Num tempo que teima em desaparecer, ainda subsiste um vento desta Gardunha florida, agora de encontros numa tela de cinema.

O filme «Os gatos não têm vertigens», de António-Pedro Vasconcelos, abrirá, no dia 23 de Junho, em Mêda (Guarda), o ciclo Cinema Português em Movimento, uma iniciativa que já passou por localidades do concelho do Sabugal.
O ano de 1895 ficará para a história por dois factos: o início da exploração económica do cinema pelos irmãos Lumière e a abertura das minas na Panasqueira. Em Paris, os irmãos escavavam o subsolo do espectador; na Panasqueira instalava-se a multinacional inglesa Beralt Tin and Wolfram, com o objectivo de extrair das entranhas da terra o valioso volfrâmio, mineral muito requisitado na II Grande Guerra Mundial.
A obra do realizador sabugalense, Joaquim Sapinho, estará em destaque no 17.º Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira. O certame, que decorre entre os dias 1 e 8 de Dezembro, fará uma retrospectiva dos filmes do cineasta raiano como, por exemplo, «Deste lado da ressurreição», «Mulher Polícia» ou «Corte de Cabelo».
«Simplesmente Maria», é o folhetim de rádio que vai ao palco do Teatro Municipal da Guarda (TMG), que também apresenta proximamente um filme de Michael Haneke e uma exposição de pintura de Ambrósio Ferreira, bem como uma conversa com o político e homem de cultura Ruben de Carvalho.
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Semana Santa. Do Fundão partem Quinta-feira, dois jovens a caminho da Capital do tudo e do nada, para assistir à ante-estreia de um filme de Mário Fernandes, José Oliveira e Marta Ramos, ao qual chamaram «O Atirador». Meus Deus, tantos alvos a atingir…
O Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG) exibe no dia 20 de Março, quarta-feira, pelas 21h30 o filme «Deste Lado da Ressurreição», de Joaquim Sapinho, produzida pela Rosa Filmes. «Deste Lado da Ressurreição» é a mais recente longa-metragem do realizador Joaquim Sapinho, natural do Sabugal.
À Fala Com… Joaquim Sapinho – «Deste lado da ressurreição» é o mais recente filme do realizador sabugalense Joaquim Sapinho. A longa-metragem produzida pela Rosa Filmes teve estreia mundial no Festival de Cinema de Toronto e «pede-nos» uma análise à nossa interioridade enquanto encarnamos um surfista místico que leva o seu corpo aos limites entre a Praia do Guincho, em Cascais, e o convento dos Capuchos, em Sintra. Na entrevista ao Capeia Arraiana o sabugalense Joaquim Sapinho surpreende-nos ao longo de uma conversa intimista que quase nos «obriga» a ser espectadores do filme da sua vida enquanto montamos os frames da nossa própria infância. Perturbador.
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Chegou às salas de cinema nacionais a quarta longa-metragem do realizador sabugalense Joaquim Sapinho intitulada «Deste Lado da Ressurreição». O filme teve a sua estreia mundial na selecção oficial do Festival de Cinema de Toronto no Canadá na secção Visions dedicada aos filmes que em cada ano contribuíram para a expansão das possibilidades poéticas do cinema.
Rafael (Pedro Sousa, campeão júnior de surf do Guincho) é um jovem surfista perdido no mundo, desenquadrado de tudo e de todos. Com uma grande violência interior, que se reflecte no seu corpo e na maneira como surfa, busca um sentido para a sua vida. E será ali, entre a praia do Guincho, o Convento dos Capuchos e a serra de Sintra, que vai finalmente encontrar o seu lugar…
«Deste Lado da Ressurreição» é a quarta longa-metragem de Joaquim Sapinho, depois de «Corte de Cabelo» (1995), «A Mulher Polícia» (2003) e «Diários da Bósnia» (2005). A película teve a sua estreia mundial na selecção oficial do Festival de Cinema de Toronto no Canadá, na secção Visions, dedicada aos filmes que, nesse ano, contribuíram para a expansão das possibilidades poéticas do cinema.
O filme foi escolhido como um dos dez melhores do ano na revista nova-iorquina «Film Comment» e teve antestreia nos EUA nas mais prestigiadas cinematecas do país: a Harvard Film Archive (Cinemateca da Universidade de Harvard) e Anthology.
Realizador: Joaquim Sapinho.
Argumento: Joaquim Sapinho, Mónica Santana Baptista.
Intérpretes: Pedro Sousa, Joana Barata, Pedro Carmo, Sofia Grillo, João Cardoso, Guilherme Garcia, Luís Castro.
Página oficial. Aqui.
jcl (com Rosa Filmes)
No dia 9 de Junho (sábado), o Teatro Municipal da Guarda (TMG) apresenta no âmbito da iniciativa Famílias ao Teatro o espectáculo «Farfalle» (borboleta), pelo Teatro de Piazza o D’Occasione (Itália).
O espectáculo é uma extensão do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica) e é apresentado em duas sessões: 16h00 e 21h30. Teatro e multimédia para toda a família.
Tudo é contado com música e imagens por dois bailarinos. A cenografia é formada por um tapete branco com duas asas. As imagens são projectadas em diferentes planos: o plano horizontal do tapete e o vertical das duas asas oblíquas. Alguns objectos estilizados decoram o cenário. O público é convidado a participar, a entrar dentro do cenário, a movimentar-se entre as imagens que reagem aos seus gestos, aos seus movimentos. As imagens envolvem-no.
Com «Farfalle», a TPO continua a experiência sobre as potencialidades expressivas relacionadas com a utilização de novas linguagens digitais (computação gráfica/tecnologias interactivas) associadas à dança, à música e ao movimento.
«Farfalle» tem a direcção de Francesco Gandi e Davide Venturini e a interpretação de Anna Balducci e Erika Faccini.
Esta actividade é apresentada no âmbito da Rede 5 Sentidos.
Canções de protesto dos novos tempos
Pedro Esteves Trio é a proposta musical do TMG para a noite do próximo dia 8 de Junho no Café Concerto. O músico Pedro Esteves vem apresentar o disco de estreia «Mais um dia», acompanhado por Filipe Raposo nos teclados e por António Quintino no contrabaixo. Uma fusão de baladas com canções de protesto dos novos tempos. Um espectáculo com boa música e cheio de bom humor e ironia.
A propósito do seu primeiro trabalho, o Jornal de Letras escreveu sobre Pedro Esteves: «Ele tem a timidez de Chico Buarque, a delicadeza de Fausto, o gosto pelos arranjos de José Mário Branco, o prazer da escrita de Sérgio Godinho (…) “Mais um dia” é um hino à arte de fazer canções, como sempre, como dantes».
O espectáculo está marcado para as 22h00 e a entrada é livre.
Cinema no Pequeno Auditório
A 13 de Junho (quarta-feira), o Cineclube da Guarda apresenta, com o apoio do TMG, o filme «O tio Boonme que se lembra das suas vidas anteriores», de Apichatpong Weerasethakul. A sessão está marcada para as 21h30 no pequeno auditório.
Na história, tio Boonme resolve passar os seus últimos dias de vida no campo, rodeado das pessoas que ama. Esta é a quinta longa-metragem do tailandês Apichatpong Weerasethakul, o filme complementa o projecto Primitiv, ligado à ideia de extinção e da recordação de vidas passadas.
Filme vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2010.
Histórias de Manuel António Pina
Na quarta, dia 13 de Junho, o TMG apresenta através do seu Serviço Educativo o espectáculo «Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar», criadas a partir de livros escritos pelo sabugalense Manuel António Pina.
O espectáculo é apresentado em duas sessões: às 10h e às 14h30 na Sala de Ensaios e tem por destinatárias as crianças dos jardins-de-infância.
Os dois livros «Histórias que me contaste tu» e «No país das pessoas de pernas para o ar» de Manuel António Pina inspiraram as criadoras Tânia Cardoso e Joana Manaças, que fizeram este espectáculo onde uma é bailarina e a outra contadora de histórias. Os contos têm finais improváveis e o mundo às avessas domina todas as narrativas. Trata-se de uma produção do Teatro Maria Matos, apresentado no TMG através da Rede 5 Sentidos.
plb (com TMG)
O Duo Con Anima, da harpista Carmen Cardeal e do flautista Nuno Ivo Cruz, apresenta um Concerto de Páscoa no próximo dia 5 de Abril, véspera de sexta-feira santa, no Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG), às 21h30.
O Duo convida o público a partilhar um percurso por algumas das mais belas músicas para flauta e harpa, no espírito de uma meditação apropriada à data. No concerto, marcado para as 21h30, serão apresentadas obras de compositores como Bach, Fauré, Debussy, Ravel, Bizet, Wagner e Puccini, entre outros.
Carmen Cardeal colaborou com a Orquestra Gulbenkian entre 1988 e 1999, ano em que ingressou na Orquestra Sinfónica Portuguesa. A harpista apresenta-se regularmente em recitais de música de câmara com grupos de diferentes formações. Como solista executou concertos com a Orquestra Portuguesa da Juventude, Orquestra Clássica do Porto, Orquestra Sousa Carvalho, Orquestra Metropolitana de Lisboa External Link, e com a Sinfonieta de Lisboa. Actualmente é harpista solista na Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Nuno Ivo da Cruz estudou Música no Conservatório Koninklijk, Den Haag e na Universidade Nova de Lisboa (Ciências Musicais). Integrou a Nova Filarmonia Portuguesa e a Orquestra do Porto da Régie Sinfonia. Pertence a uma família de músicos profissionais (terceira geração). É membro do Quinteto de Sopros Flamen desde 1988. É flautista solista na Orquestra Sinfónica Portuguesa.
«O Mundo é uma Ervilha», no Café Concerto
A partir da próxima terça-feira, dia 3 de Abril, o Café Concerto recebe a exposição de fotografia «O Mundo é uma Ervilha», de Catarina Tormenta. Nesta exposição, a autora reúne várias fotografias de rostos de pessoas de distintas etnias e nacionalidades que fotografou durante as suas viagens.
A exposição ficará patente até 22 de Abril, tem entrada livre e pode ser visitada no horário de funcionamento do Café Concerto.
«Fora de Jogo», no Pequeno Auditório
Na Quarta-feira, dia 4 de Abril, o Cineclube da Guarda apresenta com o apoio do Teatro Municipal da Guarda o filme «Fora de Jogo» de Jafar Panahi. A sessão de cinema decorre no Pequeno Auditório, às 21h30. No Irão há milhares de mulheres adeptas de futebol. Porém, estão proibidas de entrar em estádios. As mais ousadas disfarçam-se e tentam enganar a polícia. Última longa de Panahi, antes da proibição de filmar, inspirada num episódio com a filha do próprio realizador. O filme premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim de 2006.
Segunda sessão SoniCC, no Café Concerto
No Sábado, dia 7 de Abril, actuam no Café Concerto do TMG às 22h00 duas bandas seleccionadas no âmbito do SoniCC: Double Latte (Guarda) e Meow Dogs (Trancoso). Trata-se da Segunda sessão desta actividade.
Recordamos que o SoniCC é uma iniciativa do TMG que visa apoiar e revelar projectos e bandas emergentes na área da música. Trata-se de uma oportunidade de apresentar o trabalho criativo de jovens, num contexto de um equipamento de referência como é o do TMG. A iniciativa prolongar-se-á em Maio, com mais uma sessão e com a revelação de mais duas bandas.
«Double Latte» é uma banda formada por cinco jovens residentes na cidade da Guarda, em 2010. O grupo assume-se como praticante de um estilo rock alternativo, mas diz tocar «um pouco de tudo». Já actuaram em festivais, festas e bares. Dizem-se influenciados por músicos e grupos como John Mayer, Pink Floyd, Dave Matthews, Sum 41, Xutos e Pontapés, Jet, Red Hot Chili Peppers, The Strokes, Arctic Monkeys, entre outros.
Os Meow Dogs formaram-se em Setembro de 2010 em Trancoso. O grupo é composto por quatro amigos determinados em entrar no mundo da música. Tocam algumas versões e também originais. O seu sonho é «tocar nos corações das pessoas, fazê-las vibrar e bater o pé» ao ritmo da sua música. O grupo sofre influências de bandas como Artic Monkeys, The Strokes, Coldplay, Nirvana, Seasick Steve, The Doors, entre outros.
A sessão SoniCC tem entrada livre.
«Le Havre», no Pequeno Auditório
Na Quarta-feira, dia 11 de Abril, é o TMG que apresenta «Le Havre» de Aki Kaurismaki. Na história, Marcel Marx, um antigo escritor e boémio, retirou-se para um exílio voluntário em Le Havre, onde se sente mais próximo das pessoas, trabalhando como engraxador de sapatos. Mas tudo muda quando o destino coloca no seu destino um jovem refugiado africano. Com André Wilms, Kati Outinen, Jean-Pierre Darroussin. o filme passa no Pequeno Auditório às 21h30.
Dinis Machado, no Pequeno Auditório
«Dinis Machado por Dinis Machado» é o espectáculo de teatro que o TMG propõe para o dia 13 de Abril (sexta-feira) no Pequeno Auditório, às 21h30.
O actor Dinis Machado criou este espectáculo partindo da vida e obra do homónimo Dinis Machado (1939-2008) escritor e jornalista português, vulto da cultura portuguesa e autor de obras como «O que diz Molero».
«Parto para este trabalho com a obra do meu homónimo. Parto desta coincidência na procura da sua significação. Agora falecido, Dinis Machado é um símbolo inequívoco da literatura Portuguesa. Com um estilo fechado e reconhecível, um realismo delirante e inteligentemente irónico. Também a paralela elegância do policial Inglês e um ensaísmo marcadamente pessoal e subjectivo.
Por contraponto, eu sou um artista jovem, a realizar os meus primeiros trabalhos, perante a hipótese de vingar ou falhar, ficando eternamente esquecido no anal dos fenómenos de relativa visibilidade passageira. Este projecto é assim a intercepção destes dois homónimos. Uma dupla biografia: a dele – com os seus textos, o seu imaginário e a estrutura intelectual que tudo isto faz existir – e a minha – que servirá de decanter a este outro corpo desmaterializado em texto: ao lê-lo e reestruturá-lo, com aquilo que em «ler» é ler-nos a nós também. Procuro o limite da compilação dramatúrgica, para além da fidelidade ou do imediato ataque iconoclasta. Uma apropriação que procura potenciar a figura e o momento presente, o intérprete talvez. Uma reconciliação lenta com o que já foi dito, com aquilo que já vimos e que se impõe na nossa memória individual ou colectiva como uma referência. A aceitação apaziguadora de que fazemos de um discurso contínuo que remete para um início remoto situado a alguns milhares de anos de nós», explica o jovem actor a propósito deste seu trabalho, que teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
plb (com TMG)
Em Fevereiro, o Projéc~ (estrutura de produção teatral do Teatro Municipal da Guarda) e a encenadora e actriz Antónia Terrinha apresentam na caixa de palco do Pequeno Auditório o espectáculo «A dama pé de cabra». A peça ficará em cena entre 8 e 10 de Fevereiro com sessões às 21h30 e terá também apresentações para escolas nos dias 8 e 9 (às 14h30).
Trata-se de uma história do património cultural português, um dos mais maravilhosos contos da tradição oral portuguesa, aqui encenada e interpretada por Antónia Terrinha. A peça está baseada no conto homónimo escrito por Alexandre Herculano e publicado no livro «Lendas e Narrativas».
Mantendo a mesma linguagem, do texto original de Herculano, o público viaja no imaginário e língua de tempos idos, revivendo as nossas memórias colectivas enquanto povo e habitante desta Península; são as nossas mais ancestrais raízes que voltam à tona.
É uma belíssima história do nosso património cultural, onde a tradição e a lenda se misturam numa simbiose perfeita entre o onírico e o maravilhoso», refere no texto de apresentação a encenadora.
Antónia Terrinha começou o seu percurso no Teatro O Bando, tendo passado por outras companhias como A Comuna e a Cornucópia. Esteve ligada a projectos de teatro infantil, como actriz e como encenadora. Dirigiu com Cândido Ferreira a Companhia do Teatro Chaby Pinheiro da Nazaré e fundou a companhia «Teatro em Curso». Participou também em filmes para cinema e televisão. Actualmente é uma das figuras da série «Pai à força».
Esta é a 14ª produção do Projéc~ que até à data apresentou também «E outros diálogos» de João Camilo; «A Cozinha Canibal», de Roland Topor, «Na Colónia Penal», ópera de Philip Glass segundo conto de Kafka; «O Barão», de Luís de Sttau Monteiro; «Eu queria encontrar aqui ainda a terra», de António Godinho e Manuel A. Domingos; «Os Sobreviventes», de Manuel Poppe, «Querido Monstro», de Javier Tomeo, «São Francisco de Assis» e «Mundus Imaginalis num quadro de Van Gogh», de Vicente Sanches, «Simplesmente Complicado», de Thomas Bernhard, a peça radiofónica «Senhor Henri», de Gonçalo M. Tavares, «The Dumb Waiter», de Harold Pinter, «A Acácia Vermelha», de Manuel Poppe e «D’ abalada» de Jorge Palinhos.
Música no Pequeno Auditório
Os Paus são provavelmente uma das bandas portuguesas mais elogiadas pela crítica no ano que passou. O grupo actuará no Pequeno Auditório do TMG no sábado, dia 4 de Fevereiro, às 21h30. Apresentam o seu segundo disco, o primeiro de longa-duração, e definem-se como «Uma bateria siamesa, um baixo maior que a tua mãe e teclados que te fazem sentir coisas».
Depois da edição deste álbum de estreia, em Outubro de 2011, ter chegado ao 3º lugar do top de vendas, a banda foi recentemente confirmada para o Palco de Radiohead no Festival Optimus Alive.
Todos os músicos desta formação vêm de outros projectos de música moderna portuguesa de inspiração Indie como Linda Martini, Vicious Five ou If Lucy Fell.
Os Paus são Makoto Yagyu (baixo, teclados e voz), Joaquim Albergaria (meia bateria siamesa e voz), João Pereira (teclados e voz) e Hélio Morais (meia bateria siamesa e voz).
Música no Café Concerto
O Filho da Mãe a.k.a. Rui Carvalho (ex If Lucy Fell) actua na sexta-feira, dia 3 de Fevereiro, no Café Concerto do TMG.
«Conheci-o noutras aventuras sónicas com os fabulosos If Lucy Fell, já o tinha topado, mas desta vez brinda-nos com um grande disco de guitarra clássica: “Palácio” – Um disco inquietante, de uma técnica e velocidade desconcertantes, frases lindíssimas desconstruídas como luz refractária em espelhos se tratasse. Genial e original de um grande poder de abstracção e obsessão de linhas de guitarra em movimento continuo em contextos e ambientes diferentes, ouve-se a rua, as gentes que passam, ouve-se Lisboa, o mar, o silêncio e todo um imaginário que por vezes nos deixa sem fôlego!». As palavras são de Tó Trips um dos Dead Combo que considera a estreia musical de Filho da mãe «uma nova pérola da musica Portuguesa».
O concerto tem entrada livre e início marcado para as 22h00.
Cinema no Pequeno Auditório
O Cineclube da Guarda apresenta na próxima Quinta-feira, dia 2 de Fevereiro, com o apoio do TMG, o filme «Histórias de Shangai – Quem me dera saber».
Trata-se de um documentário do realizador chinês Jia Zhang-ke, o mesmo que realizou «Plataforma», «O Mundo», «Still Life – Natureza Morta« e «24 City«. Com este filme, Jia Zhang-ke volta a debruçar-se sobre o passado recente do seu país e na influência do comunismo nos dias de hoje.
A sessão está marcada para as 21h30.
plb (com TMG)
«A Raia vista por…» é um projecto transfronteiriço que alia a visão de quatro realizadores, dois portugueses e dois espanhóis, sobre as histórias que compõem a ideia da «Raia» enquanto linha de fronteira que separa Portugal e Espanha, cujo filme tem lançamento marcado para a próxima Sexta-feira, dia 9 de Dezembro, às 21h30, no Pequeno Auditório do TMG, com entrada livre.
O Teatro Municipal da Guarda (TMG) e a Junta de Castilla y León desafiaram realizadores portugueses e espanhóis a filmar a Raia. O resultado pode ser visto agora em DVD com quatro curtas-metragens da autoria dos portugueses Pedro Sena Nunes e Jão Trabulo e dos espanhóis Isabel de Ocampo e a dupla Gabriel Velázquez / Chema de la Peña.
O documentário de Pedro Sena Nunes visa explorar em profundidade a história da construção de uma ponte ilegal na fronteira, que une Portugal a Espanha, assim como sucessivamente diversas histórias semi-ocultas de união e contrabando entre estes dois países. Trata-se de um documentário de sentidos – os sentidos produzidos por terras, que antes de terras são pessoas, face à proximidade humana e simultânea firme diferença cultural. Se pouco acrescenta este filme à conformação de cada uma, deixa uma fundamental nota de reflexão: que pontes construiu o tempo entre línguas, relações e comércios?
Pedro Sena Nunes foi o autor do documentário «Há Tourada na Aldeia» que retrata a capeia arraiana, tradição taurina das terras fronteiriças do concelho do Sabugal.
João Trabulo iniciou-se no cinema com o produtor Paulo Branco na Gemini (Paris) e Madragoa (Lisboa) colaborando em filmes de Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Robert Kramer e Pedro Costa.
Isabel de Ocampo é uma cineasta de Salamanca que recentemente ganhou o prémio Goya para a melhor curta-metragem.
plb
Ao fim de dois anos de recolha de imagens e depoimentos está finalizado o documentário sobre a crise na indústria dos lanifícios na região da Serra da Estrela, chegando agora a hora de o espectador o poder visionar nos ecrãs dos festivais de cinema documental. O realizador do filme, Luís Silva, explica em entrevista todo o processo desde o inicio das filmagens e o que pretende com este documentário.
– Está terminado o documentário sobre os lanifícios. E agora, qual vai ser o próximo passo?
– Inicialmente pensei fazer uma ante-estreia onde pudesse juntar todos os entrevistados e entidades e outras pessoas que colaboraram na realização do filme, no entanto e uma vez que só agora concluímos a pós-produção e com o mês de Agosto em que muitas pessoas se encontram de férias fica muito em cima da realização de alguns festivais onde vou inscrever o filme e daí tornar-se complicado gerir esses timings. O próximo passo é a inscrição do filme nos vários Festivais de cinema documental que existem ao nível nacional a começar pelo CineEco para o qual já foi enviada a inscrição que terminava o prazo no dia 15 de Agosto aguardando agora por Setembro que será o mês em que ficaremos a saber se o filme foi ou não seleccionado. O que posso dizer relativamente a quem queira ver o filme é que aguardem que seja seleccionado para algum destes festivais e se assim for será feita a devida comunicação com o dia e a hora onde pode ser visto. Pelo que este tema representa para as gentes e comunidades da região da Serra da Estrela, quero levar o filme o mais longe possível daí estar a ser preparada uma versão em Inglês para poder concorrer a festivais de cinema documental também a nível internacional.
– O que pretende com este trabalho?
– A indústria dos Lanifícios é de grandes tradições na nossa região, não só porque é uma região onde abunda a água daí a maior parte das fábricas terem sido construídas junto de rios e ribeiras, pois há 2 séculos atrás a força motriz das fábricas era a roda que se movia com a força da água que por sua vez fazia movimentar os engenhos que colocavam em andamento a maquinaria para a produção de tecidos, mantas, cobertores e outros, mas também porque cá existem rebanhos em grande numero dos quais através da tosquia se obtem a lã para a produção destes produtos laneiros. Apesar disso convem referir que a lã também vinha do Alentejo e há até quem diga que é uma lã melhor, contudo estes são os dois principais factores pelos quais aqui se instalaram estas fábricas. Além de querer dar a conhecer através do filme estes aspectos acima referidos, pretendo ao mesmo tempo tentar saber as razões, os motivos, que estiveram na base do declinio destas empresas que chegaram a empregar no Concelho de Manteigas, Gouveia e Seia mais de 20.000 pessoas e que hoje é um sector que não ocupa nestes 3 concelhos sequer mil pessoas. Para se ter uma ideia do que representou a força desta industria basta ver que provavelmente algumas cidades conseguiram esse titulo graças aos milhares de operários que vieram viver para estas terras, pois, caso contrário provavelmente algumas destas cidades ainda seriam vilas.
– Que orientações seguiu na escolha dos entrevistados e dos locais?
– Para obter uma diversidade de respostas decidi seguir uma linha de recolha de depoimentos que passassem por ex-operários, ex e actuais empresários deste sector, sindicalistas e políticos, pois dessa forma foi possível cruzar informações dos variados pontos de vista que permitam ao espectador no final do filme ficar com uma noção mais exacta do que aconteceu. Como se pode calcular os ex-operários têm as suas próprias justificações, os sindicatos, os políticos e os industriais também as têm, pois cada um conforme as suas responsabilidades têm justificações diferentes e algumas iguais o que se traduz numa abrangência de opiniões maior, sendo que no final sobressaem conclusões no mínimo muito interessantes.
– Quanto tempo demorou a fazer e quais os passos?
– Ao fim de quase dois anos de filmagens e recolha de depoimentos e testemunhos de pessoas que sempre trabalharam neste ramo na nossa região da Serra da Estrela (Manteigas, Gouveia, Seia) terminou no passado mês de Julho a edição e pós-produção do filme «Lanificios.doc». Após um trabalho inicial de investigação que passou pela leitura de livros publicados sobre esta matéria, consulta de fotografias, assim como pela consulta de jornais da época e recolha de depoimentos, passámos para o terreno onde percorremos várias localidades desde Manteigas, Gouveia, Vodra, Seia, S. Romão, Loriga, Alvoco da Serra e outras. Visitámos e recolhemos imagens também na Covilhã. Acompanhou-me nesta recolha de imagens o meu Assistente de Realização Nuno Pinheiro ao qual competiu também a recolha de fotografias.
– Quais as expectativas?
– Relativamente aos Festivais onde vou inscrever o filme espero que seja seleccionado na maior parte deles, pois é essa a intenção de um realizador quando faz um filme poder mostrá-lo ao maior número de pessoas e públicos diferentes, mas, ao mesmo tempo poder divulgar a nossa região da Serra da Estrela e as nossas gentes, pois, para se ter uma ideia a Banda Sonora do filme é toda original e foi David Fidalgo, um compositor de Paranhos da Beira (Seia) que a fez. A Realização e produção, assim como a pesquisa e a recolha de fotografias foi feita por gente da nossa região, sendo que é esta ideia que também pretendo passar. Temos gente no nosso Distrito com espírito de voluntariado mas acima de tudo com muita capacidade também ao nível da sétima arte e das novas tecnologias da informação e comunicação. As expectativas também recaem sobre a forma como os entrevistados vão fazer a sua análise á sua participação no filme no particular e no global, pois é sempre preocupação de um realizador, pelo menos é minha, que os entrevistados se sintam bem no final do filme com a sua participação mas acima de tudo com o projecto com o qual colaboraram e acreditaram.
– Próximos projectos?
– Para já quero divulgar o máximo possível este documentário pois á imagem dos meu ultimo realizado em 2009 «Os Últimos Moinhos» estes projectos têm os seus custos e quando estes são suportados por mim próprio torna-se difícil por muitas ideias que tenha de fazer mais, com mais regularidade mas concerteza irão aparecer mais.
Para concretizar este documentário foram, entre outros, entrevistados Santinho Pacheco (ex-Governador Civil da Guarda), Carlos João (coordenador do Sindicato dos têxteis da Beira Alta), João Clara (proprietário da fábrica EcoLã – Manteigas), João Fernandes (ex-proprietário da Fisel, Vodratex e outras em Seia), Camello (proprietário da fábrica Camello, S. Romão), Eduardo Brito (ex-presidente do Municipio de Seia), Filipe Camelo (presidente do Município de Seia) e ex-operários da Fisel e Vodratex.
Página oficial do documentário «laticinios.doc». Aqui.
jcl (com Luís Silva)
O II Festival Internacional da Memória Sefardita, que se realiza de 18 a 21 de Setembro, vai acolher a antestreia do filme «O Cônsul de Bordéus», com a presença do realizador Francisco Manso e do protagonista Vítor Norte.
A apresentação está marcada para segunda-feira, 19 de Setembro, às 21h30, no Teatro Municipal da Guarda (TMG).
O filme «O Cônsul de Bordéus», sobre o Acto de Consciência do diplomata Aristides de Sousa Mendes, foi rodado em Viana do Castelo pelos realizadores Francisco Manso e João Correa, da produtora Take 2000.
«O Cônsul de Bordéus» é protagonizado por Vítor Norte, no papel de Aristides de Sousa Mendes, o diplomata português que, à revelia de Oliveira Salazar, atribuiu cerca de trinta mil vistos a refugiados perseguidos pelo regime nazi em 1940.
Ao tomar a decisão de seguir a sua consciência e conceder vistos a toda a gente, contrariando as ordens do governo de Salazar, o antigo cônsul de Portugal em Bordéus ajudou milhares de judeus e outros refugiados a escapar da França no momento da invasão e a encontrar refúgio em Portugal.
plb (com Turismo Serra da Estrela)