

Origens: Vale de Espinho (Sabugal) :: :: Crónica: «Pedaços de Fronteira» :: ::
Nesta pandemia, as televisões têm-nos mostrado, a toda a hora, imagens e documentos de corpos que sofrem. Não nos são mostradas pessoas na sua ocupação diária, mas antes corpos deitados em camas hospitalares, ligados a maquinarias sofisticadas, com graves dificuldades respiratórias, e admiramos a solicitude de enfermeiros e médicos que, tal como os anjos, vigiam constantemente os corpos e as máquinas para evitar o pior, o que quer dizer, para evitar a morte.
No tempo da pneumónica, Portugal era um país predominantemente rural, com perto de 80% da população ligada à agricultura. A sua população era, na altura cerca de 6 milhões de habitantes e só um pouco mais de 10% vivia nas cidades de Lisboa e do Porto. O resto da população vivia em aldeias ou em pequenos aglomerados urbanos. Já no princípio do século, a população ativa, não contente com as condições em que vivia, emigrou sobretudo para o Brasil e Argentina, calculando-se em 670 mil pessoas que deixaram o país, de 1900 a 1918.
Nunca como hoje, se assistiu a tanta inflação de palavras, sobretudo nas redes sociais. Se muitos pensam estarmos numa época exaltante, outros caracterizam-na como um fenómeno que vai acentuar as desilusões e a desconfiança perante o poder económico e político.
Quanta imaginação não foi necessária para vivermos este confinamento! Visto a um ano de distância, muitas imagens nos passam pelo nosso espírito! Foi o confinamento dos verdadeiros medos, dos novos hábitos, dos nossos risos.
A recente visita do Papa ao Iraque não deixou ninguém indiferente. Foi um gesto generoso, corajoso e cheio de símbolos. Muitos, como Joe Biden, já a declaram de histórica e aqueles que a acompanharam de longe ficaram enternecidos com os gestos proféticos que foram transmitidos durante estes dias nesta terra mártir, desde há tantos anos.
No mês de maio de 1918 chegava a Portugal a Gripe Espanhola, a Pneumónica, a Spanish Lady, como também é nomeada. Contrariamente à sua designação, o vírus desta gripe não veio de Espanha, mas, supostamente, dos Estados Unidos, onde foi detetada, em março de 1918, nas bases militares do Estado do Kansas, atingindo, quase exclusivamente, a população jovem.
Em virtude de a Oração de Sapiência, proferida pelo escritor, Dr. Joaquim Tenreira Martins, no Auditório do Sabugal, a 19 de fevereiro de 2018, por ocasião do IX Capítulo da Confraria do Bucho Raiano, ainda não ter sido publicada neste blogue, como tem sido hábito, vamos começar agora inseri-la, nesta época de Carnaval, repartindo-a em três partes.
Em virtude de a Oração de Sapiência, proferida pelo escritor, Dr. Joaquim Tenreira Martins, no Auditório do Sabugal, a 19 de fevereiro de 2018, por ocasião do IX Capítulo da Confraria do Bucho Raiano, ainda não ter sido publicada neste blogue, como tem sido hábito, vamos começar agora inseri-la, nesta época de Carnaval, repartindo-a em três partes.
Em virtude de a Oração de Sapiência, proferida pelo escritor, Dr. Joaquim Tenreira Martins, no Auditório do Sabugal, a 19 de fevereiro de 2018, por ocasião do IX Capítulo da Confraria do Bucho Raiano, ainda não ter sido publicada neste blogue, como tem sido hábito, vamos começar agora inseri-la, nesta época de Carnaval, repartindo-a em três partes.
Na tomada de posse do 46.° Presidente dos Estados Unidos, todos notaram a pomposa saia vermelha e a blusa preta, com uma pomba ao lado do coração, de Lady Gaga, a cantar o Hino dos Estados Unidos, assim como a voz límpida a condizer com o vestido branco de Jennifer Lopez que, no final da atuação, fez um aceno cúmplice de encorajamento aos originários da América Latina, a residirem nos USA.
No princípio do ano que começa, gostaria de falar sobre o pai. E quando se fala desta instituição que é o pai, fala-se necessariamente do seu próprio pai. O pai é algo de fundamental na vida de uma pessoa. Dizem os psicanalistas que é o pai que estrutura a personalidade e o desenvolvimento equilibrado da criança. É ele que estabelece a norma, a regra, o limite.
«Nem qualquer povo consegue o estatuto de diáspora. Para isso, o povo português necessita de mais cultores da língua que nos definam e que nos façam ressoar mar e montanhas, sentimentos e sonoridades.» (Albino Lopes). Oriundo de uma zona em que a maior parte da sua população se encontra na diáspora, gostaria de, modestamente, à minha maneira e deste modo, contribuir para a concretização desta temática.
Como sabes, meu caro Ano Novo, este que acaba de findar, o vinte-vinte, que até soa tão bem, foi um annus horribilis, para empregar a expressão da rainha da Inglaterra, Isabel II, ao designar 1992, como um desgraçado ano de sucessivas desditas na família real.
Passei um ano a pronunciar vinte-vinte e agora tenho de me habituar ao vinte-vinte-e-um. A terra roda e tenho de rodar também. Não vai ser fácil. Vinte-vinte soava melhor. Pronunciava-o numa passada, agora é necessário uma passada e meia. É o que há, não podemos escolher outro.
Um pouco por todo o lado, através do mundo, a palavra Covid-19 acaba de ser designada a palavra do ano. Este termo, diga-se de passagem, é bastante feio, com uma estrutura híbrida, nem é verdadeiramente masculino, nem totalmente feminino. Uma palavra com um hífen e dois algarismos a designar o ano em que foi descoberto, uma palavra que a cólera do céu parece ter inventado para punir os crimes da terra que se quis vingar, farta de ser tão maltratada.
Vivi na Guarda os seis melhores anos da minha vida. No Seminário onde estudava, galvanizava-me o desejo de transformar o mundo, entusiasmado com as ideias renovadoras do Concílio, cuja abertura coincidiu com o meu primeiro ano de filosofia. Esta pequena cidade branca de montanha faz parte do meu imaginário juvenil que alimentou enredos e descrições reais ou fictícias que se entrecruzam com pessoas, lugares, paisagens, ao formataram a minha sensibilidade que então despertava para a idade adulta.