Ainda hoje retenho na memória paleativa o sabor, deveras acentuado e picante, daquelas inigualáveis íscas que só a senhora Patrocínia sabia fazer!

Sortelha é História! Desde os tempos idos que Sortelha mantém viva a sua essência. Da torre de menagem às muralhas, ao seu casario tudo parece inalterado reportando-nos para um tempo secular de inegável importância para esta vila e para a História de Portugal.
O Largo de São Francisco estava vistosamente enfeitado. As ruas por onde havia de passar a procissão eram um corrupio até à igreja. Das janelas das casas, agora habitadas, pendiam bonitas colchas de várias cores. Era festa na minha aldeia!
Sentindo-se como que encurralados entre o isolamento e a miséria, apesar de muito trabalho, raramente conseguiam angariar o seu sustento e da família. Para vencer esta verdadeira luta pela sobrevivência, de norte a sul, o país assistiu a grande debandada de portugueses procurando na emigração a resposta às muitas privações do dia a dia e poder sonhar por uma vida melhor.
De arquitectura imponente a juntar à invejável colecção de azulejos que ornamentam o edifício, a par da riqueza de emoções de que foi vigilante ao longo de muitos anos, tornam a Estação dos Caminhos de Ferro de Vilar Formoso um ícone inquestionável na História da Emigração de Portugal.
Março é o mês de apresentação de contas. Foi exactamente no estrito cumprimento deste dever que a Associação do Lar e Centro de Dia de São Salvador do Casteleiro aprovou, em Assembleia Geral do passado dia 18 do corrente mês, o Relatório e Contas referentes ao ano de 2016. O saldo, mais uma vez, foi positivo!
O estudo que esta semana veio a público, baseado em dados da Direcção-Geral de Educação, é deveras preocupante: «Alunos dos 1.º e 2.º anos têm mais 500 horas de aulas do que os do 12.º.» Em média, os alunos do 1.º ciclo têm uma carga lectiva anual de 1500/1620 horas contrastando com as 1035 horas do 12.º ano.
A rua que me viu nascer já não me reconhece! Não me admira, e, nem sequer vou levar isso a peito. O desgaste causado pelo vazio do tempo, bem visível pelo rasto destruidor do seu casario, apodera-se agora dela como se de um terramoto se tratasse.
O domingo que antecede o dia do Corpo de Deus é aquele que o calendário religioso reserva à Senhora da Póvoa. Nem o ritmo acelerado dos dias de hoje, contrastando com o esvaziamento das populações vizinhas, condicionam a devoção de quem ali se desloca neste dia de todas as graças.
Passado meio século sobre o regadio do Cova da Beira, o Casteleiro continua à margem de tudo o que de bom ele representa para todos quantos habitam a região, a que muitos apelidaram de «terra farta e de qualidade superior».
Para trás ficou o tempo em que o núcleo da família aconchegava novos e velhos! Hoje em dia, este paradigma deu lugar ao frenesim alucinante que marca um tempo diferente, uma forma de estar em que todos, independentemente do sexo, têm direito à educação, ao trabalho (…) e a uma vida digna, conquistas da Revolução de Abril de 1974.
:: :: CASTELEIRO :: :: Em tempos idos, deixando para trás o lagar de varas do Poio, havia no Casteleiro dois lagares de azeite: Um da Senhora D. Maria do Céu Guerra situado na Quinta com o meso nome, e outro do Senhor Manuelzinho (Manuel Fortuna), situado no Alvarcão, local de um farto olival que ainda hoje perdura apesar de algum abandono recente.