José de Almeida Dinis é um artista natural das Cheiras, concelho de Pinhel que tem vindo a realizar obra desde longa data contando já com grande diversidade de trabalhos executados.

Não querendo depreciar o inverno, confesso que lhe reconheço sinais de melancolia. Vejo-lha no amontoar das nuvens. Noto-lha nos sopros do vento. Oiço-lha nos sons e nas canções da chuva. Escuto-lha nos cânticos chorados das aves, e na cuidadosa inquietação dos animais, em terra. Pressinto-lha na rigidez gélida dos rostos humanos.
Paraizal é uma simpática aldeia do concelho de Almeida, exposta a nascente, suspensa da arriba esquerda do Côa. O rio quase lhe humedece os pés enquanto a povoação se espreguiça, encosta acima, espreitando terras de Espanha.
Teve lugar no passado dia 6 de janeiro na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, a apresentação da Agenda Cultural da Guarda para o primeiro trimestre de 2025. A fadista Gisela João, Virgem Suta, Manuel Cruz, Bateu Matou, a peça «Amigos da Treta» e o espetáculo «Oprime.iRa» são os destaques culturais no primeiro trimestre deste ano.
Culpo, muito, a natureza pelo meu velho vício de escrevinhar. Chegado, hoje pela manhã, a aldeia premiou-me com a beleza de uma neblina subtil que, embora leve, era teimosa e não havia meio de se dissipar!
A manhã suave e fresca de pré-outono chamava por mim. Não resisti. Saí e tomei café num bar próximo da minha porta. Recolhi no bolso a bolachinha embalada que me havia escoltado a bica e subi, cidade acima, até à ensolarada urbe antiga. Buscava vistas altas e areadas, sítios vetustos. Almejava sons, cores e odores. Enfim, desejava reiterar sensações.
Nada como a sinceridade. Gosto de tecer narrativas simples e despretensiosas, esboçadas ao correr da pena, ideadas ante a observação. Enfim, parto, por vezes, em ousadias e proponho-me descrever o indiscritível, propósito nada fácil de alcançar.