Se pudesse servir de consolo, para as atribulações do presente, valeria a pena dizer que o nosso mundo nunca foi o olimpo. De facto a convivência humana, nunca, em nenhum momento, foi fácil…

Existem, obviamente, pessoas bem intencionadas, altruístas, generosas. Porém não conseguimos evitar o impacto de gente tumultuosa, abusiva, destrutiva.
A intolerância humana sempre fluiu no tempo, e a ideia de que todos somos irmãos não passa de um mero e beato postulado.
Na realidade a humanidade tem vindo a ser marcada pelo conflito e pela hostilização.
O ser humano aspira ao elogio, mostra-se sedutor e carismático mas, no final de contas, há quem não consiga disfarçar sinais de ruindade.
Quem, genuinamente, insista na boa fé corre risco sério de ser tomado por ingénuo.
Somos, pois, levados a supor que são mais os que gostam de atormentar o próximo do que aqueles que prezam a harmonia e a tranquilidade.
Para além do mais, há demasiados malfazejos que conseguem o bafejo do êxito e, tal circunstância, pode levar-nos a crer que a sorte, para sobrelevar o azar, necessita de artifícios de malvadez.
Olhando para o passado constatamos civilizações antigas que foram completamente destroçadas. Infelizmente o nosso presente não nos deixa esquecer esse tipo de hecatombes.
Porém, se é verdade que o pretérito oportuniza o futuro, também é certo que o não deve determinar. Se existiu ódio no passado, não se compensará a vida com rancor, tanto no presente como no advir.
Apenas dizer que tudo vai de mal a pior, também não passa de um lugar comum que indicia fatalidade e desânimo.
Resta-nos, por isso, a esperança.
Será que o status vigente, de tortura e liquidação do nosso semelhante, alguma vez, será alterado?
Não vai ser fácil mas, quem espera sempre alcança!
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«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
(Cronista no Capeia Arraiana desde Maio de 2011)
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