidades proporcionam uma autentica viagem pela história e uma oportunidade de comerciar autênticas relíquias.
A Feira Franca do Sabugal realiza-se dia 30 de Agosto, à sombra da Torre de Menagem do Castelo Medieval, dentro da antiga Judiaria do Sabugal.
A organização encontra-se a cargo do Município do Sabugal, da Casa do Castelo (Artesanato e Antiguidades) e do Cyber Café «O BARDO».
Media partners: «Capeia Arraiana», «Rádio Caria» e «LocalVisãoTv».
jcl
Reportagem do jornalista Pedro Sacadura a próposito da «Toalha de Gancha» que esteve exposta na FIA (Feira Internacional de Artesanato) em Lisboa após ter conquistado um prémio regional. A explicação sobre a técnica ancestral da feitura da «Toalha da Ganha» na voz de Natália Bispo e Alice Moreira.
Pedro Sacadura (Rádio Clube Português – Sabugal)
Uma toalha completamente original, produzida no concelho do Sabugal através de uma ancestral técnica artesanal a que se chama «Gancha», recebe prémio na Zona Centro, levando-a a estar presente na candidatura ao Prémio Nacional de Artesanato. Está em exposição, de 27 de Junho a 5 de Julho, na Feira de Internacional de Artesanato (FIA), em Lisboa. (Actualização.)
A peça foi desenhada por Natália Bispo, do Sabugal, e executada por Alice Moreira, de Sortelha, e foi candidatada ao Prémio Nacional de Artesanato 2009, dedicado ao tema «Fios, Teias e Tecidos».
A FIA decorre em Lisboa de 27 de Junho a 5 de Julho e, à semelhança da Bolsa de Turismo de Lisboa, o Sabugal não estaria representado se não fosse esta valorosa iniciativa privada, promovida pela proprietária da Casa do Castelo, que muito se tem dedicado a descobrir e valorizar o nosso riquíssimo património.
Capeia Arraiana falou com o artesão Francisco Gonçalves, da Lomba, que já participou em muitas exposições, nomeadamente em edições anteriores da FIA, e que confirmou a ausência de artesãos do Sabugal na edição deste ano. «Ninguém convidou os artesãos do concelho a participarem, convidaram-me sim a ir a Aveiro, para onde mandei umas peças, mas essa feira não tem a importância da FIA», disse-nos o artesão. Francisco Gonçalves lamenta a flagrante falta de sensibilidade dos autarcas sabugalenses para a importância do artesanato: «O turismo, o artesanato e a gastronomia devem estar interligados, mas no Sabugal não se pensa assim», lamentou.
A Feira Internacional de Artesanato de Lisboa visa divulgar e promover o artesanato, considerado um valor cultural e económico que deve ser estimulado na melhoria da qualidade e criatividade. O concurso de artesanato deste ano, organizado pela Associação Industrial Portuguesa, apresentou-se em duas categorias genéricas: «Melhor Peça de Artesanato Tradicional» e «Melhor Peça de Artesanato Contemporâneo», estando aberto a todos os artesãos nacionais.
Lamenta-se a ausência do Sabugal daquela que é considerada a maior feira ibérica de artesanato. Não fora a Natália Bispo, da Casa do Castelo, e o Sabugal não seria mais uma vez falado nesta importante mostra internacional.
plb
O Concelho de Sabugal está nas candidaturas ao Prémio Nacional de Artesanato também com outra artesã do Concelho.
Está também exposta na FIA uma colcha de linho e algodão tecida no tear por Maria da Glória Saldanha Ferreira, natural da Lomba.
Esta artesã é a única a trabalhar no nosso Concelho ainda num tear tradicional.
A Casa do Castelo desde que abriu ao público, sempre contou com a colaboração de Glória Ferreira expondo e vendendo as suas peças no sentido de divulgar o nosso tradicional tear.
Natália Bispo
O escritor José Saramago lançou em Castelo Rodrigo a ideia da criação duma rota que una as aldeias históricas da Beira Interior, tendo por base o suposto percurso de Salomão, elefante que o rei D. João III ofereceu ao arquiduque da Áustria.
O escritor do livro «A Viagem do Elefante» disse à agência Lusa que prefere «não fazer acreditar as pessoas que o elefante passou por aqui ou por ali», bastando-lhe no seu entender «dizer-lhes que podia ter passado». Depois de lançar o repto Saramago partiu com os «amigos de Salomão» para Valladolid, cidade onde no século XVI o elefante se encontrou com o seu novo dono que dali o acompanhou até Viena.
Numa evocação da rota que a comitiva terá seguido (o livro não fala no nome das terras), a Fundação José Saramago seguiu até à fronteira, aceitando uma proposta que lhe foi feita por António Edmundo, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo. «Em Dezembro de 2008, lançámos o repto a Saramago de refazer o percurso do elefante Salomão, e em boa hora a fundação preparou essa viagem entre o Tejo e o Douro, a um Portugal onde a água já não tem sal e deve ser bebida", disse à Lusa o autarca.
Sortelha e Sabugal também fizeram parte do percurso. O escritor parou em Sortelha para almoçar, falar com as pessoas e tirar algumas fotografias. Depois de lamentar não poder ficar mais tempo para rever a aldeia histórica, onde não voltava desde 1979, na altura em que preparava o livro «Viagem a Portugal», o escritor e a sua comitiva seguiram para o Sabugal, onde passaram sem parar.
Os proprietários da «Casa do Castelo» e do bar «O Bardo», haviam convidado de véspera o escritor a fazer uma paragem no Sabugal e a visitar o castelo das cinco quinas, mas a missiva não teve resposta. «A verdade é que enviámos o convite à última hora, na véspera da passagem do escritor, pois só nessa data nos percebemos que a viagem estava programada», disse-nos Natália Bispo, proprietária da Casa do Castelo, que acaba por compreender a fugaz passagem da comitiva, sem que ninguém dela se apercebesse.
Face à proposta feita por Saramago da criação de um itinerário do elefante Salomão para divulgação das aldeias históricas, o autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, mostrou querer aceitar e liderar a ideia: «Estamos motivados, juntamente com a Fundação, para estabelecer no território um roteiro transversal de Lisboa à fronteira e mesmo a Valladolid, numa potencial rota de cultura e de saber que pode e deve ser fruída por outros», afirmou.
Sobre a região, o Nobel português salientou à Lusa a importância das relações transfronteiriças, notando que os povos raianos «se estão nas tintas para as supostas questões que opõem um país a outro país». «De um lado e de outro eles comunicam-se entendem-se e casam-se uns com os outros», concluiu.
plb
A «Imagem do dia» e a «Imagem da Semana» são dois destaques em imagens sobre acontecimentos, momentos ou recordações relevantes. Ficamos à espera que nos envie a sua memória fotográfica para a caixa de correio electrónico: capeiaarraiana@gmail.com
Local: Casa do Castelo, Sabugal.
Legenda: Dádiva da Natureza. Exposição de cogumelos comestíveis.
Autoria: Kim Tomé (Tutatux).
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«Nesta casa nasceu o escritor e jornalista Manuel António Pina» testemunha a placa colocada ao lado da porta da casa onde nasceu o ilustre sabugalense. A homenagem promovida pela Junta de Freguesia do Sabugal ficou registada na excelência do trabalho do repórter fotográfico Kim Tomé (Tutatux). O Capeia Arraiana aproveitou para seleccionar, entre mais de 200 imagens, alguns cliques especiais de um dia histórico.
Veja o álbum completo da reportagem de Kim Tomé (Tutatux) Aqui.
GALERIA DE IMAGENS – 4-4-2009 |
Fotos Kim Tomé – Tutatux – Clique nas imagens para ampliar |
jcl