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Categoria: Sabores Literários

17 Julho 2010

A comida antiga de Eugénio Santos Duarte

Por leitaobatista

Cá vamos a mais um memorialista do Soito, e sem dúvida aquele que melhor e mais cuidada forma deu aos seus valiosos escritos. Falamos de Eugénio dos Santos Duarte, homem de largas vivências e ampla experiência de vida, que fala do Soito de antigamente, lembrando pessoas, tradições, actividades, sabores e apresentando até um pequeno glossário com alguns termos do léxico que os soitenses usavam.

O Baú da Memória - Soito - Eugénio Santos DuarteO livro «Baú da Memória» está repleto de referências aos sabores de antanho, desde logo com as fartas pândegas do Janadão, local onde os mancebos do Soito se banhavam e lavavam na ribeira, no dia que antecedia a inspecção militar. «Havia uma série de rituais associados à Inspecção. (…) Para o Janadão levavam carne (de vitela ou de borrego) e faziam um assado. Levavam, é claro, vinho e pão e começavam logo aí a festa.»
Também os casamentos eram, como hoje ainda são, ocasião de grande comezaina. Só que antigamente a comida era toda feita em casa, com os bons produtos da produção local, diferenciando-se contudo a ementa consoante as posses das famílias.
«A boda dos mais pobres constava de pão e bacalhau desfiado, azeitonas e vinho.
Os mais remediados já compravam e matavam uma cabra para guisarem com batatas ou com arroz, já confeccionavam um caldo de “grabanços” (grão-de-bico) e havia arroz-doce».
No Natal a ementa seguia também um receituário já antigo, com expoente no bacalhau com couves. Mas no Soito, que segundo Eugénio Duarte era uma terra solidária, os abastados distribuíam alguns produtos alimentares aos mais pobres. Exemplo disso era o do comerciante Joaquim Corracha, que oferecia «sardinhas, 2,5 dl de azeite e um pouco de arroz às pessoas mais carenciadas da freguesia para que tivessem uma Consoada melhor».
Em alguns trabalhos colectivos a gastronomia era rainha, como sucedia nas malhas, em que o jantar «consistia, geralmente, de batatas guisadas com carne de borrego ou com bacalhau». O mesmo sucedia nas matanças, em que vinha à mesa «caldo de “grabanços”, conhecido no Soito pelo caldo das matanças. Depois, na mesa, havia ainda bocados de barriga de porco (“seventre”) fritos. A seguir ao caldo seguia-se o fígado de porco guisado, com batatas, cozidas, à parte».
Sendo um livro de memórias, são muitos os aspectos curiosos referentes ao Soito de antigamente, de que é um bom exemplo a referência ao café do Ilívio Corracha, «inaugurado» em 1953, e onde se juntava a rapaziada da terra, por ter cerveja fresca, vinda do fundo de um poço, e até uma curiosa máquina de café, coisa muito rara na época. Além do mais no café do Ilívio «nunca faltavam os tremoços, os figos secos, as azeitonas e os ovos cozidos, para a rapaziada acompanhar a bebida».
Um livrinho muito bem estruturado e optimamente redigido, que constitui um soberbo repositório de pormenores da vida antiga do Soito que ficam como valioso documento para a posteridade.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

leitaobatista@gmail.com

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Cultura, Gastronomia/Bebidas, Livros, Sabores Literários, Soito baú da memória, eugénio dos santos duarte 1 Comment
10 Julho 2010

O caldo escoado de José Nabais

Por leitaobatista

O Soito deu-nos já excelentes testemunhos do que foi a sua vida colectiva nas últimas décadas, através de livros escritos por pessoas simples, autênticos memorialistas, que escreveram e publicaram com a única pretensão de deixarem para a posteridade a sua visão da vida que viveram. Um exemplo disso é José Nabais, o contrabandista que emigrou para França onde fundou a SONAB, uma empresa de sucesso.

O livro «José Clandestino», de escrita bilingue (Francês e Português), da autoria de José Nabais, revela sobretudo uma imensa vontade de partilhar uma história de vida. José Nabais é emigrante radicado em França, saído do Soito nas primeiras vagas de raianos que procuraram fugir à miséria. E foi um emigrante que teve sucesso, ultrapassando com luta e determinação as dificuldades que se atravessaram no caminho.
Escrito na primeira pessoa, o texto, ora bem estruturado, ora simplório, dando nota da falta de uma boa revisão ortográfica, é a confidência de uma vida e de uma fabulosa aventura. De criança José Nabais, o mais velho de uma boa prole de irmãos, ajudava o pai nas tarefas do campo e, na adolescência, tornou-se contrabandista.
O pai era severo, como aliás rígidos eram os demais pais naquela época de grandes trabalhos e constantes privações. Só ou acompanhado, a pé ou montado num cavalo, com pesado carrego às costas, viveu o perigo daquelas jornadas nocturnas, à mercê dos encontros com guardas-fiscais ou carabineiros.
Comia-se mal na aldeia, que os tempos eram difíceis e os mimos não abundavam. Só que o corpo tinha de responder à necessidade de trabalhar, para assim se remediar a vida: «Apenas quando ia trabalhar para os campos ou fazer contrabando é que me davam pão de trigo fino ou um pedacito de chouriço ou de carne».
No geral dos dias comia-se um caldo escoado muito especial, servido pela mãe, logo de manhã:
«Coziam-se em água as batatas cortadas às rodelas. Engolíamos o caldo num instante. Depois tínhamos direito às batatas, mas com pouco azeite. Às vezes punha-se a panela das batatas em cima da mesa. No meio da mesma encontrava-se um prato onde o azeite flutuava no cimo da água. Tínhamos o direito de pegar nas rodelas das batatas e de as molhar no azeite mas só de um lado, para poupar o azeite.»
Depois, aos 17 anos, José Nabais parte clandestino para França. Foge da terra e da miséria, no rasto de uma esperança no futuro. Foi a salto, entregue a passadores. Rasgou uma fotografia em duas partes, entregando uma à mãe e guardando a outra no bolso. Quando, após longos dias andando a pé ou de carro, passando fome e sede, chegou ao destino, entregou a sua metade da fotografia ao passador para este a devolver ao pai e receber o que faltava do pagamento do serviço.
José viveu num bairro de lata, numa simples barraca, de volta com vários conterrâneos que compartilhavam mesa, cama e a demais miséria. Apanhou piolhos, sentiu o gelo das noites de inverno, foi a pé ou de bicicleta para o trabalho. Mas o esforço e o sentido de responsabilidade trouxeram-lhe a felicidade. Vingou como trabalhador, passou de servente a pedreiro e depois a empreiteiro. Em breve formou uma empresa, a SONAB, que chegou a empregar largas dezenas de trabalhadores de diferentes nacionalidades, e executou serviços na área da construção em toda a França e até no estrangeiro.
Um DVD acompanha o livro, contendo uma entrevista a José Nabais e filmagens sobre o Soito nos dias de hoje.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

leitaobatista@gmail.com

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03 Julho 2010

O caldo verde de Luís Coelho Albernaz

Por leitaobatista

Acabo de ler um livro que há uns anos comecei a folhear e depois pousei, agarrando-me a outras leituras de ocasião. Trata-se de «Os Ratinhos», de Luís Coelho Albernaz, um romance social de raiz regional, cuja acção se desenvolve na Beira e no Alentejo, tendo por pano de fundo os movimentos migratórios de beirões que debandavam para o Sul à cata de sustento, sujeitando-se a uma vida dura e cruel.

Diria que é um romance demasiado cândido, que reporta a vida de um pobre mas inteligente rapaz que foge à miséria e aos maus-tratos do patrão e vai à aventura, de mistura com os «ratinhos» que demandam o Alentejo. Trabalhador, honesto e ambicioso o jovem trepa a pulso na vida, trabalhando e estudando sob a protecção de um padre rico que com ele simpatizou. Formado em Direito, o narrador deixa de lhe chamar António, passando a referir-se-lhe como o Doutor António, e coloca-o a ir de volta às berças, onde ajuda financeiramente a família e os amigos de infância e recupera o amor da Emilinha, que o julgava desaparecido para sempre.
A par do cultivo das virtudes de quem sobe duramente na vida, transformando-se de pobre em rico, em prémio da inteligência e do trabalho, o livro fala-nos da epopeia dos desventurados da Beira que desciam ao Alentejo. Lá trabalhavam durante meses a fio, envolvendo-se nas tarefas sazonais. Seguiam em grupo, orientados por um capataz que tinha a responsabilidade de falar com os latifundiários e os seus feitores, de manter a coesão do grupo e de a todos trazer de volta no final da campanha.
Trabalhavam arduamente e viviam em condições miseráveis. Dormiam em tarimbas, sobre palha impregnada de percevejos, arranchavam onde calhava, comendo papas e migas, servindo-se todos da mesma gamela:
«Naquele dia cozeram feijões com saramagos e carne de porco, mais gorda que magra. Pronto o cozinhado, foi este distribuído por pequenos recipientes onde os Ratinhos de casqueiro numa mão e colher na outra, se iam servir.»
Muito trabalho e mau passadio para estes beirões que iam para terra alheia em busca de melhor vida, mas de onde regressavam com apenas alguns cobres, que mal chegavam para pagar as dívidas.
No que toca à gastronomia, é digna de nota a referência ao saboroso caldo verde que o «Doutor António» deglutiu quando regressou à aldeia, em casa da própria irmã, que o não reconheceu dados os anos que passaram, o seu vestir escrupuloso e os óculos que usava e lhe davam um ar selecto.
«A Sara chamou:
– Vamos para a mesa. O senhor Doutor fica ali – e indicou-lhe a parte cimeira da mesa. – Não sei se lá para o Alentejo fazem deste caldo, mas é uma das especialidades cá da Beira. Há quem lhe deite umas rodelas de chouriça, mas eu penso que isso vai tirar o verdadeiro gosto do caldo verde. Tira-lhe o que tem de melhor que é precisamente o sabor inconfundível das folhas verdes da couve galega. Deitar chouriça no caldo verde, é como quem deita aguardente no bom café: estraga uma coisa e outra.
Sentaram-se. O Doutor viu tanta sopa naquele prato grande e profundo que julgou impossível caber-lhe no estômago. Ia tentar comer metade para a irmã não ficar desgostosa, já que nenhuma cozinheira gosta que comam pouco dos seus cozinhados.
O Doutor comer a sopa toda e lambeu os beiços. (…) Em seguida chegou o arroz de cabrito que foi repetido por todos.»
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

leitaobatista@gmail.com

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19 Junho 2010

Pão e carapaus assados de Barata Dias

Por leitaobatista

Barata Dias nasceu em Sacões, no concelho do Góis, no ano 1901. Foi para Lisboa com 19 anos, onde passou a viver. Autodidacta, escreveu livros sobre o seu povo de origem, revelando as difíceis condições em que vivia. Faleceu em 1971, sem conhecer a liberdade, que tanto ansiou para o seu país.

O romance «Alqueive» é, na peugada de outros de sua lavra, uma verdadeira denúncia das condições de vida do povo simples que vivia oprimido pelos ricos e poderosos, o que lhe valeu ser proibido e apreendido pela PIDE, pelo seu conteúdo crítico.
«Alqueive» foi publicado em 1947, com a legenda «Romance de um cavador», constituindo uma impressionante crítica social, intolerada na época por pintar, em tons sombrios, a vida dura no Portugal rural dos tempos do salazarismo.
Trata-se de um romance de escrita simples, desprovido de valor estilístico, aqui e além pincelado com vocábulos de raiz popular. Vale sobretudo pelo drama que encerra, e pela acção que corre sem parar, expondo em termos crus a vida dos assalariados rurais, que trabalham de sol a sol e mal ganham para a côdea.
O Toino é um pobre cavador que trabalha arduamente no sonho de um dia possuir um torrão. Ilusão longínqua para quem é sério, porque há que atender ao ensinamento de S. Mateus, cuja citação serve de epígrafe ao livro: «Ao que tem se lhe dará, e terá com abundância; ao que não tem, até o que tenha lhe será tirado».
Querendo juntar dinheiro para comprar uma porção de terra que ele mesmo desbravara, parte para Lisboa, onde arranjou emprego numa serração, sujeitando-se a um trabalho duro, que em poucas semanas lhe arruinará a saúde. De início procurou alimentar-se para manter as forças, embora o comer fosse frugal: «Meio-dia e o Toino foi almoçar à taberna. Felizmente que trouxera dinheiro para empatar na alimentação de uma semana, ou mais. Comeu metade de um pão e dois carapaus, e bebeu meio litro de vinho.»
Mas, ganhando pouco e precisando de juntar muito dinheiro, decidiu diminuir as despesas: «Se até ali o Toino comia pouco, para poupar, passou a diminuir a ração. Rebentaria, mas, naquele ano, havia de salvar-se. (…) Nunca mais comeu à frente de gente. Escondia-se por entre as pilhas de madeira e só se alimentava de pão.»
E a comer apenas um naco de pão e trabalhando duramente, o homem «que amansara uma terra brava» adoeceu e regressou à terra para junto da família, levando apenas a quantia suficiente para pagar «a dívida que a sua legítima ambição lhe ocasionara».
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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12 Junho 2010

A comida mediterrânica de Alcino Póvoas Cunha

Por leitaobatista

Voltamos ao livro «O Quinto Elemento do Circuito 5», que enquadra uma interessante e perturbante aventura pelo espaço e pelo tempo histórico, onde também há sabores gastronómicos a redescobrir.

Ainda há dias falámos neste pequeno e interessante livro escrito por Alcino Póvoas Cunha, jurista nascido no Sabugal em 1963, que decidiu aventurar-se no campo literário.
Quem ler o livro não poderá ficar indiferente, tal o interesse criado com as rocambolescas aventuras de alguém que, rompendo a barreira do tempo, retrocede até à antiguidade e redescobre a história que já estudou e que por isso bem conhece.
A acção começa neste tempo, nos alvores do século XXI, quando o personagem principal sofreu um acidente de viação que o atira para fora da estrada e o faz perder os sentidos. Volta a si num mundo diferente e estranho, e dali viaja ao tempo passado, recuando dois mil anos, vivendo então uma aventura fantástica em contacto com os povos da antiguidade.
Ora entre os zelotas, ora entre os romanos, experimentou os trajes que usavam, exprimiu-se na língua hebraica e na latina, passou por diversas provações, integrando-se como pode na aventura que a situação lhe proporcionou. Também teve que se alimentar e, a um ponto, quando estava entre o povo zelota, e conheceu um velho sacerdote chamado Binus, o mesmo encarregou-o de uma importante missão, tratando porém primeiro de lhe oferecer comida. O aventureiro saboreou com gosto a comida mediterrânica que o ancião lhe ofertou.
«O Binus indicou-me um local onde havia uma mesa de pedra que era a continuidade saliente de uma rocha e uns bancos de madeira, pediu-me para me sentar, foi buscar água e comida, bem precisava de comer e beber. A pedra que a Venga me pôs na fronte dava jeito por aqui mas não há nada como saborear a verdadeira comida.
Regressou o ancião com legumes, azeitonas, figos tâmaras e, principalmente, um tipo muito rústico de pão. Também água. Saciei-me, mas percebi um gesto de censura de todos os presentes que, e observavam e registavam todos os meus movimentos.»
Satisfeito e bem alimentado o personagem seguiu o seu caminho, procurando cumprir a missão que recebeu, vivendo uma sucessão de interessantes aventuras.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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05 Junho 2010

A bucha e o caldudo de Manuel da Silva Ramos

Por leitaobatista

Um português da Bismula chamado Reis e um espanhol da Catalunha conhecido por Salvat, encontram-se em França, onde ambos estão emigrados, e falam do seu passado. Dessa conversa resulta a descrição da fantástica desventura do contrabandista Manuel José Brigas, abatido a tiro pelos carabineiros e enterrado em Espanha como um vil malfeitor.

Três Vidas ao Espelho - Manuel Silva RamosNo livro «Três Vidas ao Espelho», Manuel da Silva Ramos, revela o gozo com que se pode contar jogando com as palavras e os conceitos. Com humor, dá-se expressão a uma história fantástica, onde o drama da vida antiga dos habitantes da Bismula, no concelho do Sabugal, se mistura com as ironias da vida. Há nos textos uma espécie de efabulação criativa, exagerando com mestria as formas de vida de antigamente, introduzindo-lhe uma espécie de magia.
Toma-se recurso aos termos populares, algo esquecidos no linguajar actual, os personagens têm apelidos próprios da gente da raia e abordam-se as formas de vida das gentes de antanho nas aldeias pegadas a Espanha, que lavravam as terras e contrabandeavam. Mas no curso das descrições há uma leve transformação do real numa espécie de sonho prodigioso. Exemplo disso é a descrição da visita que Manuel José Brigas fez ao homem que fazia queijos num lugar chamado Poço do Inferno, junto à Malhada Sorda: «A porta estava escancarada e no estábulo meio destruído via-se um homem a ordenhar uma cabra. Ao lado tinha um picheiro e uma francela.» O cabreiro era também vidente e anuncia-lhe que «a morte já está à espera entre Almedilha e Espeja», com referência ao lugar onde o intrépido Brigas tombará alvejado pelo guarda civil Canário.
Para além do drama de Brigas, que se vai preparando para a morte, que sabe virá breve e de forma cruel, fala-se na vida na aldeia, onde as crianças mais fracas sucumbiam nos primeiros tempos de vida, e os habitantes que sobrevinham à mortalidade nos verdes anos, se dedicavam ao cultivo da terra agreste e se aventuravam no negócio do contrabando, desafiando a vigilância apertada das autoridades.
E na noite fatídica, nessa façanha de contrabandista, Brigas também teve de se alimentar com o que levava no farnel:
«Já no trilho de terra que condizia à Quinta das Batoquinhas parou para comer uma bucha. Já estava a andar há três horas e brevemente chegaria à fronteira e nessa altura precisaria de muitas forças.
Tirou do alforge da sua mula castanha a saca com o pão centeio e o toucinho e começou a comer. O vinho do odre fez-lhe bem e aqueceu-o. A noite arrefecera. Sabia que nestas recônditas planarias a noite era um brâmane que arejava o mundo com as suas vestes cor de açafrão.»
E o povo também prova outros sabores: «Chegámos a casa e já fumegavam as castanhas. Doce caldudo! Mergulhei a colher no líquido branco e senti-me outra vez livre. O cansaço tinha desaparecido. E à medida que comia as castanhas, uma a uma, extraídas de uma mina dourada de leite imaculado, pensava que a vida era desgostante mas um minuto de paz e sossego num lar pobre alumiado pelos troncos esbraseados de uma lareira antiquíssima valiam todos os volfrâmios do mundo.»
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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Bismula, Covilhã, Cultura, Livros, Sabores Literários manuel da silva ramos, três vidas ao espelho Deixe Comentário
29 Maio 2010

O caldo de vaginas de Porfírio Ramos

Por leitaobatista

Era frugal mas de grande valor alimentício, a comida de antigamente do povo português, sobretudo ao nível das calorias, muito necessárias para quem trabalhava duro. Na raia sabugalense a população comia em abundância e variava a sua alimentação, embora servindo-se apenas do que a terra dava.

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Alfaiates, Gastronomia/Bebidas, Livros, Sabores Literários caldo de vaginas, memórias de alfaiates, porfírio ramos 1 Comment
22 Maio 2010

Carne seca e feijão preto de Ferreira de Castro

Por leitaobatista

Ferreira de Castro é dos mais consagrados escritores portugueses, com uma obra literária notável, de sentido verdadeiramente universal. Soube como ninguém abordar os grandes dramas da humanidade, colocados em forma de romance e pintados com palavras vivas e sinceras.

Redescobrir Ferreira de Castro é um verdadeiro desafio para os jovens de hoje. As suas obras são universais e estão traduzidas em diversas línguas, num sinal evidente da sua importância.
Nasceu a 24 de Maio de 1898, em Ossela, concelho de Oliveira de Azeméis, filho de camponeses pobres. Órfão de pai aos oito anos, sobrevive com dificuldades e, apenas com doze anos, vai para o Brasil em busca de melhor sorte, entregue a si mesmo. Já no outro lado do Atlântico, a criança é atirada para as margens do rio Madeira, em plena selva da Amazónia, tendo como destino o trabalho árduo do seringal, na extracção da borracha.
Ali passou quatro anos de sofrimento, trabalhando como um escravo, até conseguir ir para Belém, capital do Pará, onde subsiste aceitando trabalhos ocasionais. Procura estudar por sua mesma iniciativa, frequentando a biblioteca da cidade. Ao gosto de ler juntou o da escrita e começou a colaborar na imprensa local, onde se tornou notado.
Em 1928 escreveu o livro «Emigrantes», onde se realça a dureza da aventura de quem parte para longe em busca de melhor vida. Já em 1930 escreveu «A Selva», um livro notável que foi êxito imediato. O livro fala da vida dura no seringal, baseada na sua própria experiência.
É formidável o realismo na descrição da Amazónia e de quem a explora e ali é explorado. A selva comove o leitor, porque a força da natureza reduz ao mínimo o valor da vida humana. O seringueiro, o seu patrão e os capatazes, duros e desumanos, não passam de vermes, face ao gigantismo da selva e aos perigos que a mesma guarda.
A aventura do jovem português Alberto, enviado pelo tio para o seringal, é afinal a narrativa da vida miserável dos homens da sua condição que se embrenham nos perigos da floresta para sobreviver, dando riqueza aos que os exploram sem piedade.
A viagem pelo rio Madeira em direcção ao seringal é desde logo reveladora da miséria destes homens abandonados. Amontoados no porão do navio, são tratados como gado, até na frugal alimentação a que têm direito.
«Surgia no convés um caldeirão fumegante, que dois criados traziam pelas alças, ao lado de um terceiro equilibrando sobre os braços, de encontro ao peito, alta rima de pratos, todos de folha, velhos e amolgados.
Os cearenses moveram-se, formaram roda junto do negro panelão e, com rosto alegre e ditos jocosos, iam recebendo o seu almoço, aquelas duas gadanhas de carne com feijão preto que o copeiro distribuía a cada um.»
Do barco, o «Justo Chermont», os homens desceram no cais de destino e foram depois encaminhados pelas intricadas passagens da floresta, cada qual em direcção a uma clareira onde residiriam e trabalhariam na recolha da borracha.
E a prosa limpa e maravilhosa de Ferreira de Castro mostra com limpidez, o sofrimento e a obstinação desta gente desditosa que foi atirada para o âmago da floresta bárbara e avassaladora.
Passava-se mal no interior da selva. O patrão da borracha fornecia, contra pagamento, ou assentando no livro de fiados, alguma farinha de mandioca, arroz, feijão e café, e, mais raramente, carne seca que ali chegava vinda das estâncias do sul. Porém para sobreviver o seringueiro tinha de pescar e caçar, para além da sua tarefa diária, a que não podia faltar.
Alberto matava a fome negra comendo do que lhe oferecia o seu companheiro Firmino, um mulato cearense, exímio pescador e caçador: «sentaram-se os dois na alpendrada (…). Na tigela crescia a farinha de água e por cima estendia-se, muito acarvoada, uma lasca de pirarucu, que lembrava a Alberto o bacalhau da terra nativa. A cada fêvera que metia na boca, Firmino juntava rubra malagueta».
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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15 Maio 2010

O criado biqueiro de Jorge Tuela

Por leitaobatista

Fruto de vivências quotidianas e tendo por substância as lendas antigas, os contos que se narravam ao serão e a própria imaginação do autor, veio ao nascedoiro um conjunto de histórias de forte paladar popular que retratam a alma do povo do nordeste transmontano.

Cada texto inserto no volume «Contos do Nordeste» de Jorge Tuela, é uma representação das formas de vida de antigamente em terras que ficavam atrás do mundo.
Em linguagem popular, ou vernácula, em homenagem às formas de expressão do seu povo, Jorge Tuela leva o leitor ao âmago das aldeias recônditas de Trás-os-Montes. Cada conto é um retrato onde se vêm e ouvem pastores guardando rebanhos, contrabandistas e emigrantes percorrendo as serras, cavadores e lavradores fainando a terra. Pelo meio surgem os dramas da vida antiga, onde as dificuldades estavam sempre presentes. Mas há também as peripécias das personagens, dando um ar prazenteiro aos contos populares.
E a alimentação também está presente, pois esta gente forte e corajosa comia em abundância para ganhar forças para os trabalhos duros em que estava envolvida. Era porém uma alimentação em quantidade e de fraca variedade, tirante os dias nomeados, em que o rancho familiar surgia melhorado.
Revelador desta contenção alimentícia, pensando sempre em guardar o melhor para as festividades e para os dias dos grandes trabalhos colectivos, é o conto «O Meleiro», que retrata o problema que era alimentar um criado esquisito à mesa e que só comia uma bucha se fosse acompanhada de bom conduto.
«Certo homem tinha um criado muito biqueiro. Torcia o nariz a qualquer prato menos suculento e detestava batatas cozidas, se não fossem acompanhadas de qualquer pitéu. Caldo de abóbora, nem vê-lo. Desviava a malga para o lado com ares de vómito e esperava que aparecesse pela mesa algo melhor. Se, por acaso, topava nabos no prato, metia-os muitos disfarçadamente no bolso da jaqueta e, em pleno campo, arrebolava com eles o mais alto que podia, consolando-se todo de os ver esborrachar contra o chão. O amo andava preocupado com o caso, pois, pensava ele, quem não come em condições, não pode trabalhar em termos.»
Quem era assim primoroso no comer e se assoldadava para trabalhar, como era o caso deste rapaz transmontano, criava um problema sério, pois não se contentando com a alimentação frugal que era comum degustar, dava forte desbaste na economia doméstica.
E quem mais se lamentava era a patroa: «Como o rapaz não engolia côdea de pão sem untura ou doçaria, cada vez que era preciso mandá-lo todo o dia para o campo, ao dar-lhe a merenda, punha-se a olhar para o fumeiro, para a toucinheira ou para as malgas de marmelada e ficava muito triste ao ver que tudo desaparecia…»
Certo dia o amo decidiu dar-lhe uma lição e arrancou com ele para o campo levando apenas pão no bornal e prometendo ao rapaz que junto ao batatal que iriam sachar passava todos os dias um meleiro, a quem compraria mel para barrarem o pão. O moço foi feliz e contente e até trabalhou com gosto. Quando lhe deu a fome perguntou quando passaria o meleiro, dizendo-lhe o amo que não tardaria. Mas de facto tardava e, por mais que olhasse, não lobrigava o homem e o macho carregado com cântaros de mel, de que lhe falava o patrão.
A um ponto a fome apertou de tal maneira que o jovem disse para o amo que bem gostava de esperar pelo mel, mas já não podia aguentar mais.
«Procuraram a água fresca de uma fonte próxima, sentaram-se à sombra de um carvalho e atiraram-se ao centeio como Santiago aos mouros.
– Come-se bem o pão, mesmo sozinho, não? – inquiriu o amo.
– Se come, nunca me soube tão bem na vida.
– Já me dizia o meu avô que não havia melhor meleiro que a fome.»
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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08 Maio 2010

Almoço real de Miguel Sousa Tavares

Por leitaobatista

O rei D. Carlos passava longos períodos no Paço Ducal de Vila Viçosa, onde ia caçar nas vastas propriedades da Casa de Bragança. A caça era apenas uma das suas paixões, juntando-se ao prazer de viajar, de navegar e explorar o oceano, de pintar e de se bem alimentar.

Miguel Sousa Tavares descreve no início do seu romance «Equador» aspectos da vida de D. Carlos em Vila Viçosa, onde o intrépido Luís Bernardo acorreu, a pedido do rei, para receber o convite de se tornar governador de S. Tomé o Príncipe. O jovem jurista, que mal imaginava as peripécias que a vida lhe traria a partir desse passo, acompanhou o monarca e os seus demais convidados num almoço suculento que se seguiu a uma caçada.
D. Carlos desde logo o advertiu, quando o recebeu nos seus aposentos: «Espero que traga fome da sua viagem porque vai ver que se come muito bem por estas paragens». Isso mesmo pôde constar o herói do romance de Miguel Sousa Tavares, que degustou o «almoço de homens» com que o rei brindou nesse dia os seus convidados.
«Cada lugar tinha um menu colocado à frente e todos fizeram questão de o ler com interesse. D. Carlos era conhecido por dar muita importância àqueles menus e, às vezes até, em Vila Viçosa ou a bordo do iate real Amélia, era o próprio rei que os escrevia do seu punho, fazendo-os acompanhar de um desenho da sua autoria. Naquele dia o chef de Vila Viçosa propunha aos cavalheiros do andar de cima:
Potage de tomates
Oeufs à La Périgueux
Escalopes de foie de veau aux fines herbes
Filet de pore frai, roti
Langue et jambon froid
Epinards au velouté
Petit gateaux de plomb

Servida a sopa de tomate quente e o vinho branco da Vidigueira, os caçadores sacudiram o seu torpor e a conversa começou a animar-se (…).
Com o vinho tinto a conversa tornou-se mais séria e evoluiu para a situação internacional – todo um mundo de promessas. (…)
Com o café, serviu-se um Porto Delaforce de 1848, um e outro excelentes. Depois, D. Carlos levantou-se arrastadamente e toda a troupe o seguiu para o andar de baixo, para uma pequena sala, aquecida por duas lareiras e onde os esperavam uma mesa de cognacs e um caixa de charutos em prata, de que quase todos se foram servindo à vez.»
No romance a ficção tem por enquadramento factos históricos que se sucederam no início do século XX, correspondendo aos últimos anos da Monarquia portuguesa. A República estava anunciada face aos problemas que o rei sucessivamente enfrentava, não apenas em Portugal, como também nas colónias. «Equador» entra pela polémica do trabalho escravo, persistente nas nossas terra de além-mar, mesmo após a abolição da escravatura.
Luís Bernardo, homem culto e sedutor, interessado na questão colonial, viverá, após o banquete real servido em Vila Viçosa uma eloquente aventura em África, onde outros sabores o esperam.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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01 Maio 2010

O bife Chateaubriand de Ramalho Ortigão

Por leitaobatista

Ramalho Ortigão ficou conhecido pela sua escrita sagaz e irónica, com criticas aos políticos, aos restos da velha aristocracia, aos homens de negócios e à sociedade em geral.

Ramalho Ortigão - capeiaarraiana.pt
Ramalho Ortigão
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24 Abril 2010

As pândegas coimbrãs de Trindade Coelho

Por leitaobatista

Voltamos a Trindade Coelho, distinto jurista e escritor, natural do Mogadouro, que iniciou a vida profissional no Sabugal, como delegado do procurador régio. Em referência anterior falámos dos sabores dos contos insertos no seu livro «Os Meus Amores», impondo-se agora seguir por novo trilho, ao encontro de outro dos seus livros emblemáticos: o «In Illo Tempore».

Esta obra literária é considerada uma das maiores evocações à vida estudantil na lendária e académica cidade de Coimbra, também chamada a «Lusa Atenas». São lembranças de juventude, enquadradas no ambiente académico dos jovens de todo o país que na cidade do Mondego se encontravam para frequentar a universidade.
Nos finais do século XIX a maior parte dos estudantes permaneciam em Coimbra durante todo o ano lectivo, alojados em quartos alugados ou arregimentados em repúblicas. Eram tempos de diversão, de arruaça, de namoro eloquente, de amizade, de gozo e de partidas.
No meio estudantil a súcia e o bom petisco faziam parte da vida quotidiana. E, para além da descrição das figuras típicas e das cenas de maior humor, o autor não deixa de referir os momentos de lazer, quando a malta se juntava em farta patuscada, compondo e cantando versalhadas espontâneas, exaladas pelos que tinham veia poética. À maneira das terras do interior, donde provinha boa parte da malta, também se desfechava a expressão «entre quem é» quando quem quera batesse à porta. Do que se comia, parco que fosse, a todos se ofertava, num espírito de partilha que os estudantes trouxeram das terras distantes de onde provinham.
Trindade Coelho fala-nos mesmo de uma célebre república de varudos transmontanos que, fartos de comer os «gaspachos» que as criadas lhes serviam, decidiram trazer da terra um moço com ares de patego, mas muito bom cozinheiro, para lhes dar preparo aos bons paladares que em Coimbra queriam degustar. Assentando praça, logo o patusco tratou de confeccionar a boa comida transmontana, passando a casa a receber de amiúde hostes de estudantes sequiosos de provar as iguarias do mestre de culinária, que fez largo sucesso na cidade.
De entre as descrições da vida coimbrã, cabe aqui realçar a diferenciação entre os estudantes ricos, colectores de abonada mesada, mas senhores de desmandos que os traziam quase sempre empenhados e mal alimentados, e os estudantes remediados, como o era o autor, de mais modesto pecúlio, mas que tinham melhor viver. Os filhos dos ricos levavam vida desregrada, pensando que o dinheiro lhes bondava para tudo, mas quando davam fé estavam endividados e a recorrer às casas de prego. E Trindade Coelho explicita com mestria:
«Não acontecia assim com os remediados! Esses governavam-se! Em regra, arranchavam todos em república, em qualquer rua do Bairro Alto, em cujo topo ficava a Universidade; – e eles e uma criada, em geral “já de certa idade”, lá se arranjavam de portas a dentro, – e arranjavam-se bem: almocinho sempre de garfo, metendo os seus ovos e o seu bife, café com leite e pão com manteiga, ou chá! Ao jantar, a bela da sopa, o belo do cozido, os seus croquetes e coisa parecida, um regalado “prato de meio”, frutas à sobremesa, queijo, café. – e Baco sempre presidindo, e a Alegria!».
«In Illo Tempore», um livro que se lê de um fôlego, tais os quadros pitorescos da vida dos estudantes em Coimbra que ali se descerram.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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17 Abril 2010

O comer da matança de Carlos Alberto Marques

Por leitaobatista

Carlos Alberto Marques, professor nascido em Vale de Espinho, freguesia raiana do concelho do Sabugal, deixou preciosíssimos estudos acerca da vida dos povos de Riba Côa, com abundantes referências aos costumes e tradições populares.

Professor no liceu da Guarda, onde leccionou Geografia, Carlos Alberto Marques, foi um dos mais prestigiados pedagogos do seu tempo, dado o empenho que colocava na docência e a permanente disponibilidade para o estudo.
De cariz científico, enquanto geógrafo, realizou e publicou dois estudos fundamentais: «A Serra da Estrela» e «A Bacia Hidrográfica do Côa». Ambos os livros foram fruto do seu labor, sobretudo visível no trabalho de campo, que realizou em complemento à leitura dos estudos já publicados. De lápis e bloco de notas em punho, o «Geógrafo da Côa», come lhe chamou Pinharanda Gomes, embrenhava-se nos barrocais da serra ou nos desfiladeiros dos rios, anotando a vegetação, a fauna, a composição dos solos e das rochas e demais elementos de interesse para a caracterização dos lugares.
Amante do conhecimento, também estudou os costumes e as tradições do povo raiano, culminando na publicação do livro «Notas Etnográficas de Riba Côa», onde reuniu alguns dos trabalhos saídos da sua pena. Aí descreve as técnicas ancestrais de caça e pesca usadas pelo povo na luta pela sobrevivência. Também anota as impressões de uma montaria aos javalis na serra da Marvana, onde costumava acompanhar o grande monteiro da raia, Francisco Maria Manso. Fala também da inevitável capeia arraiana, nas fogueiras de S. João e S. Pedro, assim como das artimanhas dos contrabandistas de Quadrazais e do cerimonial religioso e profano designado por «Fama dos Santos».
Elucidativo, é o texto intitulado «As Matanças», em que descreve um dia passado em casa de Manuel Coelho, lavrador da Junça, localidade do concelho de Almeida. Nessa manhã o lavrador, família e amigos mataram o marrano, trabalho de cerimonial antigo, pelo qual se garantia a abastança da casa para todo o ano e que nenhum dos habitantes remediados da aldeia dispensava.
Depois do porco morto, chamuscado, lavado, dependurado e aberto, vem o almoço da matança que junta toda a família e os que vieram ajudar no trabalho:
«O tardio almoço está nas mesas (a dos matadores, a dos velhos e mulheres e a das crianças) e toda a gente se lava em duas águas. Muito vinho, substanciosos pratos de carne de porco do ano anterior, arroz, pão e o indispensável e fresquíssimo fígado assado, com azeite e vinagre, ou guisado e com batatas cozidas à parte. Há saúdes e cumprimentos: “que de hoje a um ano o vinho corra pelo mesmo cano e se mate outro marrano, que Deus dê saúde aos de casa para comerem o porco, que a alegria e a paz reinem sempre naquela casa como no presente dia”… Depois a reza, a acção de graças e os Padres-Nossos pelas almas dos mortos da família. As raparigas lavam e arrumam as louças, enchem as morcelas, cosem as tripas enquanto os homens vão à sua vida ou jogam a bisca, entornando copos de vinho.»
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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10 Abril 2010

Bucho com grelos de Célio Rolinho Pires

Por leitaobatista

A sabedoria popular guarda sabores antigos que tomam parte da nossa cultura e dos nossos afectos, como o fez notar o escritor Célio Rolinho Pires, grande conhecedor dos usos e costumes do povo.

Conhecido pelos seus estudos e escritos sobre o valor das pedras que povoam os horizontes da nossa região beirã, Célio Rolinho Pires, natural de Pêga, é também um revelador de afectos. É neste espírito que se enquadra o seu livro de recordações intitulado «Rosas de Santa Maria», publicado em 1997. É um livro de vivências e de saudades de um tempo que só a memória conserva. Nesse tempo o ciclo anual da vida aldeã estava perfeitamente demarcado, inclusive na gastronomia, com ementas próprias em cada época.
De todas as quadras anuais ressalta o Entrudo, tempo de excessos em toda a linha, incluindo na alimentação. A carne reinava neste época, como que a prepar o corpo para as privações e exigências da Quaresma. Dentre as iguarias deste tempo de festança pontuava o bucho servido com grelos e batata cozida:
«A ementa típica para esta quadra é guardada intencionalmente no masseirão ou salgadeira: pé de porco, orelha e quiçá o rabo, salvo seja, tão simplesmente cozidos na altura ou previamente condimentados e “enchidos” no estômago ou na bexiga do falecido bácoro de que resulta o tão falado bucho, paio ou palaio. Curtido e seco no fumeiro, cozido ao lume, em panela de ferro, com batatas e grelos de nabos, é comer e gritar por mais.»
A saborosa citação foi retirada do capítulo «o ciclo dos vivos», que nos dá conta das andanças periódicas que sujeitavam o viver colectivo nas aldeias de antanho. Ali se lamentam as tradições perdidas e a descaracterização da vida aldeã com a progressiva ausência de fenómenos gregários que o tempo cilindrou impiedosamente.
A referência à tradição alimentar torna premente a importância da recuperação de sabores antigos, onde exista uma réstia da naturalidade dos alimentos e onde se reponham as formas de cozinhar e os segredos que a cozinheira conhecia e que faziam com que produtos simples e até banais, viessem à mesa transformados em iguarias de divinal sabor e riquíssimo teor alimentício.
O livro «Rosas de Santa Maria» é pois um repositório de memórias, onde perdura o sentimento do navegador que há muito partiu para longa viagem, sulcando os mares, e a um tempo regressa ao porto de partida. Traz com ele novas experiências, outros conhecimentos e até diferentes formas de pensar a vida e o mundo. Mas ali, à vista das terras que envolvem o porto de abrigo, o viajante reencontra as paisagens e as gentes que sempre fizeram parte do seu imaginário, mas que os seus olhos não observavam há longo tempo. Perante este esplendor, o navegante abre o baú das memórias e revela a quem o ouve, as vivências marcantes do seu passado.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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03 Abril 2010

Coelho bravo com carqueja de Gabriel Raimundo

Por leitaobatista

O escritor da serra da Estrela e dos serranos que partiram em diáspora, fala-nos das ansiedades e das aventuras dos que nasceram nas encostas batidas pelo vento, sem nunca esquecer as referências às ementas tradicionais dos portos onde acosta esta gente errante.

Gabriel Raimundo nasceu na falda sul da serra, na vila do Tortosendo, de onde emigrou aos 17 anos, passando a viver a aventura dos que procuram melhor sorte em terras longínquas. Esteve em vários países da Europa e de África e também pisou as terras do Brasil. O gosto pela língua portuguesa e pelo povo serrano, levou-o a escrever e publicar vários livros, muitos deles tendo por base a aventura da emigração.
Sentindo o apelo das origens, Gabriel Raimundo deu à estampa um livrinho dedicado por inteiro aos que nasceram e viveram nas terras acolitadas na serra mais alta de Portugal. Intitulado «Estrela», o livro dá-nos conta das vivências das mulheres e homens serranos, revelando-nos o seu carácter, as ansiedades e os problemas que os afligem.
O livro é formado por um conjunto de contos, ou de crónicas, sobre a vida de tortosendenses e covilhanenses, criados ao som dos teares mecânicos, num sinal da industrialização têxtil, que é uma das marcas da região.
Não raro, o cenário é de outras urbes. A narrativa leva os personagens a Lisboa , aos Açores, à Madeira, ao Alentejo, e também a Paris e a terras de Espanha, mas volta sempre à terra-mãe. Dinis, e o seu irmão Amável, serranos típicos, amigos dos seus amigos, e homens dados a aventuras, estão quase sempre presentes nestas crónicas serranas, em que as vivências se sucedem.
São sucessivas as referências à gastronomia das terras por onde a acção decorre. Estando-se no Natal come-se a bacalhoada em família, viajando-se até ao Funchal, vem à colação o famoso bolo do caco, falando-se nos emigrantes de Paris, lá está a inevitável tachada de franco com massa, que era o mais usual prato da sua frugal alimentação.
Mas a mais significativa referência à gastronomia está na alusão aos amigos que se juntam na Taverna 2005, «cantinho convidativo à paródia e ao soltar da veia do fado vadio». O estabelecimento é local de petisqueira e arregimenta nas tardes de súcia «bons trabalhadores do garfo e do caneco». Hermínio, primo de Dinis e de Amável, juntou ali aos seus amigos das patuscadas a fim de emborcarem umas dezenas de tordos e um coelho bravo, a preparar por «mulher que em França assimilou todas as propriedades especiais do aromatismo, desde a flor de sabugueiro à de carqueja».
Contavam-se estórias, debatia-se o presente e o futuro da região, quando a comida veio à mesa:
«Os compinchas bateram palmas e pediram a D. Tangera que avançasse com a travessa de coelho bravo na sua caminha de carqueja e ainda agasalhado com salsa, rodelas de cebola e limão, acompanhado de umas batatinhas cozidas com molho, ao paladar da experiente cozinheira».
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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27 Março 2010

Carapaus fritos, de José Cardoso Pires

Por leitaobatista
Paulo Leitão Batista - Contraponto - © Capeia Arraiana (orelha)

José Cardoso Pires nasceu em 1925, em São João do Peso, concelho de Vila de Rei e distrito de Castelo Branco, filho de um oficial. Já em Lisboa, faz os estudos secundários no Liceu Camões e frequenta o curso de Matemática da Faculdade de Ciências de Lisboa, sem todavia concluir o curso. Colabora na página literária do jornal «O Globo» e publica comentários de leitura na revista «Afinidades» do Instituto Francês de Lisboa. Ler Mais

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20 Março 2010

A comida de arraial de Miguel Torga

Por leitaobatista

Em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa e distrito de Vila Real, nasceu, em 1907, Adolfo Correia da Rocha, que para as letras ficou conhecido como Miguel Torga. Médico de profissão, com consultório em Coimbra, e viajante inveterado pelas terras de Portugal e de todo o mundo, sem nunca perder a ligação às origens.

Miguel TorgaAdorava a caça, muitas vezes nos montes da sua região, saboreando o contacto com a terra e o povo que ali vivia.
Na escrita foi poeta, romancista, memorialista e contista de alta estripe, sendo unanimemente considerado como expoente das letras pátrias. Toda a sua vasta obra literária é um tributo ao amor e à amizade entre os homens.
Parte dos seus livros (na poesia e na prosa) são a afirmação de um homem rural, que recusa a fatalidade da vida citadina, impondo-se como filho do campo que não mais aceita desligar-se das origens. Nas suas obras estão presentes as serras e as fragas transmontanas, os pais, o professor e os colegas de escola e a demais gente da aldeia. As terras transmontanas e o valeroso povo que as habita são, afinal, os grandes amores da sua vida, a eles dedicando o melhor da sua escrita.
O livro «Contos da Montanha» é o melhor exemplo do amor filial às terras de nascença. É uma colecção de retratos da vida do seu povo, as suas paixões, os dramas, as rivalidades e as lutas de um povo arreigado, bravo, mas também humilde, que luta pela vida em cada momento. São quadros vivos do pitoresco das vivências aldeãs, deles se retirando o essencial das formas de viver e de sentir populares. Realce aqui para o conto «Inimigas», onde se esboça a vida de duas jovens mulheres que o tempo tornou desavindas. Há referência a uma feira ou arraial, onde a populaça se juntava em peregrinação e para feirar e onde se degustavam os melhores sabores:
«Coisa rica! Pipas e pipas de vinho debaixo da carvalhada, e do melhor, que parece que todos capricham nisso, tascas de fritos, mesas de cavacas e de refrescos, medas de regueifas, carros de melancias, um louvar a Deus. Fartura de tudo para quem tiver conques. De maneira que quem diz: vou ao arraial da Senhora da Fraga, e vai, já se sabe que não arranca de lá antes do alvorecer.»
Mas todos os demais contos compilados na obra são peças essenciais para compreender o espírito do povo transmontano, e, bem assim, a sua forma de vida. Retratam tempos que passaram, mas a índole das gentes, essa resta perene, como perenes são os penedos que povoam as serras que envolvem as aldeias.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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13 Março 2010

«Odor a pão» de Manuel Tiago

Por leitaobatista
Literatura - Capeia Arraiana (orelha)

O livro «Até Amanhã Camaradas», de Manuel Tiago, narra a organização do Partido Comunista Português num período difícil e apaixonante para os que sentiam o espírito revolucionário. A ditadura estava possante, sucedendo-se contudo as greves, manifestações, reuniões clandestinas, distribuição de imprensa subversiva. Tudo, ou quase tudo, em resultado da acção do partido que, a ocultas, semeava a revolta. Ler Mais

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06 Março 2010

Pão, queijo e vinho, de José Saramago

Por leitaobatista
Paulo Leitão Batista - Contraponto - © Capeia Arraiana (orelha)

Saramago percorreu Portugal de olhar atento, seguindo quase sempre roteiros pré-definidos, tomando notas para depois escrever as impressões da digressão. Não podia ali faltar uma passagem pelo Sabugal e por Sortelha, bem como a outros lugares da Beira, onde se destacou Cidadelhe, o «calcanhar do mundo», onde comeu pão e queijo. Ler Mais

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27 Fevereiro 2010

A comida minhota de Camilo Castelo Branco

Por leitaobatista

Silvestre da Silva era um fidalgote minhoto que não atinava com um modo de viver e, de experiência em experiência, descobre que nada suplanta a vida do campo, onde os regalos do estômago ofuscam tudo o resto e proporcionam a maior das felicidades.

«Coração, Cabeça e Estômago» é uma novela humorística de Camilo Castelo Branco, onde um homem, Silvestre da Silva, procura um sentido de vida. Primeiramente procurou a felicidade no amor, ou melhor, no «coração». Foram intensas e autênticas as suas paixões amorosas, mas as mulheres desiludiram-no, até porque raramente corresponderam ao seu declarado amor.
Decepcionado, Silvestre decide desenvolver o seu intelecto, a «cabeça», e passou a escrever nos jornais da época. Porém, as suas doutrinas andavam desfasadas com as teorias dominantes e os artigos que escreveu geraram reacções adversas, dentre as quais a de um advogado do Porto, que dele se queixa e o faz ir parar à cadeia por ordem judicial.
No final, Silvestre volta-se para os prazeres mais materiais da vida e regressa ao campo, às suas origens, onde redescobre o valor da óptima e variada cozinha minhota, que lhe contenta o «estômago».
A revelação da importância da vida serena do campo e da importância do bom trato alimentar teve-a Silvestre em casa de Tomásia, a filha morgada do sargento-mor de Soutelo, com quem viria a casar.
«O pai de Tomásia, erguida a toalha da mesa, onde almoçávamos, às sete horas da manhã, sopa de ovos, salpicão, batatas ensopadas com toicinho, e toicinho cozido com batatas, disse-me que sua filha estava casadeira, e ele disposto a casá-la comigo, se eu quisesse. Antes que eu respondesse, inventariou os seus cabedais, o valor do património dos seus quatro irmãos padres, os quais estavam presentes, e unanimemente disseram que tudo deixavam por escritura a sua sobrinha.»
Silvestre pensou no assunto e, passados alguns dias voltou a casa do lavrador, onde aceitou comer na cozinha, correspondendo a um pedido expresso de Tomásia:
«Encontrei sobre a mesa do escabelo, adorno da lareira, uma tigela vermelha vidrada com requeijão, e um pichel reluzente de estanho a transbordar de espumoso vinho verde. Tomásia sentou-se do outro lado, e comeu e bebeu como a filha de Labão com Jacob.
Conversámos nestes termos também patriarcais:
– Quantos anos tem a senhora Tomásia? – perguntei.
– Vinte e seis, feitos pela Santa Luzia.
– Muito bem empregados. Admiro que vossemecê ainda não seja casada!
– Ainda não é tarde.
– Também digo: mas quem é tão bonita como a Srª Tomásia onde quer acha um noivo.
– Sou sã e escorreita, Deus louvado. Se lhe pareço bonita, isso é dos seus olhos. Coma uma colher de requeijão, e beba, que o vinho está muito fresco.»
Pois seria destino de Silvestre casar de facto com aquela rapariga desempenada, «de carne e osso mais que o ordinário» e «mais larga de cintura que nos ombros», que nunca experimentara doença e que «almoçava caldo de ovos com talhadas de choiriço».
Já enlaçados, viveram ambos para a degustação da boa culinária minhota, ganhando fama pelo farto e saboroso comer de sua casa, de mesa sempre posta para os amigos, que cresceram a olhos vistos.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista

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