O movimento «Empresários pela Subsistência do Interior» defendeu a demissão do ministro da Economia por falta de respostas às dificuldades apresentadas num encontro na sexta-feira com o governante, na Covilhã, disse à Agência Lusa o porta-voz, Luís Veiga.
O governante promoveu na sexta-feira um pequeno-almoço com 50 empresários da Beira Interior, na Covilhã, para os auscultar, explicou na altura o próprio ministro da Economia, mas Luís Veiga, empresário covilhanense do ramo hoteleiro, diz que, analisado o encontro, «verificou-se que não há estratégia nenhuma para o interior».
Segundo explicou à Agência Lusa, apesar dos relatos de dificuldades, os empresários lamentaram «não ouvir uma palavra de compreensão do ministro da Economia, antes pelo contrário, sentiram que [o governante] está num mundo completamente diferente e provavelmente noutro continente».
Luís Veiga é peremptório: «Para nós é altura de dizer basta e exigir a demissão do ministro, não podemos ir para outro nível de exigência após aquele pequeno-almoço surrealista de um diálogo de surdos entre 50 empresários e o governante».
A visita de Álvaro Santos Pereira «não trouxe nada de novo, independentemente da necessidade que atribui às reformas em curso», apesar de «ter sido explicado que as empresas estão no limite e que chegaram a um ponto de não retorno em termos da operação no interior do país».
Ou seja, «não se vislumbra outro caminho que não seja o encerramento de mais empresas e a desertificação humana e, perante isso, ele não tem resposta», contou o porta-voz dos empresários.
O anúncio da prorrogação das isenções nas autoestradas ex-SCUT por mais três meses, sem outras medidas que atenuem o efeito das portagens, foi a gota de água, acrescentou Luís Veiga.
Segundo explicou, «o Interior não precisa dessa esmola, pois não eram as autoestradas A23, A24 e A25 que iam perder as isenções» no final de Junho – dado que as regiões abrangidas têm baixos índices de poder de compra, dentro dos valores especificados por lei para atribuição do benefício.
De acordo com Luís Veiga, o núcleo duro do movimento engloba cerca de 50 empresários dos distritos de Castelo Branco e Guarda e respectivas associações de empresas, defendendo os interesses de cerca de 8.000 firmas.
O grupo foi criado no início de 2011 para lutar contra a introdução de portagens nas autoestradas A23 (Torres Novas – Guarda), A25 (Aveiro – Vilar Formoso) e A24 (Viseu – Chaves), mas desde então tem intervindo e apresentado propostas sobre outros temas.
plb (com Lusa)