As presentes linhas que hoje lhe proponho foram publicadas há 11 anos. Tudo muto simples e muito sentido, sentimental, até… Leia e delicie-se também, como sempre me acontece a mim nestas andanças…

Não nos cansamos de dizer tudo sobre a nossa terra. Eu falo por mim. A minha vontade era estar sempre de dedos nestas teclas e transmitir tudo o que sinto. Aqui vão mais algumas notas muito emotivas, pois falo do mais profundo de mim. Leia com prazer como me dá prazer publicar…
:: :: FERNANDO CAPELO :: :: No primeiro episódio o António Emídio «apresentou-nos» a família do Luís do Sabugal quando este se preparava para ingressar no Outeiro de São Miguel. Seguiram-se o Fernando Capelo, o José Carlos Mendes, o Ramiro Matos, o António José Alçada, o Franklim Costa Braga, o António Martins, o António Alves Fernandes, o Joaquim Tenreira Martins, a Georgina Ferro e o José Carlos Lages. Nesta «segunda temporada» é agora a vez do Fernando Capelo… (capítulo 2, episódio 2.)
Como religioso que era, o quadrazenho, e ainda mais a quadrazenha, não só assistia às suas festas, como também ia às festas de outras terras. Entre elas, escolhia a Senhora da Ajuda na Malhada Sorda, a uns 25 kms. por atalhos, e a da Senhora da Poba (Póvoa), em Vale de Lobos, hoje Vale da Senhora da Póvoa, também a uns 25 kms.
Sempre tive um secreto prazer por tudo o que é automóvel. Por isso já possuí vários das mais variadas marcas. Comprava a prestações a pagar em 12 ou 18 meses e no penúltimo mês do pagamento já andava meio louco pelos stands da cidade de Beja à procura de um outro para trocar por aquele tinha. Era assim que toda a malta fazia…
O Toino Jaquim era um rapaz bem mais crescido que eu, talvez mais dez anos, o que é importante numa micro sociedade como a de uma qualquer Aldeia. Bem, também tinha a «escola da vida» de certas vivências noutros lados…
Recordo-me daqueles dias em que o Padre Chorão mandou substituir as pranchas de madeira do chão da nossa «Catedral» (assim chamou à grandiosa Igreja da aldeia o então Bispo Dom Policarpo) e descobriram-se enterradas centenas de ossadas humanas. Aconteceu em 1960-61… por aí.
Naqueles tempos, há mais de 50 anos, as Mulheres da Aldeia iam à Ribeira lavar as roupas de casa, especialmente a roupa branca. Havia pegos bons na parte debaixo, na direcção do Fundo do Povo. Levavam as filhas, havia que as guardar e ensinar.
Jaime Lopes Dias nasceu no então Vale de Lobo (hoje Vale da Senhora da Póvoa), concelho de Penamacor, em 25 de Outubro de 1890. O seu Pai, José Lopes Dias era natural da aldeia vizinha Benquerença e foi colocado como Professor de Instrução Primária no Vale de Lobo e aqui viveu toda a sua vida, tendo inclusive casado na Aldeia com Angélica Mendes. Tiveram cinco Filhos, todos rapazes.
Nos anos 60, às vezes, o nosso grupo não tinha onde conseguir fanar uma galinha para o petisco de sábado à noite. Ir aos galinheiros das outras aldeias (Meimoa ou Santo Estêvão) era arriscado por causa da barulheira da canzoada, como já tínhamos visto. Casteleiro, essa nunca, porque era a descer para lá e a subir para cá. Moita, havia pedrada garantida e a Benquerença parecia ser lá nos confins.