Sacha Baron Cohen é um dos comediantes mais falados dos últimos tempos, devido à criação de personagens que dão muito que falar. A sua mais recente figurinha, Bruno, chegou esta semana às salas portuguesas para substituir Borat.

Sacha Baron Cohen
Sacha Baron Cohen

Três anos depois da chegada às salas de cinema de Borat, o repórter oriundo do Cazaquistão que partiu em busca da América, Sacha Baron Cohen volta a invadir o grande ecrã com mais uma personagem saída do seu programa de televisão Ali G, uma série do início dos anos 2000, que por cá passou na SIC Radical há uns anos.

Desta vez trata-se de Bruno, que também é um repórter. Contudo o facto de ser repórter é o único ponto que une as duas personagens, pois Bruno é um austríaco gay que trabalha no mundo da moda, o completo oposto de Borat, um anti-semita de primeira que chocou os EUA aquando da sua passagem.

Em Bruno acompanhamos o mais recente trabalho do repórter, que é partir para os EUA e singrar como repórter de moda, com o objectivo máximo de se tornar o austríaco mais famoso da História depois de Hitler, segundo ele próprio. E está lançado o mote para mais uma comédia desbragada, que não pára em lado nenhum, provocando estilhaços em tudo o que toca.
Sacha Baron Cohen - Bruno

Recorrendo a um estilo de falso documentário, neste caso mais reportagem, Bruno vai provocando estragos por onde passa, desde um desfile de moda que é literalmente invadido pela personagem vestida com um fato de velcro a um programa de televisão onde vai apresentar o seu filho negro adoptado, numa sátira à moda das celebridades, que nos últimos tempos resolveram adoptar crianças africanas.

O estilo não é muito diferente do seu antecessor, neste caso muda apenas o tema retratado. Uma vez mais é curioso ver como Sacha Baron Cohen consegue com uma personagem fictícia apresentar uma parte do mundo norte-americano no seu estado mais primitivo. Este é talvez um dos grandes pontos de ambos os filmes, pois o comediante consegue com as suas provocações fazer passar-se por uma pessoa real e apanhar os seus interlocutores desarmados.

Promete ser um dos campeões de bilheteiras do ano. Quanto mais não seja, pelo menos já é um dos filmes mais falados e polémicos dos últimos tempos.

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«Série B», crónica de Pedro Miguel Fernandes

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