Mau grado a enorme extensão de terras desérticas e pantanosas que cobrem quase um terço daquele continente, a África é, mesmo sob o ponto de vista agrícola, muito rica.

Histórica, cultural, étnica, económica e culturalmente, África é um continente heterogéneo, muito heterogéneo mesmo. Do Cairo ao Cabo, da Mauritânia ao Suez, de Bissau ao Corno ou de Angola à Contra-Costa, são extraordinárias as diferenças ou mesmo frisantes os contrastes.
A França é a mais velha república europeia dos tempos modernos. No entanto, têm surgido naquele país os doutrinadores monárquicos mais destacados e os mais celebrados críticos do regime, nomeadamente os teorizadores da chamada «Action Francaise».
Numa conferência proferida na já remota era de mil novecentos e sessenta e cinco, o politólogo Jean Ousset considerava como um dos fenómenos mais curiosos da segunda metade do século XX o desaparecimento da democracia que apenas subsiste no aspecto formal e a sua substituição por tecnocracias ocultas.
Ainda antes de 1793, data da Revolução Francesa, já esquerdistas e franco mações conspiravam juntos. Conhece-se o importantíssimo papel que as lojas maçónicas francesas tiveram na independência dos Estados Unidos. Conhece-se, por igual, a importância dos mações norte-americanos no derrube de Luís XVI e na evolução das perturbações que se iniciaram com a tomada da Bastilha.
Os partidos não são mais do que facções da opinião pública, ganhas por determinada corrente de pensamento. Eles podem ser numerosos e turbulentos e então a nação vive dividida e agitada. Como podem ser poucos e tolerantes, vivendo a nação em perfeito equilíbrio, embora instável. E um deles pode impor-se com tal poder de convicção que se identifique com a nação, monopolizando-a.
O menos que se pode dizer de um deputado é que ele não é livre. Para começar o rol de subserviências, dir-se-à, desde logo, que não goza de qualquer autonomia ante o seu partido que o fez eleger e o subvenciona e que, em troca, lhe exige disciplina de voto.
Falando na Bíblia Universal de L’Action Française e do Integralismo Lusitano, referimo-nos ao livro de Charles Maurras que tem por título «Enquete sur la Monarquie», onde o autor disserta longamente sobre a forma como pensamento e acção se interligam no movimento.
Debruçamo-nos um pouco longamente sobre este tema, por causa da forte influência que os seus teoricizadores exerceram sobre dois grandes movimentos de ideias que marcaram a primeira metade do nosso século dezanove, ou sejam o CADC – Centro Académico da Democracia Cristã – de que saíram Salazar, Cerejeira, os irmãos Dinis da Fonseca, Mário de Figueiredo…
Os relatos, ultimamente vindos a lume, sobre a necessidade de intervenção de forças da antiga potência colonizadora para a normalização da vida nesta pequena república do centro-ocidente africano, levou-nos a meditar sobre um livro escrito já nos idos anos sessenta do século passado pelo politólogo Jacques Ploncard D’Assac, que, a si próprio, se atribuía o título de «La Voix de L’Occident».
Foi o politólogo Maurice Pujo quem criou a expressão «Action Française». Estava-se em 1898. E foi no número de dezanove de Dezembro daquele ano, da revista L’Éclair, que saiu um artigo seu, expondo a forma como ele e o seu companheiro de luta Henri Vaugeois visavam rebater as teses dreifusianas.
Para aquilatar da importância das críticas movidas ao Parlamentarismo, torna-se necessário recordar o papel daquela instituição nos regimes políticos da maior parte do Mundo. Recorde-se, pois, logo para começar, que é no Parlamento que o povo soberano delega a sua soberania.