SEGUNDA PARTE da mesa redonda entre os candidatos à presidência da Câmara Municipal do Sabugal que teve lugar na capela do cibercentro da Guarda no dia 7 de Outubro de 2009 organizada pela «LocalVisão Tv» e pelo «Capeia Arraiana».
A «LocalVisão Tv» e o «Capeia Arraiana» organizaram esta quarta-feira, 7 de Outubro, uma mesa-redonda com os candidatos à presidência da Câmara Municipal do Sabugal. O convite endereçado aos cinco candidatos foi aceite por António Dionísio (PS), Joaquim Ricardo (MPT) e José Manuel Monteiro (CDU). A candidata do CDS-PP, Ana Isabel Charters, invocou dificuldades de agenda para não estar presente e o candidato do PSD, António Robalo, mandou dizer que declinava a presença na mesa-redonda onde se debateu o futuro político do concelho do Sabugal.
A «LocalVisão TV» e o «Capeia Arraiana», organizam em parceria, amanhã, dia 7 de Outubro, uma mesa redonda entre os candidatos à Câmara Municipal do Sabugal. Trata-se da primeira aparição dos candidatos raianos em televisão e da última oportunidade para cada um expor as suas ideias em contraposição às das candidaturas adversárias.
Ler MaisAntónio Dionísio (PS-Partido Socialista), António Robalo (PSD-Partido Social-Democrata), Joaquim Ricardo (MPT-Partido da Terra) e José Manuel Monteiro (CDU-Coligação Democrática Unitária) marcaram presença esta sexta-feira, 25 de Setembro, no programa de Rui Isidro na Rádio Altitude. Ana Isabel Charters (CDS-PP) declinou o convite por considerar ser ainda muito cedo para dar início à sua campanha eleitoral. Divergências à parte os quatro candidatos concordaram num ponto: a desertificação é o grande problema do concelho do Sabugal.
O jornalista da Rádio Altitude, Rui Isidro, introduziu o debate recordando que o concelho do Sabugal é o exemplo de maior alternância política no poder em todo o distrito da Guarda. Em 1976, nas primeiras eleições a presidência da Câmara foi conquistada pelo CDS. Em 1979 e durante dois mandatos foi governada pelo PSD para mudar de cor em 1985 novamente para o CDS e também por duas eleições. Em 1993 o PS conquistou a autarquia sabugalense mas, nas eleições seguintes, o PSD reconquistou a presidência. Em 2001 os sociais-democratas em coligação com o CDS mantiveram o poder e nas últimas eleições, 2005, o PSD, com Manuel Rito Alves, voltou a ganhar o município com maioria (quatro em sete) de mandatos .
Abriu o debate o candidato da CDU, José Manuel Monteiro, que após cumprimentar todos os sabugalenses deu a conhecer as linhas mestras do seu programa eleitoral com o lema «tornar possível o impossível». «As propostas da CDU assentam em quatro eixos de desenvolvimento: um concelho economicamente viável, um concelho socialmente coeso e solidário, um concelho culturalmente vivo aliando a tradição à modernidade e um concelho ecologicamente sustentável para as gerações futuras. «Achamos que é necessário fazer roturas, achamos que é necessário mudar», disse, ainda, José Manuel Monteiro.
António Dionísio foi o segundo candidato a entrar na antena da rádio elegendo como bandeira da candidatura o combate à desertificação. O candidato socialista considerou, também, que «o concelho do Sabugal tem que se afirmar no contexto regional com qualificação e inovação».
Joaquim Ricardo começou por agradecer à Rádio Altitude a possibilidade de estar presente num debate com os outros candidatos ao município sabugalense. Elegeu igualmente a desertificação como o grande inimigo a combater durante os próximos quatro anos. «Comigo as pessoas estarão sempre em primeiro lugar. As política autárquicas nos últimos 30 anos esqueceram as pessoas. Os dois grandes pilares da candidatura assentam na gestão da autarquia a pensar nas pessoas e na promoção da sustentabilidade económica e social do nosso território».
António Robalo chegou à Rádio Altitude já com o debate a decorrer e foi o quarto candidato a responder à questão inicial do moderador Rui Isidro. «Eu candidato-me na sequência do trabalho desenvolvido há doze anos durante três mandatos. O maior problema é não termos gente. Tudo temos feito para captar gente e vamos continuar a tudo fazer nesse sentido», explicou o candidato social-democrata.
O debate entre os quatro candidatos continuou com o balanço sobre os últimos quatro anos da gestão social-democrata na Câmara do Sabugal, sobre as apostas para o futuro do concelho do Sabugal e por fim a oportunidade a cada candidato para expor as razões porque consideram que os eleitores sabugalenses devem votar nas suas candidaturas.
Rádio Altitude on-line (90.0 FM). Aqui.
Rádio Altitude – Debate entre os candidatos à Câmara Municipal do Sabugal
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O Sabugal prepara-se para viver um fim-de-semana de intensa campanha eleitoral. Os três principais candidatos apresentam-se ao eleitorado acompanhados dos elementos das listas à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e às Juntas de Freguesia. Estão todos na área do jogo e preparam-se para superar o desafio sem caírem na piscina. É caso para dizer: «Soltem a parede!»
Ler MaisA candidatura de Ana Isabel Charters pelo CDS-PP foi uma surpresa. Os documentos foram entregues na tarde de segunda-feira, 17 de Agosto, pelo mandatário Francisco Pires Costa Paula, de Pousafoles do Bispo, e por Cristina Isabel Gamboa Metello de Seixas, presidente da concelhia centrista na Guarda. Ana Isabel Charters é filha de D. Luísa Lasso de La Veja Y Pedroso Charters, viscondessa de S. Sebastião, da Aldeia Histórica de Sortelha.
Ana Isabel Charters, 58 anos, tem duas filhas e cinco netos e pertence a uma família nobre com casa em Sortelha desde o século XIII.
A actual secretária do Presidente do CDS-PP, Paulo Portas, estudou na Guarda até aos 15 anos e terminou o liceu em Lisboa tendo frequentado durante um ano a École Schulz, em Genéve, na Suíça.
No seu curriculum pessoal pode ler-se que iniciou a actividade profissional aos 22 anos no Banco Português do Atlântico onde se manteve até ser convidada para secretária do Ministro das Finanças, João Morais Leitão. Entre 1981 e 83 manteve-se nos gabinetes governativos como secretária de João Salgueiro, Ministro de Estado, das Finanças e do Plano.
Entre 1983 e 88 foi secretária de Álvaro Barreto, primeiro no Ministério do Comércio e Turismo e posteriormente no Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação.
No final de 88 regressou à actividade privada como secretária de administração da empresa Ibercrédito, do Grupo Hispano-Americano onde esteve durante cinco anos.
Em 1993 foi convidada para secretária do Secretário de Estado das Finanças e do Tesouro, Francisco Esteves de Carvalho, onde permaneceu até ao final do mandato.
No mesmo ano participou nas eleições presidenciais como secretária do General Soares Carneiro na sua candidatura à Presidência da Republica (AD) e foi vogal na Junta de Freguesia do Coração de Jesus em Lisboa.
Na nova legislatura foi secretária do líder parlamentar do CDS, Jorge Ferreira, passando a secretária de Paulo Portas quando este assumiu a presidência do CDS em 98 tendo-o acompanhado no Governo como Ministro de Estado, da Defesa Nacional e do Mar. Durante a presidência de José Ribeiro e Castro manteve as funções de secretária do presidente do partido.
– A sortelhense Ana Isabel Charters é, actualmente, secretária do presidente do CDS, Paulo Portas. Como gostaria de se apresentar aos sabugalenses?
– Como uma filha da terra que um dia as circunstâncias familiares obrigaram à migração para Lisboa, que voltou sempre que pôde e que é em Sortelha que se sente em casa.
– A sua candidatura foi conhecida em cima da data limite para entrega dos processos no Tribunal. Porquê?
– Assumir uma candidatura é um acto de responsabilidade. Tenho marido, sou mãe, sou avó, e exerço a minha profissão em Lisboa. Todos estes factores tiveram de ser tidos em conta antes de poder aceitar o convite que me foi feito.
– O concelho do Sabugal tem 40 freguesias. Por que razão apenas constituiu listas em duas delas?
– Eu fui convidada pelas estruturas locais do CDS-PP para me candidatar e sinto-me muito honrada. A constituição das listas e das freguesias onde o CDS-PP concorre não dependeram de mim. No entanto, o facto de o CDS-PP concorrer a algumas freguesias – para além da corrida à Câmara e à Assembleia Municipal – revelam por si só que há um espaço para o CDS-PP e que há quem se disponha a dar a cara por ele: os resultados eleitorais dirão o resto.
– Conhece os elementos do actual executivo camarário? O que pensa da sua gestão?
– Saí daqui depois de ter feito o Liceu na Guarda e hoje sou avó. Passaram muitos anos e, fora de Sortelha, há muitas pessoas que não conheço: os mais novos do que eu, os que vieram de fora, outros que nunca cheguei a conhecer. Mas tenho acompanhado a actividade do Concelho, sempre que aqui venho estou atenta às diferenças, ao que é novo, ao que vai sendo feito, às opções que são tomadas, à velocidade que é imprimida ao que se faz. E, embora acredite sem qualquer dúvida que quem se dedica à política, seja ela local ou nacional, tem sempre a intenção de melhorar a vida das pessoas, dou sempre comigo a pensar no que não foi feito, noutras prioridades e opções, noutra forma de utilizar os dinheiros públicos, no que falta fazer ainda para que a vida no Sabugal possa atraír os mais jovens, possa trazer felicidade aos mais idosos, possa garantir o ganha-pão aos que têm uma família para sustentar.
– Estão em curso obras camarárias para a construção de uma ligação à A23. Concorda com o traçado e com a decisão de ser financiada exclusivamente com dinheiros municipais?
– Não há memória de estrada construída cujo traçado não tenha motivado a contestação de uns e a satisfação de outros. É assim por natureza: uns vêem o traçado beneficiar-lhes a vida e os outros pretendem para si o mesmo benefício, nunca sendo possível agradar a todos. O Concelho tem 40 freguesias e nunca seria possível dar resposta favorável às aspirações de todas elas. Não sou tecnicamente qualificada como o são os engenheiros de estradas e acredito, aqui também, que a Câmara dedicou à ligação à A23 o melhor que podia. Pior que tudo seria não haver ligação nenhuma à A23 ou aguardarmos anos e anos por uma solução que acabaria por atrasar o bem-estar de todos os que aqui vivem. A urgência na realização da obra, de que partilho, poderá ter justificado que a obra seja paga com verbas do orçamento camarário.
– A desertificação é um problema do nosso concelho. No seu programa eleitoral aponta medidas para contrariar o fenómeno?
– O abandono do interior em busca de melhores oportunidades, de acesso à educação para os filhos, de cuidados de saúde para os doentes e os mais velhos, da animação cultural mais alargada que as grandes cidades proporcionam, a par da crise da agricultura tradicional que passava de pais para filhos, levaram os nossos conterrâneos a procurar em Lisboa, no Porto e no estrangeiro o que aqui não encontravam. Eu própria saí daqui. Mas, 35 anos depois da Revolução, há que dizer que o País está mais próspero, está melhor, e oferece uma boa qualidade de vida mesmo no Interior. As novas estradas e auto-estradas tornaram os lugares mais próximos, as novas redes de transportes tornaram as viagens mais cómodas, os hospitais distritais permitem melhores cuidados na saúde, as escolas, as universidades e os institutos politécnicos permitem uma educação qualificada, os centros culturais garantem o acesso à oferta disponível, no supermercado mais próximo encontram-se os mesmos produtos que em Lisboa, no Porto ou em Braga. A pouco e pouco, o Interior vai-se tornando mais atractivo para quem o escolhe.
– Quais são as grandes apostas centristas para o desenvolvimento do concelho?
– O desenvolvimento do concelho passa necessariamente pelo desenvolvimento da economia local e é também por isso que as facilidades de acesso rodoviário são importantes e urgentes. Ninguém vem passar um fim-de-semana a uma unidade hoteleira ou almoçar num restaurante tradicional se gastar metade do tempo no automóvel; e ninguém virá fazer agricultura biológica ou constituir uma empresa de confecção ou de tecnologia avançada se o escoamento da produção não for assegurado de forma rápida e eficiente.
– Se for eleita vereadora assume o lugar?
– De tudo o que afirmei atrás decorre naturalmente que assumirei o lugar para que for eleita.
– Considera que o concelho do Sabugal tem tirado partido de ter Sortelha como uma das Aldeias Históricas de Portugal?
– Penso que ainda há muito a fazer. Sortelha pode ter melhor sorte.
– Vai fazer pessoalmente campanha no concelho? O que gostaria que não acontecesse nesta campanha eleitoral?
– Disse-o já. Eu acredito nos políticos. Acredito que todos os que se entregam à causa pública são bem intencionados e, independentemente do quadrante partidário a que pertencem, merecem admiração e respeito. Pela minha parte, vou dizer aquilo em que acredito e vou escutar as propostas dos meus adversários. Muitas das soluções que propuserem serão certamente importantes e deverão ser introduzidas. Espero que saibam escutar as minhas: a prática democrática passa por aí.
– Nas grandes entrevistas aos outros candidatos não foi colocada a questão dos incêndios. Como analisa os recentes acontecimentos?
– O recente incêndio veio pôr à prova a capacidade da Câmara no apoio directo aos mais prejudicados, nos recursos materiais colocados à disposição, no acesso ao Governo e na rapidez da resposta. No fim do seu mandato a Câmara vai ser julgada no dia das eleições pelo que fez ao longo dos últimos quatro anos e pela forma como soube reagir a esta catástrofe. Que venham todos às urnas e que, livremente, escolham a continuidade ou a mudança.
jcl e plb
Na sequência da tragédia provocada pelos recentes incêndios no concelho do Sabugal entendemos colocar, publicamente, aos candidatos duas questões. Depois da candidatura de António Dionísio é agora tempo de saber o que pensa a candidata do CDS-PP, Ana Isabel Charters.
– Se estivessem no poder como actuariam para colmatar no imediato as dificuldades dos agricultores em arranjar alimentos para os seus animais?
– A Câmara Municipal tem obrigação de ajudar neste caso concreto: ou pede a declaração de calamidade e obtém apoios a nível central, ou é solidária directa com os prejudicados e «abre os cofres» até à chegada do Inverno e das novas pastagens. Não sei se a Câmara está em condições legais de recorrer a um crédito bancário ou se tem outra solução, mas o dever de solidariedade entre o poder e os cidadãos tem de funcionar bem e depressa. A questão da desertificação animal por falta de alimento é um problema de cada proprietário, mas é, igualmente e num grau mais elevado, um problema da Câmara e do País.
– Como pensam investir na reflorestação de videiras, oliveiras, carvalhos e outras árvores no concelho?
– Não faltam estruturas no Ministério da Agricultura vocacionadas para a reflorestação. E há os fundos comunitários que o actual Ministro tanto tem desprezado. Estamos em campanha eleitoral: pode ser que o Ministério da Agricultura queira dedicar um pouco do seu tempo ao concelho do Sabugal. As ajudas serão bem-vindas.
O Capeia Arraiana publica esta terça-feira uma «Grande Entrevista com… Ana Isabel Charters» onde vamos ficar a conhecer melhor a candidata do CDS-PP à presidência da Câmara Municipal do Sabugal.
jcl
Damos conta daquilo que pode considerar-se tão só uma curiosidade, porém digna de registo: as mulheres de Sortelha ocupam as posições cimeiras das listas de candidatos à Câmara Municipal do Sabugal.