Quando exercia a minha profissão, em Castelo Branco, tinha como vizinha, junto do meu local de trabalho, uma mendiga cigana, que vivia conjuntamente com a mãe, doente e viúva, num barraco, onde a chuva e o vento entravam por todos os lados.

Este texto é essencialmente uma homenagem a muitos milhares de vítimas do coronavírus, esse monstro sem rosto. Assistimos, presenciamos, a cerimónias fúnebres cruéis, frias, carregadas de sofrimento, com urnas fechadas a sete chaves, sem velórios, sem missas, sem rituais religiosos, sem acompanhamento de irmandades, de familiares e amigos.
O «Camião da Esperança» anda na estrada desde 18 de Abril e tem a última etapa marcada para domingo, 17 de Maio, no Sabugal. A unidade móvel de informação e rastreio do novo Coronavírus é uma iniciativa da TVI, Galp e Rádio Comercial e tem como parceiros a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Unilabs, Mundipharma, Planetiers World Gathering e a GlobalSport.
As notícias chegam-nos em catadupa. Os nossos entes queridos que já não podiam viver connosco porque a vida frenética que levamos não nos permite cuidar deles e que, por amor, por compaixão e por comodidade, os colocámos nas casas de repouso, estão a morrer às dezenas. Os remorsos invadem-nos o espírito, sem que possamos encontrar uma solução e não vale a pena estar a acusar as instituições ou os funcionários que fazem tudo o que podem para os cuidar.
Quem diria que acabado de chegar sou surpreendido com um evento que, felizmente, parece ser transversal a todos e todas. No sonho de fazer esta missão, não podia ficar mais feliz de ver que as sociedades mais afastadas sentem a realidade de quem não quer ver. E o mais surpreendente é que foi a Diosese do Dundo, sede da Província de Lunda Norte, que patrocinou este encontro, com muito mais debate que nos «desenvolvidos» países europeus. Aqui todos e todas participam e nada os amedronta de dizer o que pensam.
Ontem, foi dia de Natal; para a maioria das pessoas o dia terá sido feliz, no regresso à família e ao espírito de união e de partilha. Mas, muitos têm razões para estar tristes e o dia não foi de felicidade: perderam alguém de família, descobriram que sofrem de uma doença grave, encontram-se desempregados, estão sozinhos ou por outro qualquer motivo que só cada um sabe.
A crónica de hoje não é mais do que uma estória de ficção, de uma hipotética chegada de um grupo de refugiados a uma das nossas aldeias, perdidas por detrás destas montanhas. Curiosamente, ou não, com tanta generosidade europeia, ninguém se lembrou que até por estas bandas a tónica da hospitalidade é uma das sãs características do povo Beirão. Como se costuma escrever nestas «coisas» qualquer semelhança com a realidade é pura ficção!
Aquela casa permaneceu fechada, por mais de quarenta anos. Quando é de novo aberta, já não pelo dono, esse há muito que morrera em França, e lá fora enterrado; já não pelos filhos que nunca mais regressaram à terra, mas por uma neta, casada com um francês, que um dia aqui chega à procura não se sabe bem do quê.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sabugal pede a todos que contribuam para a construção do novo quartel cujas obras tiveram início no passado dia 1 de Abril. É muito fácil. No Quadro 11 da declaração de 2018 do IRS devem colocar o NIF – 501 266 631 – e assim contribuir para o equipamento das novas instalações. Todos juntos podemos fazer a diferença.
O Relatório Anual da Amnistia Internacional (2016/7), saído acerca de um mês, dá conta do estado global dos direitos humanos, referindo casos concretos, relatados por observatórios, comités, comissões… que fiscalizam os tratados internacionais e também por organizações não governamentais a trabalhar na área. Foram analisados 159 países e assinalados, para cada um, as violações e os progressos.
O combate à desertificação nos territórios do Interior não tem nenhuma fórmula mágica. No entanto todas as iniciativas para «convencer» os jovens «a ficar» são importantes quando integradas em estratégias transversais pensadas a nível concelhio, distrital, ou mesmo, transfronteiriço. A mais recente aposta foi anunciada pela Junta da União de Freguesias do Sabugal e de Aldeia de Santo António, presidida por François Baltazar e materializa-se no aumento do valor do apoio à natalidade dos fregueses das duas freguesias.
Para comemorar o aniversário, a estação televisiva SIC lançou o Prémio Solidário 25 anos, destinado à Instituição de Solidariedade Social que apresente o melhor projecto para a melhoria da qualidade de vida de pessoas socialmente desfavorecidas.
O domingo que antecede o dia do Corpo de Deus é aquele que o calendário religioso reserva à Senhora da Póvoa. Nem o ritmo acelerado dos dias de hoje, contrastando com o esvaziamento das populações vizinhas, condicionam a devoção de quem ali se desloca neste dia de todas as graças.
Num país onde os mais pobres são cada vez mais pobres coube às instituições de solidariedade social uma resposta cabal. Contra tudo e todos teimam em não baixar os braços. Perante o avanço da desigualdade social suscitada pelas anteriores políticas sobram réstias de uma sociedade justa e igual para todos.