Entre Maio e Dezembro de 2014 a vida e obra do escritor Nuno de Montemor (1881-1964), pseudónimo do capelão militar Joaquim Augusto Álvares de Almeida, nascido em Quadrazais, no concelho do Sabugal, vai ser lembrada e homenageada em várias iniciativas organizadas pelos municípios da Guarda e do Sabugal. A exposição, «Nuno de Montemor alma brava e meiga» foi recentemente inaugurada na Biblioteca Eduardo Lourenço, na Guarda, e vai ficar patente ao público até 12 de Julho. Reportagem da jornalista Paula Pinto com imagem de Diogo Reis da redacção da LocalVisãoTv da Guarda.
O director artístico do TMG-Teatro Municipal da Guarda, Américo Rodrigues, foi demitido pelo actual presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro. O agora ex-director foi o responsável pela programação do TMG desde 2005.
Américo Rodrigues vai apresentar a sua mais recente criação às 18:00 horas de segunda-feira, 22 de Abril, na Biblioteca da Guarda. A apresentação do livro de poesia «O ponto cego», editado por Bosq-íman:os, estará a cargo do físico Fernando Carvalho Rodrigues. A leitura de alguns poemas será feita por Vasco Queiroz. Na ocasião será, também, lançada a plaqueta «Camões: nome de cão com pulgas» do mesmo autor.
O escritor guardense, Américo Rodrigues, dá a conhecer em Lisboa a sua mais recente obra intitulada «A Casa Incendiada». A apresentação está a cargo de Manuel Poppe e o encontro com os «desterrados» na capital está marcado para a Galeria e Livraria «Fabula Urbis».
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No dia 16 de Março (sexta-feira), o Teatro Municipal da Guarda (TMG) apresenta a leitura encenada do texto teatral inédito de Maria Antonieta Garcia «Pela mão de Carolina Beatriz Ângelo». Ler Mais
A cooperação entre o TMG-Teatro Municipal da Guarda e a Junta de Castilla y León tem concretizado diversas iniciativas culturais. A mais recente é a produção de um DVD com quatro curtas metragens sobre uma Raia que já dividiu e que agora é motivo de união. Reportagem e edição da jornalista Paula Pinto com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).
No dia 17 de Dezembro (sábado) vai ser apresentado o livro «acidente poético fatal», da autoria de Américo Rodrigues, escritor, actor e director do Teatro Municipal da Guarda (TMG). O acto acontecerá na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na cidade da Guarda, pelas 18 horas.
A apresentação do novo livro de poesia de Américo Rodrigues, editado pela Luzlinar e Bosqíman:os, estará a cargo de Pedro Dias de Almeida. Após a apresentação formal do livro, o autor lerá alguns poemas da obra, numa sessão agendada para as 23 horas do mesmo dia, no Café Concerto do TMG.
Américo Rodrigues nasceu em 1961 na Guarda. É licenciado em Língua e Cultura Portuguesa (ramo cientifico) pela Universidade da Beira Interior e Mestre em Ciências da Fala pela Universidade de Aveiro.
É autor de diversas publicações literárias, tais como «Na nuca» (1982), «Lá fora: o segredo» (1986), «A estreia de outro gesto» (1989), «Património de afectos» (1995), «Vir ao nascedoiro e outras histórias» (1996), «Instante exacto» (1997), «Despertar do funâmbulo» (2000), «O mundo dos outros» (2000), «Até o anjo é da Guarda» (2000), «Panfleto contra a Guarda» (2002), «Uma pedra na mão» (2002), «Obra completa – revista e aumentada» (2002), «O mal – a incrível estória do homem-macaco-português» (2003), «A tremenda importância do kazoo na evolução da consciência humana» (2003), «Escatologia» (2003), «Os nomes da terra» (2003), «A fábrica de sais de rádio do Barracão» (2005), «Aorta Tocante» (2005), «O céu da boca» (2008), «Escrevo-Risco» (2009) e «Cicatriz:ando» (2009).
Foi coordenador dos cadernos de poesia «Aquilo», do boletim/revista «Oppidana», co-director da revista «Boca de Incêndio», coordenador da revista cultural «Praça Velha» e da colecção de cadernos «O fio da memória».
Foi colunista de vários jornais. Foi-lhe atribuído o Prémio Gazeta de Jornalismo Regional e o Prémio Nacional de Jornalismo Regional.
Em 2010 recebeu a medalha de mérito cultural atribuída pelo Ministério da Cultura.
Director do Teatro Municipal da Guarda. Foi animador cultural na Casa de Cultura da Juventude da Guarda/FAOJ (desde 1979 até 1989) e na Câmara Municipal da Guarda (desde 1989), onde coordenou o Núcleo de Animação Cultural.
plb
No sábado e no domingo, 26 e 27 de Novembro, a cidade da Guarda comemora o 812.º aniversário da atribuição do foral por D. Sancho I com a realização de um espectáculo dedicado aos poetas da cidade, a realizar no Grande Auditório do TMG.
Ler MaisForam apresentados os principais eventos culturais do TMG-Teatro Municipal da Guarda até ao final do ano. Reportagem da jornalista Sara Castro com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).
Autoria: LocalVisãoTV posted with Galeria de Vídeos Capeia Arraiana
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O mérito de Américo Rodrigues foi reconhecido e premiado sob a forma de diploma e medalha de mérito cultural. Reportagem da jornalista Sara Castro com imagens de Andreia Marques/Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).
«Imagem da Semana» do Capeia Arraiana. Envie-nos a sua escolha para a caixa de correio electrónico: capeiaarraiana@gmail.com
Data: 25 de Abril de 2011.
Local: Café Concerto do TMG-Teatro Municipal da Guarda.
Autoria: Direitos Reservados.
Legenda: A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas entrega o Diploma e a Medalha de Mérito Cultural ao director do TMG, Américo Rodrigues, tendo por testemunhas o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Valente e o governador civil da Guarda, Santinho Pacheco.
jcl
O director do Teatro Municipal da Guarda, Américo Rodrigues, recebeu na segunda-feira, 25 de Abril, a Medalha de Mérito Cultural da mão da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que disse tratar-se de uma homenagem «sentida, profunda e sincera», que enaltece o trabalho cultural realizado pelo agraciado nos últimos 30 anos.
Américo Rodrigues, de 50 anos, natural do Barracão (Guarda), é licenciado em Língua e Literatura Portuguesa e mestre em Ciências da Fala. Fundador do teatro Aquilo, foi durante anos coordenador do Núcleo de Animação Cultural da Câmara Municipal e é, desde há seis anos, o director do Teatro Municipal da Guarda (TMG). Homem de variados talentos é actor, dramaturgo, poeta, escritor, encenador e programador cultural, cujas actividades tem desenvolvido em favor da sua cidade.
A ministra, perante o curriculum avassalador do galardoado, disse ser «elucidativo de todo um percurso dedicado à acção e à dinamização da cultura e, sobretudo, à sua cidade e ao seu distrito».
O homenageado também usou da palavra para agradecer o reconhecimento público do trabalho que tem desenvolvido, garantindo que continuará empenhado no seu trabalho, persistindo e avançando na perspectiva de o melhorar.
Publicamos seguidamente, na íntegra, a intervenção de Américo Rodrigues.
«Exma Sra. Ministra da Cultura
Exmo Sr. Governador Civil do Distrito da Guarda
Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal da Guarda
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Caros amigos,
Nasci aqui e quis viver aqui. Nesta cidade que sempre quis transformar. Respondendo a um apelo identitário decidi que seria aqui que construiria sonhos e concretizaria utopias. A Guarda exercia e exerce sobre mim um fascínio que será difícil de explicar mas que se enriquece no contacto diário com as pessoas da minha terra. Sei que a Guarda pode ser, frequentemente, muito fria em relação a projectos de ousadia, mas também sei que pode ser afectuosa, cúmplice e solidária. Conheço a Guarda, ao que julgo, com profundidade. Escolhia-a! Escolhi que seria na cidade que Eduardo Lourenço chamou de “reaccionária” que lançaria as sementes da inquietação e da rebeldia. Para que ela mudasse. Acredito, pois, na capacidade transformadora da Cultura, na força emancipadora da Cultura. Acreditei que a Guarda seria território da felicidade e persigo essa ideia desde que aqui decidi ficar. Fiquei para contribuir para revolucionar a Guarda. Calma! Eu sei como o verbo “revolucionar” pode ser, nos tempos que correm, assustador! Utilizemo-lo, então, com parcimónia. O que eu sempre quis foi ajudar a Guarda a vencer o imobilismo, a furar o cerco do subdesenvolvimento, a acreditar em si própria! Acreditei sempre numa cidade onde coubéssemos todos mais as nossas melhores ideias de progresso. Acreditei sempre que a Guarda poderia deixar de ser provinciana e que merecia ser moderna, arejada, cosmopolita. A Cultura como impulsionadora do desenvolvimento, a Cultura como apelo à cidadania.
Vi os meus amigos partirem. Quase todos desistindo da Guarda. Procurando noutros locais o seu espaço para crescerem. Eu fiquei mas isso não fez de mim, necessariamente, um resistente. Fez de mim alguém que, amando uma cidade, não se quis resignar à vidinha confortável e obediente. Lutei (e isso ninguém mo pode roubar) e continuarei a lutar por uma Guarda e um país melhores, utilizando a Cultura.
Ao longo destes anos fui autor, actor, animador, provocador. Criei e organizei milhares de projectos. Ou seja, cumpri o que prometi: participar na construção de uma nova cidade nova. Muitas vezes apoiado, outras vezes desapoiado. Algumas vezes com êxito e outras vezes com insucesso. Às vezes, quase desistindo. Outras vezes, procurando forças em inimagináveis reservas de alma. Lutando contra a indiferença, enfrentando incompreensões, oferecendo o peito a todas as adversidades, respondendo a acusações. Como se a Cultura fosse uma questão de vida ou de morte. Eu, que sempre entendi que a Cultura era vital!!!
Não me tenho limitado ao exercício da criação e dinamização culturais. Não me encaixo, também, no perfil do animador que contrata artistas e foguetório. Ou indica quando o público deve bater palminhas! Nunca quis ser sacristão de políticos que acham que cultura é entretenimento ou flor para colocar na lapela, duas vezes por ano. Para mim, a Cultura, como se viu, é algo de extremada importância. E, por isso, o cidadão que sou nunca deixou que o calassem. Como cidadão participo activamente e criticamente na vida da minha cidade. Por vezes de forma dura, cheio de convicções e perplexidades. Mais uma vez, porque a Guarda é o “centro do mundo”, do meu mundo, como disse Alberto Dinis da Fonseca, o inventor do slogan “Até o anjo é da Guarda!”. Parece evidente mas é com ideias simples e visionárias que se há-de construir uma Guarda de sonho!
Confesso que sou culpado. De desejar que uma cidade se desenvolva harmoniosamente: a Cultura como prioridade estruturante. Confesso que sou um lutador incansável e que dificilmente baixarei os braços. Confesso que sou um homem livre e que como cidadão de corpo inteiro me manterei. O trabalho que fiz pela promoção cultural da Guarda e seu distrito, em três décadas de trabalho, é, no entanto, uma gota de água. Há, portanto, que continuar o caminho. Todos os dias.
O TMG é, sem sombra de dúvidas, o caso mais visível do esforço, na área da Cultura, que se está a fazer na Guarda. Ele deve-se à lucidez de quem o sonhou e de quem o concretizou. E de quem quis que ele se mantivesse. Mulheres e homens, políticos, que perceberam que a Guarda necessitava de um equipamento que é uma referência para o país: a partir de uma pequena cidade, um pequeno Teatro contribui para a afirmação da terra e da região, e para a valorização cultural dos seus habitantes. Agradeço a quem não pensou “pequenino”. A quem correu o risco de enfrentar a mentalidade paroquial que caracterizou a Guarda durante tantos anos!
Neste processo do TMG eu sou, apenas, aquele que programa, que dirige o “óvni”, que faz o melhor que pode para não envergonhar quem lançou o projecto. Faço-o com intensidade, como sempre. Às vezes de forma visceral. Entregando-me à tarefa de criar uma programação que não parta do princípio estúpido de que se estão a “atirar pérolas a porcos”. Não, a Guarda e a sua região merecem o melhor! A minha exigência e o meu rigor estão ligados a esta concepção: as pessoas da nossa terra devem ser tratadas com todo respeito, ou seja, devem poder aceder a uma programação de qualidade e diversidade, intimamente ligada à comunidade e ao seu imaginário.
Receber esta medalha no dia 25 de Abril é para mim uma honra! Sim, porque foi o acto revolucionário do 25 de Abril que, para além de outros direitos de cidadania, trouxe a Portugal a democratização do acesso à Cultura. Nem que fosse por isto teria valido a pena fazer o “25 de Abril”!
Como sabemos, vivem-se tempos marcados pelo populismo e por discursos economicistas e catastróficos. Nestas circunstâncias, a Cultura tende a ser esquecida, relegada para o plano das coisas menores. Assim, mais significado tem este gesto da Sra. Ministra da Cultura.
Cumpre-me, então, agradecer à Sra. Ministra da Cultura a distinção agora recebida. Não desconheço que esta medalha significa o reconhecimento público pelo trabalho que tenho realizado. Porém, também não quero esquecer que o acto de receber a medalha de mérito cultural me responsabiliza fortemente. A continuar, a persistir, a avançar, a melhorar! Aceito o desafio!
Boa noite e muito obrigado!
Américo Rodrigues
25/4/11»
plb
O director do TMG-Teatro Municipal da Guarda, Américo Rodrigues, vai ser homenageado pelo Ministério da Cultura com a atribuição da Medalha de Mérito Cultural. A cerimónia está marcada para a noite de segunda-feira, 25 de Abril, e conta com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, e do Governador Civil da Guarda, Santinho Pacheco.
Américo Rodrigues, director do Teatro Municipal da Guarda (TMG), vai ser homenageado pelo Ministério da Cultura com a atribuição da Medalha de Mérito Cultural, pelo contributo para o desenvolvimento cultural da região.
O governador civil da Guarda, Santinho Pacheco, disse em declarações à agência Lusa que a distinção será entregue na Guarda, na noite de segunda-feira, dia 25 de Abril, quando o TMG assinala o sexto aniversário, numa cerimónia que contará com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. A cerimónia irá decorrer no café concerto daquele complexo cultural, no final de um espectáculo com o cantor Pedro Abrunhosa, indicou.
Santinho Pacheco referiu que propôs à ministra da Cultura a atribuição da Medalha de Mérito Cultural a Américo Rodrigues, atendendo ao trabalho desenvolvido «ao serviço da cultura». «O Américo Rodrigues é uma figura incontornável da cultura, na Guarda, e a cultura para a Guarda é uma actividade estratégica, particularmente a partir do momento em que foi inaugurado o novo TMG», justificou. Acrescentou que o homenageado «marcou o rumo» da opção da Guarda pela cultura, afirmando a cidade no contexto regional e nacional «por um bom motivo».
Santinho Pacheco diz tratar-se de uma homenagem «justa», que Américo Rodrigues, que nasceu na Guarda, «bem merece», pelo papel cultural desenvolvido ao longo de 30 anos.
Para além de director do TMG, o galardoado é poeta sonoro, actor, escritor, encenador e programador de eventos culturais.
1 – O Capeia Arraiana associa-se à homenagem reconhecendo as capacidades invulgares de Américo Rodrigues enquanto homem de cultura e gestor de um espaço que é, em apenas seis anos, uma referência a nível nacional e ibérico pela qualidade da programação e dos protagonistas que têm actuado na cidade mais alta. O mérito, muito mérito, cultural de Américo Rodrigues é um orgulho para a cidade da Guarda, para o distrito e para toda a Beira Alta.
2 – Ainda não há muito tempo Américo Rodrigues escrevia no seu blogue «Café Mondego» (uma referência na opinião livre e séria na blogosfera): «Que raio de homem sou eu que não tenho um fato e uma gravata?!» Será desta que o «obrigam» a usar uma gravata?
3 – E já agora aqui fica o lembrete. Este cordial homem de cultura comemora 50 anos de idade no sábado, 23 de Abril. Até lá.
jcl (com agência Lusa)
A compositora norte-americana Diamanda Galás, o músico português Pedro Abrunhosa e a diva peruana Susana Baca são alguns dos destaques de excelência da programação da agenda cultural de Abril a Julho do TMG-Teatro Municipal da Guarda apresentados pelo seu director Américo Rodrigues. Reportagem da jornalista Sara Castro com imagens de Pedro Taborda da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).
jcl
No passado dia 17, pelas 21:30 horas, foi apresentado no TMG-Teatro Municipal da Guarda o livro «O Cisne Submerso», de Fernando Pinto Ribeiro. O poeta, natural da Guarda, regressou deste modo à sua terra natal.
Ler MaisA sessão evocativa do poeta Fernando Pinto Ribeiro está marcada para o dia 17 de Março no Café Concerto do TMG e inclui o lançamento da obra póstuma «O Cisne Submerso».
Ler MaisEm 17 de Dezembro, a Assembleia Municipal da Guarda aprovou uma moção de repúdio pelo facto do cidadão Américo Rodrigues, director do Teatro Municipal, ter criticado uma decisão dessa mesma Assembleia. Trata-se de um processo vergonhoso que pretende silenciar quem fala e opina.
Ler MaisA polémica está instalada na cidade da Guarda face a uma decisão aprovada por larga maioria na Assembleia Municipal, recomendando ao Município um corte de 20 por cento no orçamento do Teatro Municipal da Guarda (TMG) para este ano, revertendo esse valor para as juntas de freguesia.
Ler MaisO documentário «Há Tourada na Aldeia» teve ante-estreia no TMG-Teatro Municipal da Guarda. A tertúlia/debate que se seguiu à projecção do filme teve a participação do realizador Pedro Sena Nunes, do director do TMG, Américo Rodrigues, do historiador e escritor Adérito Tavares, o professor Cameira Serra, o aficionado José Galhano e do público presente no Pequeno Auditório. Uma reportagem com assinatura de Andreia Marques e Miguel Almeida da LocalVisãoTv (Guarda).
jcl
Apesar do nevoeiro, da chuva e do imenso frio que se fazia sentir, a antiga tradição popular do «julgamento e morte do galo» voltou a animar a noite de carnaval da Guarda, em 15 de Fevereiro, atraindo às ruas da cidade milhares de pessoas.
Agostinho da Silva fez o papel de «juiz» e presidiu à audiência realizada na Praça Velha para julgar o galaró na sequência da acusação, que o considerava culpado pelas intrigas e desavenças que tiveram lugar durante o ano.
O texto da representação foi da autoria de Norberto Gonçalves, e, para além do juiz Agostinho da Silva, houve também um polícia bonacheirão (interpretado pelo actor Rui Nuno), a advogada de acusação Carolina Beatriz Ângelo (interpretada por Cristina Fernandes), o advogado de defesa Rui de Pina (interpretado por Carlos Lopes), a mulher do povo (interpretada por Isabel Monteiro) e o homem trauliteiro (interpretado por Albino Bárbara).
Nas ruas e passeios havia neve e o vento puxava bátegas gélidas que fustigavam os rostos. A humidade avariou o sistema de luzes e os ecrãs gigantes que a organização, coordenada por Américo Rodrigues, montara na Praça Velha. Mesmo assim a população saiu à rua, desafiando o frio para assistir ao espectáculo baseado numa tradição ancestral.
Face às condições adversas, o espectáculo esteve para ser cancelado. Porém, em respeito para com a população que acudiu à cidade, o desfile e a representação teatral foram por diante conforme o previsto, utilizando-se porém apenas uma parte dos recursos que estavam disponíveis.
Mais de cinco mil pessoas assistiram ao desfile dos foliões desde a Alameda de Santo André até à Praça Velha. Cerca de 400 pessoas, entre técnicos, representantes de colectividades, músicos, actores e grupos convidados, deram forma ao espectáculo que animou a noite fria e chuvosa, fazendo com que ninguém arredasse o pé.
O longo cortejo dirigiu-se à Praça Velha, onde se deu o julgamento, com defesa e acusação esgrimindo argumentos, numa autêntica sátira à vida social da cidade, o que arrancou sorrisos e gargalhadas à assistência. No final sucedeu o que todos esperavam: Agostinho da Silva, o juiz, considerou o galo culpado e condenou-o a morrer na fogueira. Concedeu-lhe porém um último desejo, e o condenado quis ver o Anjo da Guarda. Então uma figura em forma de anjo «esvoaçou» pela praça. Só após o cumprimento deste curioso desejo, o galo foi queimado, para gáudio de todos, que agora esperam que este sacrifício lhes traga um ano feliz.
Findo o espectáculo, a Culturguarda e a Câmara Municipal da Guarda, ofereceram canja de galo e vinho para todos.
plb