Começo esta crónica com a chamada de atenção para o fenómeno das sondagens. Elas entraram em quase tudo que diz respeito ao nosso modus vivendi de uma sociedade ocidental.

A questão dos rendimentos dos administradores da Caixa Geral de Depósitos. A já insustentável desresponsabilização financeira dos políticos. As falsas habilitações académicas. Instituto do Emprego e Formação Profissional. A União Europeia.
A União Europeia foi construída com o objectivo, precisamente, os muros fossem derrubados. Por essa altura, o Muro, permitam-me que o trate assim, porque o Muro de Berlim foi o «muro», era então o único que, efectivamente, marcava uma divisão. Por isso foi apelidado de «muro da vergonha».
Enquanto ainda dura a novela das sanções a Portugal por défice excessivo em 2015, pretendo dar mais uma achega a esse script. Não pretendo fazer uma análise técnica do processo. Mas uma visão política. E isto porque, efectivamente, todo este processo é político.
Quando o governo faz seis meses de actividade, inevitavelmente, dois temas levam ao enjoo nos meios de comunicação: as sanções ou a sua possibilidade e o ensino privado com os famosos contratos de associação.
Após a semana das «bofetadas» e algum tumulto no governo com demissões e o caso do amigo (e como esta palavra se tem tornado perigosa) de confiança de António Costa, mostrando que, de conteúdo político, nada aconteceu, vêm aí mais umas jornadas parlamentares, as do PCP. E mais uma vez, dedicada ao Interior. E, também serão em Vila Real, acrescentando Bragança. E isto causa-me logo urticária!
Ufa! Até que enfim! Hoje, Cavaco Silva já não é Presidente da República de Portugal. Acabam dez anos de uma magistratura que não deixa saudades. Foi um homem (porque segundo ele não é nem nunca foi político, apesar dos trinta e seis anos que leva na política) que progressivamente se foi afastando da realidade.
A morte de Humberto Eco é daquelas que deixa um vazio. A capacidade de nos levar para um tempo e um espaço que só ele sabia recriar, vai deixar de existir. Existir, no sentido e que não teremos mais nenhum capítulo, porque ele existirá nos livros e nos textos que nos deixou. A literatura mundial, e em particular a europeia, ficou muito mais pobre.
Sou dos que pensam que a lei eleitoral deveria ser revista. E revista em muitos aspectos. Quer ao nível dos círculos eleitorais quer, e até, ao método da contagem dos votos. Trago este assunto a propósito das jornadas parlamentares, ocorridas na semana passada, do PSD e do PS.
Trago a esta crónica alguns assuntos que, parecendo soltos, acabam por andar ligados. Sem deixar de ser, a Europa, enquanto continente primeiro na concepção e estrutura de uma civilização. E a União Europeia.