Contemplar a Serra pode ser verificar-lhe a versatilidade já que, supô-la estática, constitui um erro dos sentidos.

Daqui, do âmago deste meu olhar pensado, antes que o entardecer se estabeleça, encosto-me ao peitoril e cruzo o cristal da janela para contemplar céus e terra. Observo o galopar das nuvens a caminho das labaredas de um sol que se incendeia com o vir da primavera. Vejo a serra a contrapor-se num imenso verde renovado. Repete-se, este espectáculo, de tarde em tarde. Sempre eu o procuro porque ele sempre me comove. É como se o visse, cada vez, pela primeira vez.