Vou começar esta crónica artigo com palavras de uma senhora, Carmen Afonso, que escreve no jornal «Público»…

Mais do que aumentar o orçamento para a saúde, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de uma reorganização inadiável de todo o sistema da saúde do setor público e de uma competente e eficaz política de gestão das instituições e dos serviços que o integram. Caso contrário, o caos continuará a reinar nos hospitais, nas demais instituições de saúde do setor público e, em particular, nos serviços de urgência, com graves consequências para os cidadãos que a eles recorrem.
Ouvindo as palavras de Manuel Alegre dizendo que o Presidente da República fez mal em marcar eleições para o próximo dia 10 de Março vem-me à memória vários episódios da História política portuguesa em que este protagonista esteve ativo politicamente e em que disse precisamente o contrário.
No seguimento dos casos, casinhos e casões em que o Governo de maioria absoluta de António Costa se foi afundando desde a sua tomada de posse em 2022, sucedeu aquilo que alguns esperavam e outros temiam. Acabou por rebentar nas mãos do Primeiro-Ministro a bomba ao retardador que o levou a apresentar a sua demissão ao Presidente da República.
Assisti recentemente na televisão ao eterno Mário Nogueira, líder do sindicato Fenprof a atacar o outro presidente André Pestana, líder do STOP, dando uma imagem de desunião perante o governo. Mas o pior de tudo é que ambos os sindicalistas tiveram afirmações totalmente absurdas a propósito das reivindicações dos professores.
A experiência do regime republicano que vigora em Portugal desde 5 de Outubro de 1910 tem demonstrado que, para governar bem o País, não bastou alterar o regime político aplicável à Chefia do Estado. Efetivamente, do que os portugueses precisavam em 1910 e continuam hoje a precisar, como de pão para a boca, é que os Governos de Portugal governem bem.
No actual momento histórico que atravessamos à tranquilidade podemos chamar irresponsabilidade, ou seja, ninguém pode estar tranquilo. Todos os dias somos ameaçados por guerras, humilhados por políticos, grandes empresários e banqueiros, vandalizados e assassinados por marginais a quem chamam humildemente os «abandonados do sistema».
Será que algum dia teremos o modelo ideal de Organização Política, Económica e Social? Impensável! Nós, portugueses, já só pedimos Justiça nos Tribunais, mais Justiça Social, combate à corrupção e ao Crime Organizado. Os nossos líderes partidários, e não só, são os principais responsáveis de uma desconfiança do Povo Português em relação à Democracia.
As comemorações do 10 de Junho são uma efeméride na qual os mais altos responsáveis políticos do país evocam, com discursos e desfiles militares, os feitos heróicos do nosso passado histórico, reafirmam a identidade nacional e prestam merecida homenagem aos dois milhões de portugueses da diáspora espalhados pelos quatro cantos do mundo. É justo e é louvável que o façam. Mas será isto bastante? Ou deverá, para além disso, haver espaço para uma reflexão profunda, séria, honesta sobre as soluções para os problemas concretos dos portugueses e as perspetivas de um futuro melhor para o país?
Estamos a assistir em Portugal ao que se passou em Itália na década de 1990. Falo do «tangentopolis» em que a corrupção e o suborno se apoderaram de Itália, e tudo terminou com o desaparecimento do Partido Socialista Italiano e de outros partidos políticos entre eles o Partido Social Democrata Italiano.
Quero dizer-lhe querido(a) leitor(a) que cada vez nos apercebemos mais que quem manda não são muitas vezes aqueles que elegemos, mas sim os Banqueiros, os poderosos accionistas das Macro Empresas e das Multinacionais, os senhores da Comunicação Social privada e das Novas Tecnologias.
Durante a minha existência, nunca ouvi falar tanto e tantas vezes de guerra como nos dias de hoje. E, francamente, não vislumbro uma réstia de esperança para um tempo de paz. Quando mais a guerra dura, mais as negociações se amenizam.
Quando se fala de desenvolvimento integrado do Interior é bom que atuemos em conformidade.
Presumo que em Portugal, e não devo estar muito enganado se disser que foi a Direita Democrática, e não só, mas também uma Esquerda que satisfez todas as exigências do poder financeiro, esquecendo as classes médias e populares… que abriram a porta à extrema direita.