Numa altura em que a politica autárquica começa a movimentar-se, conversámos com o presidente da Junta de Freguesia do Sabugal, que nos traçou uma perspectiva do que tem sido a sua actividade enquanto autarca, quais os projectos para o futuro e o que pensa do candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal.
Manuel Rasteiro é dos mais antigos e experientes autarcas do concelho do Sabugal. Há 25 anos que é sucessivamente eleito presidente da Junta, sempre pelo PS, partido de que é militante.
– Como é ser o autarca eleito mais antigo do concelho?
– Há outros também em funções há muitos anos, como o Joaquim Corte nas Quintas de São Bartolomeu, o Domingos Romão na Lomba e o Zé Manel nos Fóios, embora este tenha estado fora um mandato. Fui eleito em 1982 e tomei posse no ano seguinte e desde aí tenho-me mantido. Há muita gente que pensa que isto não dá trabalho, mas eu sei bem o que custa ser um presidente de junta empenhado.
– Vai recandidatar-se?
– Logo se vê. Ainda não decidi em definitivo, mas é bem possível que me candidate a mais um mandato.
– De tudo o que realizou enquanto autarca nestes anos, qual é a obra que mais destaca?
– Os anos foram muitos, já se fez muita coisa e poder-se-ia ter feito muito mais, mas o que me marcou mais foi a construção do salão da Junta de Freguesia, pela importância que teve para o Sabugal e pelas verbas que envolveu. Também houve o embelezamento da cidade através da instalação de diversas estátuas. Todas as que existem no sabugal foram obra da Junta. Alguns opinaram que eram estátuas a mais, mas a verdade é que elas deram outra beleza à cidade.
– Há quem afirme que os presidentes de Junta das sedes de concelho têm o trabalho facilitado, porque a maior parte da actividade é desenvolvida pela própria Câmara, ficando muitas vezes a Junta de Freguesia remetida para um papel secundário…
– Isso acontece de facto nalgumas sedes de concelho do nosso distrito, mas não aqui no Sabugal. A Câmara tem distribuído verbas de despesa de capital pelas juntas de freguesia e consequentemente o Sabugal também as recebe. Na Torre, anexa do Sabugal, todas as ruas e becos estão calcetados e isso foi feito na totalidade pela Junta. Aqui no Sabugal são também muitas as ruas que foram calcetadas, até porque se não fossemos nós a fazê-lo possivelmente ainda não estariam assim.
– Muitos questionam-se acerca do que sucedeu ao tão badalado, há uns anos, projecto de requalificação do Largo da Fonte. Sabe em que ponto está esse projecto?
– O projecto é da responsabilidade da Câmara e eu vi-o exposto na Caixa Geral de Depósitos. Julgo que é muito importante requalificar o largo principal da cidade e estou confiante que o presidente da câmara, o Sr Manuel Rito, que tenho por pessoa de bem, não vai acabar o mandato sem iniciar a execução da obra. Eu há muito que defendo ali uma intervenção, assim como outras fundamentais, onde incluo a Rua 5 de Outubro, que deve ficar permanentemente vedada ao trânsito.
– Acha que a cidade tem tirado um verdadeiro proveito do rio Côa, ou isso está muito aquém do que seria possível?
– O rio é uma bandeira que as várias câmaras têm agitado, mas no fundo ainda ninguém teve a coragem de fazer aquilo que o Sabugal merece. A população tem coisas boas que depois não aproveita. Nós vamos para outras terras usufruir de coisas que também aqui temos, mas das quais não sabemos tirar verdadeiro partido. A Câmara entregou este ano a praia fluvial a uma empresa, também vejo que o rio está mais limpo, mas a nível de obras de fundo pouco ou nada foi feito desde que foi construída a praia fluvial. Sei que a Câmara tem um projecto para a zona entre-pontes, e espero que em breve se avance, pois é fundamental que o concelho tire maior partido do seu rio.
– O Partido Socialista já tem candidato a presidente da Câmara nas próximas eleições autárquicas. O que pensa da escolha de António Dionísio, um filho da terra, para encabeçar a lista do seu partido?
– Quando soube que o PS tinha convidado o Toni e ele tinha decidido aceitar o desafio, eu fiquei satisfeitíssimo. Conheço bem o Toni e sei que ele é homem de boas capacidades, pelo que penso que é candidato para vencer. Já falei com ele e sinto que tem vontade de ser presidente de todo o concelho. Ao contrário de outros, ele nunca será o presidente da cidade do Sabugal. Será antes o presidente das 40 freguesias.
– Mas há já quem afirme que ele nunca esteve na política, que não se lhe conhece opinião…
– Fez o seu percurso profissional, empenhando-se no seu trabalho, por isso chegou a chefe de finanças, cargo que lhe tem dado muito que fazer. Mas todo o tempo tem o seu tempo. Ele ainda é novo e considerou que agora era o momento oportuno para dar o seu contributo para a política do concelho.
plb