Felizmente, e nunca é tarde, estalou a polémica sobre o bom e o mau do olival intensivo no Baixo Alentejo.

Origens: Vale da Senhora da Póvoa :: :: Capeia Arraiana: «Vale de Lobo e Moita» :: ::
Sempre tive um secreto prazer por tudo o que é automóvel. Por isso já possuí vários das mais variadas marcas. Comprava a prestações a pagar em 12 ou 18 meses e no penúltimo mês do pagamento já andava meio louco pelos stands da cidade de Beja à procura de um outro para trocar por aquele tinha. Era assim que toda a malta fazia…
O Toino Jaquim era um rapaz bem mais crescido que eu, talvez mais dez anos, o que é importante numa micro sociedade como a de uma qualquer Aldeia. Bem, também tinha a «escola da vida» de certas vivências noutros lados…
Recordo-me daqueles dias em que o Padre Chorão mandou substituir as pranchas de madeira do chão da nossa «Catedral» (assim chamou à grandiosa Igreja da aldeia o então Bispo Dom Policarpo) e descobriram-se enterradas centenas de ossadas humanas. Aconteceu em 1960-61… por aí.
Naqueles tempos, há mais de 50 anos, as Mulheres da Aldeia iam à Ribeira lavar as roupas de casa, especialmente a roupa branca. Havia pegos bons na parte debaixo, na direcção do Fundo do Povo. Levavam as filhas, havia que as guardar e ensinar.
Jaime Lopes Dias nasceu no então Vale de Lobo (hoje Vale da Senhora da Póvoa), concelho de Penamacor, em 25 de Outubro de 1890. O seu Pai, José Lopes Dias era natural da aldeia vizinha Benquerença e foi colocado como Professor de Instrução Primária no Vale de Lobo e aqui viveu toda a sua vida, tendo inclusive casado na Aldeia com Angélica Mendes. Tiveram cinco Filhos, todos rapazes.
Nos anos 60, às vezes, o nosso grupo não tinha onde conseguir fanar uma galinha para o petisco de sábado à noite. Ir aos galinheiros das outras aldeias (Meimoa ou Santo Estêvão) era arriscado por causa da barulheira da canzoada, como já tínhamos visto. Casteleiro, essa nunca, porque era a descer para lá e a subir para cá. Moita, havia pedrada garantida e a Benquerença parecia ser lá nos confins.
Por volta de fins de Agosto notei sempre que algo de anormal se passava em nossa casa, com algumas correrias… Havia mulheres da vizinhança que traziam loiças, muitos pratos de alumínio, que mais tarde vi iguais na tropa, talheres de cabo de madeira, grandes panelões de ferro e outras coisas.