Dos santos populares, em Águas Belas, só temos o Santo António, mas antigamente festejava-se o São João nas ruas e ia-se à feira de São Pedro ao Sabugal – dias de festa e animação garantidas.
Ler MaisEm Águas Belas, todos recordam a loja do senhor Ilídio (fechada há muito) ao cimo do povo e a do senhor Alípio ao fundo. Tinham duas partes distintas, de um lado, a mercearia e, do outro, a taberna.
Ler MaisAs pessoas de Águas Belas vão aos mercados e feiras do Sabugal, desde sempre. Vou falar de coisas típicas, desses eventos, algumas desaparecidas e outras modificadas, como não podia deixar de ser.
Ler MaisCom diferente sentido, as compras à porta de casa, hoje tão usuais, em Águas Belas e noutras aldeias, vêm de um tempo, muito lá atrás, de trocas diretas e de um tempo, menos lá atrás, de negociantes, de cá e de fora, que compravam tudo o que se cultivava e criava.
Ler MaisNo tempo antigo, os ofícios eram, como hoje ainda, uma espécie de arte, de profissão aprendida, que servia para prestar serviços ou transformar matéria prima em produtos. Podia falar do barbeiro, do alfaiate, do sapateiro, do carpinteiro…, mas escolhi falar do ferreiro e do serrador, pela importância que tinham nesse tempo.
Ler MaisTalvez se pudesse contar parte da história da vida das famílias emigradas, aqui no povo, a partir de uma casa. Primeiro, reconstruíram as pequenas habitações que deixaram ou adquiriram, no início dos anos setenta. Mais tarde, já nos anos oitenta, quase todos fizeram casas novas, de raiz, grandes e com todo o conforto.
Ler MaisPassam os anos e permanecem as férias dos emigrantes em agosto. Mas não da mesma maneira, claro. Os mais novos, abertos ao mundo e com interesses diversificados, virão aqui menos vezes e por menos tempo, mas a maioria não deixará de vir.
Ler MaisNos anos de sessenta e cinco e sessenta e seis, em cada semana ou mês, eram mais umas carteiras vazias na escola e mais umas casas fechadas no povo. A toda a hora se ouvia: «Abalaram para a França. Já abalaram. Foram todos!» Havia um sentimento de perda, de vazio, como se ninguém estivesse inteiro e a todos faltasse qualquer coisa. E faltava.
Ler MaisNada foi tão decisivo, para a vida das pessoas daqui, como a emigração dos anos cinquenta e sessenta para França. No início, com a emigração fechada, quase todos saíram a salto. Mais tarde, com uma abertura na emigração, foi possível emigrar legalmente, com cartas de chamada, o que beneficiou a reunião das famílias e a ida de outros emigrantes.
Ler MaisQuando se encontravam aqueles grãozinhos muito negros, sabia-se logo que era minério. Não tinha outro nome. Também, não lhe vou chamar volfrâmio, nem falar da II Guerra Mundial, os anos do minério, nem porque umas vezes era caro, outras barato, outras nem o queriam, até que deixaram de o comprar – aspetos que as pessoas desconheciam. Vou falar de como foi cá explorado.
Ler MaisMuitos homens de Águas Belas trabalharam nas minas do Vale de Arca, Carrasca ou Bica, a uma distância entre os três e sete quilómetros, onde, nos anos quarenta e cinquenta, foram explorados minérios de rádio e urânio. Desativadas, só as da Bica reabriram, talvez, ainda, na década de setenta, para voltarem, nos anos noventa, a encerrar definitivamente – são as únicas com um projeto de requalificação ambiental.
Ler MaisNa Quaresma, continuam a rezar-se as cruzes e no dia de Páscoa a haver festa religiosa e familiar. Mas há usos que se perderam, como encomendar as almas ou tocar o sino para ganhar as alvíssaras. Por causa da pandemia do Covid-19, não há festa da Páscoa. Mas tudo voltará ao normal, certamente…
Ler MaisAntigamente, o pão ia para as lajes, onde eram feitas as medas. Depois, era malhado ao mangual, por um grupo de malhadores e outros trabalhadores. Também, as mulheres andavam nas malhas a fazer o que era preciso, só não faziam os trabalhos mais pesados, como malhar, carregar sacos…
Ler MaisNo tempo antigo, por todo o lado, havia pão semeado. Ceifá-lo, exigia muita mão de obra. Juntavam-se ranchos que ceifavam cá e em terras de fora. Eram semanas de trabalho duro, mas também uma oportunidade para muitos poderem ganhar alguma coisa.
Ler MaisContinuo a falar do linho. Quero falar de teares e tecedeiras, de artistas que teciam no linho, mais ou menos de cabeça, verdadeiras obras de arte, silvas bordadas, com diferentes motivos, desenhos e figuras. É longo o processo, até chegar a esse linho tecido.
Já poucas pessoas recordam os campos de linho, ainda, bastante abundantes nos anos cinquenta. Mas, quase todas têm algum lençol ou toalha desse linho antigo que herdaram das mães ou das avós e que guardam com particular cuidado. Impressiona o trabalho que o linho dava. Faço aqui uma descrição pormenorizada.
Pode haver pouca gente numa terra, mas se existir um único café, a sensação é a de estarmos numa «terra aberta». É assim, em Águas Belas, com o Café Taberna Alípio, situado ao fundo do povo, à beira da estrada. Existe há mais de sessenta anos, com algumas mudanças inevitáveis. Remodelado, no seu interior, há poucos anos, é atualmente explorado pela senhora Isabel Firmino.
Ler MaisQuando vejo passar crianças pequenas, pela mão de familiares, sei que vão para o Parque Infantil. Tal como, quando vejo passar, ao cair da noite, grupos de jovens em férias, com sacos de comida e bebida, sei que vão para o Parque de Merendas.
Ler MaisDas tradições de Carnaval – chocalhos, entrudos, partidas e o galo oferecido à professora – só os entrudos continuam, mas não da mesma maneira. Agora, vemos crianças com disfarces completos de determinadas personagens.
Ler MaisO forno de Águas Belas foi recuperado e ganhou a placa de «forno comunitário», o que realmente foi. Mas, muitos estão longe de imaginar a sua importância, no tempo em que toda a gente aí cozia o pão. Cozer o pão, era um acontecimento, cheio de rituais e cuidados, para que tudo corresse bem e saísse bom.
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