Já participei em muitas manifestações de diversas matérias, as mais habituais de carácter social e político. Desta vez não podia recusar o apelo para participar, dia 8 de Novembro, numa manifestação de agricultores.
A defesa dos pequenos e médios agricultores do concelho do Sabugal exige uma luta acérrima pela anulação das disposições fiscais que sobre eles recaem, esbulhando-os dos parcos rendimentos e levando-os a abandonar a terra.
A Câmara Municipal do Sabugal contactou com todos os Presidente de Junta para que estes pudessem divulgar que colocavam autocarros à disposição das pessoas, que se dediquem à exploração agro-pecuária, para que pudessem fazer uma visita à Feira de Salamanca.
Inscreveram-se cerca de 130 pessoas que foram transportadas em três autocarros que foram alugados à empresa Viúva Monteiro.
A partida estava marcada para as oito horas e assim aconteceu. A grande maioria das pessoas tomaram lugar no Sabugal e outras entraram no Soito, Alfaiates ou Aldeia da Ponte conforme melhor conviesse a cada uma.
Em Aldeia da Ponte tomou-se a direcção de Ciudad Rodrigo e com as boas vias de comunicação existentes mal se dá pelo caminho.
Às dez horas e quinze minutos os três autocarros chegavam ao parque de estacionamento da feira.
O Eng.º Ernesto e a Eng.ª Carla chefiavam a comitiva e anunciaram que os autocarros sairiam, desse mesmo local, às 18 horas, tal como aconteceu, visto que toda a gente cumpriu os horários.
Depois de todas as pessoas terem entrado no recinto da feira formaram-se, espontânea e naturalmente os grupos e toca todos a marchar de pavilhão em pavilhão para se poderem admirar as mais diversas raças dos mais diversos animais.
Outros foram para a parte da maquinaria que também abundava. Havia todo o tipo de alfaias agrícolas e só se ouviam comentários do género: «Tudo isto é muito bonito mas… aqui em Espanha podem funcionar mas na nossa zona nem pensar atendendo à diminuta propriedade existente.» Custa ouvi-lo e dizê-lo mas é pura realidade. Enquanto sejamos pequenos na propriedade nunca seremos grandes no resto.
Estas visitas, de estudo, revelam-se de um enorme interesse porque, já que mais não seja, valem pelas reflexões e comparações que fazemos.
O meu tio Chico da Clara sempre dizia: «Há que sair porque em casa pouco ou nada se aprende.»
Julgando interpretar o sentimento da maioria das pessoas que nos deslocámos pretendo agradecer o gesto da Câmara esperando que no próximo ano se possa repetir a cena mas organizada mais atempadamente e com um programa mais bem elaborado.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
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