Termino hoje aqui esta série pequena dedicada às migrações. Foi um prazer enorme poder homenagear quem procurou fora da nossa região um futuro melhor para a sua Família, com enorme sacrifício pessoal. Mas, passados estes anos todos, todos reconhecem que valeu a pena.
Faltavam oito dias para o Natal. A senhora Emília tinha visto partir para França, um a um, os dez filhos. Quando o mais novo partira já estava viúva, mas ela ainda ia dando conta da Malhadinha, das galinhas, do porquinho e da sementeira e rega dos «tchões». Na altura das colheitas os filhos iam-se revezando a vir visitá-la e a dar uma ajuda. Enchiam-lhe o curral de lenha bem cortada e aparada. Verificavam a despensa de mercearia e do essencial para que nada lhe faltasse.
Uma terra de muitas idas e vindas… Alentejo como «ratinhos», lembram-se desta palavra? Ribatejo, zona de melão e melancia no Sul da Beira Baixa e depois a busca de melhor vida no estrangeiro, sobretudo nos arredores de Paris.
Recordar é viver… Quando começaram a vir de férias, alguns com boas máquinas para a época, os nossos emigrantes eram um sucesso. Melhor… eram a prova do seu sucesso. Grandes sacrifícios, sem dúvida, mas a valer a pena. Vamos recordar mais uns capítulos dessa epopeia grandiosa…
É hora de voltarmos emigração pura, dura e grandiosa: a emigração da odisseia francesa que mais domina quer a minha aldeia quer a nossa região toda. Quando se olha de cima e se pensa em migração, só a França lastra no nosso olhar. Tudo o resto são pequenas gotas ou pouco mais. Falemos então de casteleirenses em Paris, basicamente. Mas não resisto e fecho com uma nota familiar para mim muito importante…
A emigração naqueles idos de 50-60 não se deu apenas para a França, como muita gente pensa. Não! Já antes dessa vaga – como já escrevi algumas vezes – tinha havido três destinos de alguns poucos emigrantes da aldeia: primeiro, a Argentina (anos 35-40), depois a Alemanha e também Angola.
Em 2017, aqui no nosso «Capeia», publiquei a maior parte do texto que hoje renovo. Como já expliquei, conheci de perto este fenómeno, esta epopeia, pois pessoas da minha família espalharam-se pelo Mundo: Angola, França e países vizinhos, sobretudo a Alemanha e… pessoas bem conhecidas estiveram na Argentina.
Recordo que, antes da grande corrente migratória da minha aldeia para a França, as pessoas procuraram países como Angola e a Argentina… Mas não só! Tempos houve em que a corrida migratória foi cá dentro do País, designadamente para o Alentejo. Hoje falamos disso e recordamos esses tempos difíceis. Seja bem-vindo…
Nova crónica, nova homenagem aos nossos emigrantes de antanho que foram trabalhar para fora do País, mas sem esquecer aqueles que foram à procura de sobrevivência noutras zonas do país, sobretudo, Ribatejo e Alentejo. Hoje, voltemos aos «bidonvilles»…
Tenciono publicar uma série de crónicas recordando o que escrevi sobre a busca de trabalho das gentes da minha aldeia quer dentro do País (sobretudo no Alentejo mas também em Santarém), quer fora do País, sobretudo na França mas também na Argentina, nas ex-colónias, na Suíça, na Alemanha, etc. Obrigado pela atenção que dá ao que escrevo… e divirta-se, como eu me divirto.
O documentário da RTP com o título original «Histórias de Cá e Lá» com locução de Paulo Coelho foi realizado no ano de 1991 por Maurício de Carvalho. É um olhar sobre o mês de Agosto e o regresso dos emigrantes ao distrito da Guarda e à Raia sabugalense. Um passado que todos vivemos e que recordamos com sentimentos de nostalgia e alguma emoção ao rever o mercadilho de Vilar Formoso, «a noite» de Ciudade Rodrigo e algumas aldeias sabugalenses onde não podia faltar a festa do forcão. O vídeo está licenciado pela RTP para o «Capeia Arraiana».
Ler Mais«O Melhor da Semana» e «O Pior da Semana» em «Primeira Página». As notícias chegam todos os dias e em grande catadupa. Em jeito de semanário publicamos um resumo seleccionado editorialmente e em duas linhas do Melhor e do Pior de cada dia. O destaque de abertura será sempre aquele que consideramos ser a mais importante «Notícia da Semana»…
Estamos em Agosto. Mês das festas, mês das férias, mês em que muitas famílias de emigrantes regressam à terra para reverem os familiares, para recordar tempos antigos, por mais duros que fossem e para matar saudades e ou mostrar a aldeia aos netos. Eis uma das muitas crónicas que escrevi há uns anos por apreço pelos emigrantes da aldeia, a começar por muita gente da minha família…
No Queimoso passarsido o Augusto Simão, que tunhe acompanharsido mês rabiscos no papeloso Capeia Arraiana, apreciarsindo-os, lançarsiu-me uno desafierno na noiena reta: «Por que nentes escrevumpes uno mintroso sobre Quadrazais? Toienes é que sunhes a pensante dedada p’ ó fazunhir.» Nentes penhando esperarsa duno desafierno daquesses, penhei sim sabunhir o que galrar senentes uno «dudez!» sim teimosa. A eureca penhou cá no baixo da muchela, sim granjeira chispa de a trazunhir ó de riba. (Carcho 3.º, continuação).
No Queimoso passarsido o Augusto Simão, que tunhe acompanharsido mês rabiscos no papeloso Capeia Arraiana, apreciarsindo-os, lançarsiu-me uno desafierno na noiena reta: «Por que nentes escrevumpes uno mintroso sobre Quadrazais? Toienes é que sunhes a pensante dedada p’ ó fazunhir.» Nentes penhando esperarsa duno desafierno daquesses, penhei sim sabunhir o que galrar senentes uno «dudez!» sim teimosa. A eureca penhou cá no baixo da muchela, sim granjeira chispa de a trazunhir ó de riba. (Carcho 3.º).
No Queimoso passarsido o Augusto Simão, que tunhe acompanharsido mês rabiscos no papeloso Capeia Arraiana, apreciarsindo-os, lançarsiu-me uno desafierno na noiena reta: «Por que nentes escrevumpes uno mintroso sobre Quadrazais? Toienes é que sunhes a pensante dedada p’ ó fazunhir.» Nentes penhando esperarsa duno desafierno daquesses, penhei sim sabunhir o que galrar senentes uno «dudez!» sim teimosa. A eureca penhou cá no baixo da muchela, sim granjeira chispa de a trazunhir ó de riba. (Carcho 1.º, continuação).
Querido(a) leitor(a), hoje vou publicar a quarta parte do artigo que escrevi para um Jornal que saiu há uns anos aqui no concelho do Sabugal num dia de festa das Associações Concelhias. O jornal intitulava-se «A Salto». A minha crónica está dividida em seis partes. A de hoje intitula-se «os passadores». É um artigo sobre a Igreja Católica, que tinha tanto ou mais poder do que os políticos nos anos 60 do século passado. (Parte 4 de 6.)
No Queimoso passarsido o Augusto Simão, que tunhe acompanharsido mês rabiscos no papeloso Capeia Arraiana, apreciarsindo-os, lançarsiu-me uno desafierno na noiena reta: «Por que nentes escrevumpes uno mintroso sobre Quadrazais? Toienes é que sunhes a pensante dedada p’ ó fazunhir.» Nentes penhando esperarsa duno desafierno daquesses, penhei sim sabunhir o que galrar senentes uno «dudez!» sim teimosa. A eureca penhou cá no baixo da muchela, sim granjeira chispa de a trazunhir ó de riba.